Secret's - Drarry

A serpente da profecia

Harry e Draco caminhavam apressados, o tempo estava correndo e eles não tinham ainda ideia de onde seus filhos estavam, o quadro de Lucius acabou sendo bem útil afinal das contas, levou os homens até o mausoléu da família Malfoy, afirmando que havia algo no túmulo do avô de Draco, Abraxas Malfoy que poderia lhes interessar.

— Sua família comprou um mausoléu ou uma mansão? - perguntou Harry entrando no monumento encarando incrédulo o tamanho daquele lugar, nem haviam tantos Malfoys assim...

— Viemos seguir uma pista de um quadro atrevido do meu pai e você só se  incomodou com o tamanho do Mausoléu, Potter? O que? sua família não tem um?

— ... - Harry abaixou a cabeça e respirou fundo um tanto incomodado, notando o que rolou Draco deixou escapar um palavrão e chutou uma parede de mármore — Porra... Desculpa, eu não quis...

— Tudo bem. - Harry respondeu seco e reprimiu os lábios olhando ao redor

— Harry? - Draco insistiu e recebeu a mesma resposta: — Eu disse que está tudo bem, Malfoy. - ouvindo isso o loiro se afastou e suspirou audível, oh certo agora Harry que sentia que havia "ferido os sentimentos" de Malfoy, o que estava havendo entre eles? Antes qualquer resposta seca ou provocação passava batido mas agora parecia doer? Harry se virou para Draco e encolheu os ombros — Só deixa isso pra lá, eu sei que não quis dizer o que eu entendi e prolongar isso só vai nos atrasar, então, está tudo bem... Mesmo, Draco.

O loiro assentiu e concordou silenciosamente, descendo as escadas do Mausoléu ao subsolo encontrou o túmulo de seu avô Abraxas. — Lumos - ele conjurou o feitiço de luz para enxergar lá em baixo e Harry fez o mesmo, seguindo os passos do maior, se aproximou da lápide, a tampa estava desalinhada e até rachada em certa parte, parecia que alguém havia mexido ela de lugar mas há muitos anos. — me ajude a abrir? - pediu Draco deixando sua varinha entre os dentes e segurou na ponta da lápide esperando Harry para que movessem ela, não queria usar um feitiço de levitação no túmulo, eram dois homens adultos e não crianças sem forças, eles removeram a tampa e ao invés de encontrar o corpo, esqueleto ou melhor as cinzas, na verdade acharam uma passagem secreta, uma escadaria velha, sem iluminação e repleta de teias de aranha que Rony iria detestar ir investigar se tivesse que passar por elas. Ambos se entre olharam e decidiram descer juntos

— Eu não sabia que havia isso aqui em baixo... - Comentou o loiro tirando a varinha da boca e olhando ao redor.

— Não consta nos arquivos do ministério... Seja o que for que tenha lá em baixo, O ministério da Magia não está ciente... - um pequeno calafrio subiu a espinha de Harry dizendo aquilo, que coisas perversas poderiam ser feitas ali em baixo ?

Ao terminarem de descer as escadas mal conseguiam ver o salão, Harry apontou sua varinha para as tochas dispostas nas paredes e conjurou "incendia", acendendo uma em sequência da outra dando uma visão mais clara do lugar, encontraram uma câmara aberta com alguns túneis que nenhum dos dois sabia para onde iria, algumas estantes e uma mesa antiga no canto com gavetas trancadas estavam dispostas ali.

— Dê uma olhada nas estantes, eu vou ver o que tem na mesa - sugeriu Draco indo até a mesa de mogno antiga.

Harry concordou e prontamente foi para as estantes, vasculhando com cuidado encontrando objetos que deveriam estar confiscados há anos ali, seu olhar caiu nos livros, precisava focar primeiro em pistas e depois em seu trabalho de Auror.

Draco abriu as gavetas com alohomora e começou a buscar qualquer coisa sobre profecias, qualquer coisa mesmo, de pequenas anotações até livros dispostos ali, um caderno de capa de couro vermelho enrolado em sua tira chamou sua atenção, era menor do que o tamanho de um caderno e mais cheio, decidiu pegar e ler, descobriu que era um diário, um diário passado de pai para filho, começando em seu avô Abraxas e até agora só tendo ele e Lucius como dono.

Uma rápida passada de olhos fez com que ele encontrasse onde começava a caligrafia de seu pai. "O lorde da trevas..." Blá blá blá grande parte era sobre sua vida como Comensal e seus grandes feitos para agradar seu mestre, Draco não queria sequer pensar de novo naquilo, mas se forçava a ler buscando alguma coisa sobre profecias.

"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima… nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar do sétimo mês… e o Lorde das Trevas o" - Malfoy se recordava de quando era um enorme tabu essa maldita profecia, apenas o que Snape havia escutado estava ali gravado pela caligrafia de seu pai, mas nada ainda sobre a própria profecia que lhe envolvia, formando um bico irritado ao folhear e encontrar as mesmas frases escritas cada vez com uma caligrafia pior, foi acreditando que seu pai começou a enlouquecer e apenas repetia por repetir, até que ao chegar na última folha escrita, ele encontrou pedaços da folha contra o centro dela, alguém havia rasgado o que estava escrito, o pequeno relevo das letras ainda estava marcado nas páginas seguintes, Draco pegou um lápis preto na gaveta da mesa e começou a sombrear a página até ver o quais palavras se formavam:

"O orgulho e a ambição se unirão pela segunda vez em décadas, a morte lhe acompanhará pelo caminho que seguir, pobre criança sem amor, a espada deve cortar o mal, o destino de um será traçado pelas escolhas do outro, o sangue na prata deve escorrer, apenas este fim garantirá que o Novo Lorde das Trevas não triunfe em sua vingança. O relógio que marca o tempo da vida e da morte escorre sua areia finita, tomando tudo que aquela serpente quer, até mesmo seus mais profundos desejos."

— Era isso? - Draco perguntou em um sussurra lendo o que acabava de encontrar, suas mãos trêmulas, largou o diário em cima da mesa, se ele não morresse não teria como parar o Novo Lorde das Trevas? Era por isso que haviam levado seus filhos? Para saber o que iria impedir de que os comensais pudessem vencer essa nova guerra? A frase "O relógio que marca o tempo da vida e da morte" não saia de sua cabeça, ele pensaria imediatamente em um vira tempo mas é muito específico...

Harry percebendo que havia algo de errado se aproximou devagar, virando o diário para que pudesse ler o que estava escrito ele abaixou seu olhar ao terminar de ler, era engraçado como algumas coisas cabiam perfeitamente a vida de Harry, ele entendia aquele peso que o loiro estava sentindo, novamente havia alguém entre a destruição do mundo e a salvação dele, isso não era justo, não foi justo com Harry e agora não era justo com Malfoy, o moreno se encostou na mesa fechando o diário e segurou a mão trêmula do outro.

— Escute Draco, não é sua culpa, está bem? Não é. Estamos mais perto de encontrar nossos filhos, agora sabemos exatamente o porque eles os pegaram, vamos encontrá-los e mandar esses comensais para o quinto dos infernos. - Harry estava bem firme em suas palavras, procurando estimular o outro a não desanimar e se culpar. Antes que Draco pudesse responder uma voz soou atrás deles.

— Que momento tocante, realmente tocante. - A voz de Longbottom chamou a atenção dos dois imediatamente.

— Longbottom?
— Não, não é o Neville... - Harry se desencostou da mesa e pegou o diário colocando em seu bolso discretamente — Como chegou aqui? - Harry perguntou incrédulo que havia sido seguido.

— Vocês deveriam tomar mais cuidado com que tipo de pessoa ... Ou quadro, pedem ajuda. - desenrolou do bolso o retrato de Lucius completamente amassado, com rasgos e algumas marcas de queimaduras pela tela fina.

— Você... Você esteve nos vigiando, foi a mansão... Minha mãe! O que fez com ela?! - O loiro perguntou em Pânico apertando a varinha entre os dedos.

— Calme, se acalme, se você atacar nunca mais irá vê-la novamente, assim como seu querido filho. - "Neville" andou de um lado para o outro sem tirar os olhos dos dois — Vejamos, parece que você encontrou o que procurávamos. Então eu posso ser bonzinho e oferecer um acordo, você me conta o que dizia na profecia e eu solto sua mamãe e seu filho, é justo não acha? E vai custar bem pouco.

— Mas e o Albus? - perguntou Harry já irritado com aquele diálogo

— Oh, Albus? ... Não acho que você tenha algo valioso para trocar por ele e Draco se me lembro bem não é do tipo herói não é? E então Malfoy, o que me diz?