Capítulo 8

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    Retornamos ao portal do salão principal. Percebo alguns olhares sobre nós.

    - Não esqueça do que conversamos antes! Apenas faça o que foi mandado, como sabe, haverá punições caso não cumpra com o trato. Nos vemos mais tarde, Ari. - recito antes de dar as costas a ela seguindo pelo corredor contrário ao de outrora.

    Prossigo por ele até chegar aos elevadores. Aperto o botão do primeiro. Enquanto aguardo a chegada do mesmo, olho para minha direita, percebendo que ela não está mais lá. Retorno o olhar para o indicador de andar do elevador, que se encontra acima da porta. 15, 14, 13... Aproveito para conferir a gola da camisa, alinhar o blazer e a calça. A porta se abre revelando uma figura de terno bordô e camisa preta, uma silhueta já conhecida.

    - Olha só quem encontro aqui... - o sujeito fala enquanto saia do elevador - ... quanto tempo não é mesmo, pequeno Lyan? - dita agora batendo duas vezes sua destra em meu ombro.

    - Pode apostar, ó grande Jake! - Falo rindo soprado, carregado de ironia.

    - Posso contar com a sua companhia mais tarde então, para colocarmos o papo em dia? Essa festa vai longe, vai por mim. - a voz de Jake vai se distanciando conforme segue pelo corredor em direção ao salão.

    - Vamos ver Jake... vamos ver. - adentro o elevador.

    Teclo o painel e a porta se fecha em seguida. Aproveito o espelho para conferir o cabelo. Acabo percebendo sangue escorrendo um pouco em minhas mãos. Mas que droga, só porque dobrei um pouco. Pego um lenço do bolso interno do blazer e dou uma comprimida para secar um pouco. Curativos não iriam combinar com o terno. Como ainda tenho um tempo, pego o celular e revejo os tópicos da reunião de hoje.

    A porta se abre, diretamente para a sala de reuniões do hotel. O carpete cinza escuro e ao fundo a vista da cidade se fizeram presentes, tanto quanto a mesa longa no centro do ambiente nada singelo e silencioso. Embora a mesa fosse longa, havia apenas uma cadeira ainda vazia, reservada à mim. Ao lado direito dispunham-se os maiores fornecedores, do lado esquerdo representantes de grandes filiais espalhadas pelo mundo, alguns políticos, outros magnatas adeptos de um estilo de vida cinematográfico.

    Ao momento que junto-me à mesa, todos se levantam de suas cadeiras e curvam-se levemente como cumprimento a figura à ponta da mesa, Sr. Krankford. Ao que todos retornam a sentar-se, as luzes reduzem de intensidade e panos finos começam a cobrir a transparência da sala, e a reunião é iniciada.

    - Boa noite senhoras e senhores! Como muito esperado, nos reunimos aqui hoje para discutir os feitos do ano, assim como, também vislumbrar as metas e avanços para o próximo.

    - Todos receberam o cronograma da noite, portanto, iniciemos logo. Fique à vontade Ramires. - Sr. Krankford dita em alto e bom tom para cessar de vez os murmúrios que restavam.

    Ao que suas palavras são ditas, uma apresentação se faz visível atravéz do projetor e Ramires se levanta indo a frente de todos e se coloca a relatar sobre os dados construídos no decorrer do ano...

    - Muito obrigada pela atenção de todos! Com isso passo a palavra para o ilustre Sr. Krankford. - com isso algumas luzes contornando a sala começam a se revelar, aumentando um pouco a luminosidade do ambiente.

    - Agradecemos por suas palavras Mirela. - dita Sr. Krankford.

    Assim, o mesmo sentado à ponta da mesa acena com a cabeça aos mordomos, estes que começam a servir taças de "Moët & Chandon'' a todos os convidados. Em seguida levanta-se de sua cadeira e apanha sua taça de champanhe.

    - Gostaria primeiramente de agradecer a presença de todos esta noite, assim como parabenizar-nos por esse grande ano. E para finalizarmos a reunião, trago um inolvidável anúncio. Iremos expandir nossos negócios ao continente asiático. Inauguraremos nossa primeira sede em Tóquio, no Japão. Sendo assim convoco o Senhor Lyan Krankford, Senhorita Rebecca Hernández e Senhor Theodoro Antunes para o gerenciamento da expansão. Um brinde à "Amazake hausu" senhores. - ao fim de suas palavras ele ergue a taça e então se põe a bebe-la.

Imperfeita não por opçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora