Secret's - Drarry

A profecia

— E então mamãe? - Draco perguntou enquanto com um floreio de varinha fez a xícara de chá junto com a bebida derramada sumirem. Narcisa olhava assustada para o filho, ainda que tentasse fugir daquele assunto sabia que mais cedo ou mais tarde tudo voltaria. — está bem... Eu conto.

A mulher sentou novamente, segurando a barra do vestido entre os dedos, sua respiração pesou quando tentava procurar as palavras certas. — Eu nunca quis isto para você, Draco. Mas seu pai... ele era um homem louco, e ficou pior depois que voltou de Azkaban... - sem querer, seu olhar pousou na causa da prisão de Lucius, Harry, que mesmo não tendo vergonha nenhuma em pôr aquele homem onde deveria se sentiu desconfortável. — Quando você nasceu, uma vidente veio até a mansão para abençoar sua chegada assim como outras bruxas, não esperava que ela fosse ter uma visão do futuro assim que segurou você no colo, suas palavras não significaram nada para nós no começo pensamos que era apenas invenção da mulher, mas depois que Lucius coloca algo na cabeça sabe que é difícil fazer ele esquecer, ele passou os próximos meses tentando desvendar o significado da profecia e quando descobriu, ah meu querido, eu sinto muito... - Narcisa tinha o coração esmagado no peito de angústia, suas mãos retorcendo o tecido da saia — Lucius pediu para que ela não espalhasse por aí e nem levasse ao ministério, mas já era tarde demais.

— O que tinha de tão importante nessa profecia? Onde ela está? ‐ Draco perguntou, seu tom de voz impaciente pois sabia que se as respostas seguintes fossem o que ele pensava que eram... as coisas ficariam muito feias para o seu lado.

— Eu... e-eu não posso dizer, Draco. Sinto muito, somente seu pai sabe onde a escondeu, em algum lugar longe das mãos do Lord das Trevas.

Draco fechou os olhos, seus punhos cerrados em irritação. Era óbvio que Lucius Malfoy colocaria um feitiço Fidelius até na própria esposa, sua forma distorcida de proteção era algo de dar um nó no estômago do Jovem Malfoy. Harry que se manteve calado o tempo todo, limpou a garganta e deixou sua xícara de chá de lado. — Nós podemos procurar ? Talvez esteja longe do alcance de pessoas estranhas mas não do Drac- Malfoy. - corrigiu-se no último segundo, os olhos azuis do loiro se abriram enquanto observava curioso Potter. O que ele pretendia? Seja lá o que fosse era melhor do que ficar sem ideia de onde ir, mesmo Lucius ainda estando vivo, o homem já não era mais o mesmo, os anos de azkaban antes de finalmente adotarem outros meios de aprisionamento e punição que não envolvessem dementadores deterioraram sua mente...

— Tenham sorte. - foi tudo o que Narcisa disse enquanto os dois homens levantavam de suas cadeiras e se encaminharam para dentro da mansão.

                                             •••

— Como vamos achar uma profecia escondida, Potter? - Draco perguntou enquanto caminhava pelo corredor dos quartos principais da enorme mansão. Os retratos tinham sido cobertos há anos e alguns até haviam abandonado suas pinturas com tamanho desgosto sobre a situação dos Malfoys.
— Eu não sei, que tal Accio? - Harry sugeriu encolhendo seus ombros, não era uma ideia tão ruim mas pelo olhar que foi dado a ele pareceu que estava sugeriu algo completamente burro, já não bastasse isso Draco ainda completou com um movimento preguiçoso de varinha — Accio Profecia. - esperaram e esperaram... e nada.

— Sabe Potter seria muito mais útil ter a Granger aqui no momento do que você.

Harry olhou incrédulo para o loiro, suas palavras ácidas lembravam o sonserino em sua adolescência, nada parecido com o homem que ele havia se transformado quando adulto.

Draco piscou os olhos rapidamente ao sentir nojo do tom de voz que usou com Harry, as pontas das suas orelhas queimaram de irritação — Vamos continuar procurando e dar o fora, acho que estou ficando intoxicado. 

E foi o que fizeram, vasculharam a mansão de cima a baixo, horas e horas, sem resultado Harry até chegou a chamar Hermione pela Lareira dos Malfoys pedindo conselhos sobre feitiços de buscas, mas nada havia funcionado, não parecia nem mesmo que uma profecia havia sequer entrado na mansão. Foi quando estavam já sem esperanças, que uma voz elegante chamou a atenção dos dois.

— Tolos, não encontrão nada, mas é divertido vê-los procurando como dois cães farejadores.

A voz vinha de um dos quadros mais negligenciados pela família, sequer havia sido coberto, sua pintura não era nada mais, nada menos do que a pintura de um jovem Lucius Malfoy, no auge de sua beleza, Lucius tinha os cabelos loiros pela altura do queixo, seu rosto angelical de um adolescente de 17 anos.

— Pai?
— Olá Draco. 
— Onde está a profecia?

O jovem do quadro apoiou a mão no queixo preguiçosamente — o que eu ganho se contar à vocês? - típico sonserino.

— que tal evitar virar lenha para a lareira? - Malfoy ameaçou, um tanto cansado de ficar nessa busca o dia todo.

Mas o jovem Lucius sequer esboçou reação diante da ameaça, já estava ali há muito tempo, não ligava para seu fim. — Vá em frente, me queime, nunca saberá onde Lucius escondeu sua profecia.

— Argh... está bem, me diga o que quer?
— Bem, pensando agora não tem nada que eu queira mas que tal um vale em branco? Eu ajudo vocês e quando chegar a hora, quero que me ajudem.
— Feito.
— Na... o que? Potter, e se ele pedir algo absurdo?
— A vida dos garotos depende disso, não ligo se ele quer um doce ou a Disneylândia. - Draco suspirou mas assentiu em concordância.

— Cheguem mais perto - Lucius sorriu felino se levantando da cadeira qual usava para posar seu retrato/pintura, revelando o segredo que guardava há mais de 30 anos...