Mansão Malfoy

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"Uma profecia sobre mim? Por que eu nunca soube? que diabos... por que a levaram? Será que a leram? O que estava nela de tão importante para levarem?!" Draco vinha pensando e passando as palavras em sua mente enquanto caminhava apressado para uma das lareiras do ministério afim de sair dali o mais rápido possível, a chaminé não estava vinculada à Mansão Malfoy mas iria parar em um ponto específico de Londres e de lá aparatar para Wiltshire, seus pensamentos foram interrompidos quando seu nome foi pronunciado em alto e bom som atrás de si, fazendo as pessoas que caminhavam tranquilas ou nem tanto, pararem para assistir. — MALFOY! - até mesmo quem conhecia Harry havia ficado curioso o suficiente para aguardar o que aconteceria, o silêncio absoluto se estabeleceu assim que harry chamou pelo sonserino, todos sabiam da inimizade dos dois em seus tempos de escola e suas brigas costumeiras, mesmo os anos terem passado alguns ainda acreditavam nas fofocas produzidas pelo Profeta diário onde ambos eram secretamente declarados inimigos. Harry tinha certeza de que a temperatura havia caído uns dez graus com aquele clima e pôde ver os ombros tensos de malfoy tremerem antes do rapaz soltar um suspiro audível e se virar para potter. — o que você quer? - a voz calma soou baixo enquanto seus olhos azuis gelo encontravam o verde vibrante dos olhos de Harry.

— Eu vou com você. - E o que todos esperavam acontecer não passou nem perto pela mente dos dois. Malfoy soltou um suspiro derrotado, mesmo que se começassem uma discussão sobre potter ir ou não, ele sabia que o grifinório era teimoso demais para aceitar ficar de fora, assentiu com a cabeça e caminhou novamente até a lareira pegando um pouco de pó de flu em sua mão, esperou Harry ficar à frente da mesma lareira esperando e disse alto o bastante o endereço qual pretendia ir antes de jogar o pó nas chamas esverdeadas da lareira e desaparecer. Logo Harry repetindo exatamente os mesmos atos deixando o ministério da Magia para trás.

                                          ⟦•••⟧

Os portões da Mansão Malfoy se abriram magicamente sozinhos assim que o herdeiro de Lucius pisou nas proximidades do terreno. — fique perto de mim. - Draco pediu em um tom casual, quase amigável, Harry pensou ter visto preocupação nos olhos do sonserino e assentiu com a cabeça. Nada parecia ter mudado desde que estivera na Mansão pela última vez Draco se recordava dos mesmos arranjos de flores espalhados pelo jardim, da triste imagem de sua antiga casa parecer um cenário de filme de terror trouxa. Os pavões... Ah os pavões, pavões albinos circulavam o jardim frontal despreocupados de suas vidas enquanto Harry e Draco caminhavam em direção à Mansão.

Diggle o Elfo doméstico da Mansão abriu as portas para seu antigo mestre e sua companhia, Diggle já havia sido liberto por Narcisa há muitos anos, quando o ministerio revistou sua mansão, levou os objetos das trevas em bora e restringiu sua família  com regras e mais regras para continuarem fora de Azkaban, mas o elfo que serviu as senhoras Black antes de Narcisa insistia em permanecer ao seu lado, "é um presente de casamento, maninha" Bella disse quando passou diggle para Cissa, o que a mulher pensava que seria um novo pesadelo aprontado por sua irmã apenas para zombar com sua cara acabou sendo a melhor coisa (elfo - perdão Hermione calma, não começa com os cartazes de protesto, é modo de falar ok?) que havia ganhado, um Elfo gentil e leal, bondoso, não costumava aparecer muito quando Lucius estava por perto, este homem dava calafrios no elfo. Assim que seus olhos grandes, verdes e brilhantes enxergaram Malfoy, o pequeno ser vestido com roupas novas que normalmente seriam usadas por uma criança de 10 anos, saltou de alegria em comemoração. — O mestre está de volta! Senhora! Senhora! O mestre Malfoy retornou Iuuuupi! - e saiu saltitante pela entrada da Mansão chamando por sua mestra, até sumir de vista dos homens que entravam receosos no local, draco em resposta deu um sorriso contido o que poderia fazer? Diggle era um bom elfo, sempre o tratou como deveria mesmo quando Malfoy merecia levar alguns puxões de orelha pelos seus atos preconceituosos, enquanto Harry sorria abertamente vendo o elfo desaparecer pelo corredor, o elfo de olhos verdes e brilhantes lembrava Dobby... e lembrar de dobby era lembrar daquela noite na Mansão Malfoy… seus olhos escureceram por alguns segundos com a lembrança de Dobby em seus braços na praia perto do Chalé das conchas dizendo suas ultimas palavras e falecendo ali mesmo, Dobby nunca iria querer isso, ser lembrado em seus últimos momentos e ignorando toda a vida e momentos que passou, não era justo, Dobby deveria ser recordado com um sorriso no rosto, amando seus amigos e protegendo Harry Potter, quisesse ele ou não, os olhos de Harry marejaram com os pensamentos que voavam mais rápido que um pomo de ouro em sua mente, Dobby fazia falta, Dobby era seu amigo… e ele nunca o esqueceria, a expressão de Harry se suavizou e o grifinório respirou fundo, ao sentir dedos trêmulos em seu ombro, seu olhar buscou o rosto de Malfoy, era claro que ele sabia, ele estava lá naquela noite… a expressão era ilegível na cara do sonserino para todos que pudessem estar em volta, menos para Harry, ele sabia o que significa seu olhar, por trás de camadas de gelo frio, aquele aperto em seu ombro transmitindo calor e conforto, e seus olhos azuis focando diretamente nos verdes de Harry, o eleito pôde entender exatamente. Draco dizia "sinto muito" com seu olhar, os dois estavam cada vez mais presos nesses momentos, esquecendo do mundo lá fora e decifrando seus olhares, mas como sempre:

— Ahem - Narcisa precisou bem mais de um "Olá, que surpresa vê-los! Entrem, entrem" para ganhar atenção para si. — Oh, oi mãe. - Draco a cumprimentou se aproximando da senhora que deixava seus belos cabelos grisalhos caírem em cascatas pelos seus ombros, selando um beijo em sua bochecha, Harry nunca imaginou que Draco fosse tão carinhoso com sua mãe assim, mas bem, até agora ele ainda se surpreendia com as atitudes de Malfoy. — Olá. - acenou com sua mão para a mulher, anos se passavam e ainda não sabia como tratá-la ao certo. — Senhora Malfoy, viemos fazer umas perguntas à senhora, se importaria em respondê-las?

— Oh não, claro que não meu querido, venha, vamos tomar uma xícara de chá enquanto conversamos. Aceita? 

— claro, sim. 
— Sim, tudo bem.
Responderam ao mesmo tempo e seguiram a mais velha até uma das entradas para o jardim lateral, lá estava disposto uma mesa redonda com seu vidro decorado com as mais delicadas flores transparentes, quatro cadeiras e um guarda-sol sombreando a área.
— mamãe por que não usa um feitiço para isso? - Malfoy perguntou curioso sobre o guarda-sol, aquele objeto trouxa, era a primeira vez que via Narcisa usando, mas quando se deu conta do que perguntou logo tratou de se desculpar. — Oh… perdão... - Narcisa teve sua varinha removida, impedida de fazer magia, teve que aprender a se virar sem ela por um bom tempo, felizmente no julgamento conseguiu fazer com que kingsley permitisse o auxílio de Elfos domésticos, contanto que fosse de livre espontânea vontade… os Malfoys já haviam causado danos demais nesse mundo, e uma Hermione granger determinada no escritorio de kingsley todas as manhãs com uma petição para os elfos serem livres das garras de Lucius e sua família, ajudou a piorar sua situação um pouco… ou seja, apenas sobrou ela e Diggle... seu fiel escudeiro.

Os três adultos tomaram seus lugares e em questão de segundos uma bela bandeja com três xícaras de porcelana francesa com uma cesta de bolinhos e aperitivos e um bule de chá quente apareceu diante de seus olhos, Narcisa tomou a frente servindo as bebidas fumegantes, Harry estranhou a falta de açúcar, mel ou qualquer que fosse o meio de adoçar o chá na bandeja.

— mamãe sempre disse que não se adoça o chá, então, não é uma opção. - Draco respondeu em um tom baixo ao perceber a dúvida estampada na cara de Potter. — mãe? - ele chamou quando Narcisa retornou a se sentar segurando delicadamente a peça de porcelana, em seus dedos finos, levando aos lábios para sorver um gole antes de respondê-lo. — Sim…?

— Por que nunca me contou que havia uma profecia sobre mim?

Assim que Malfoy perguntou, sem rodeios, se ouviu o som da xícara de chá se espatifando aos pés da mulher e uma Narcisa Malfoy pálida como a neve encarando seu filho, incrédula com as palavras que ouvira.

Secret's - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora