Piloto

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a arte do banner foi feita exclusivamente pela jooniespecial para a estória;

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O despertar no primeiro Estado.

Ano de 1873 - Reino de Seoul, Coréia.

A raiva consumia o corpo de Jeongguk como fogo em meio às palhas, as veias da garganta pareciam que a qualquer instante arrebentariam de tão inchadas pelo bombeamento de sangue. Jeongguk gritava em meio ao pátio do palácio real, arrancando as vestes e arranhando a pele com as garras que cresciam de seus dedos. Ele gritava e implorava ajuda, mas a temperatura perto de si alcançava a casa de quase sessenta graus celsius, os súditos olhavam espantados para a cena que o herdeiro do trono fazia em frente ao público. Os gritos eram altos e carregados de dor e raiva, a garganta rasgando em desespero e o ar praticamente rarefeito em seus pulmões.

Jeongguk não sabia o que estava acontecendo com o seu corpo, não sabia o motivo de seu sangue parecer água fervida dentro das veias e muito menos como aquelas garras apareceram no lugar de seus dedos tão delicados.

Puxou a camisa de cetim que vestia, a rasgando com as garras e arranhando profundamente a pele de seus braços, deixando que o sangue jorrasse livremente por toda a extensão da pele bronzeada. Ele gritava mais e mais alto, se contorcendo com os joelhos no chão, tentando alcançar as suas costas com as garras e tirar o que tanto lhe doía. Parecia que estavam tirando seus ossos para fora, sem anestesia e de supetão. Seus cabelos bem cortados estavam úmidos e colados à testa e nuca, suor banhava a pele marcada por grossos arranhões e sangue.

Ao passo que os gritos ecoavam cada vez mais fortes, e com um timbre que Jeongguk ainda não possuía pela pouca idade, a plebe tentava se esconder embaixo de suas barracas com comidas, atrás de pilastras, ou simplesmente, se abaixando e se cobrindo com os sacos de estopas.

Jeongguk sentiu uma dor lancinante bem nas suas omoplatas, a pele rasgando como se uma lâmina bem afiada tivesse sido passada, o interior de Jeongguk tremia, os olhos fechados por conta da dor tremiam abaixo das pálpebras. Jeongguk se jogou no chão, apoiando o corpo com as mãos e tirando forças de onde ele nem sabia, encostou a testa no chão frio de pedra, puxando o ar que entrava queimando para os pulmões. À sua volta ele sentia a presença dos outros, mas com os olhos fechados não conseguia os ver, forçava as pálpebras para abrirem mas não obtinha sucesso. O seu estômago revirava em decorrência de tamanha dor, que por um momento, o deixou ao menos conseguir respirar sem sentir os pulmões prestes a explodirem como balão.

Jeongguk ouviu ao longe batidas de cascos no chão de pedra, o relinchar dos cavalos disputavam o barulho com as suas patas que batiam com força e velocidade. A cavalaria da corte havia chegado, provavelmente algum mercante avisou a corte sobre o ocorrido com o herdeiro deles. Jeongguk sentiu seu interior queimar, raiva o consumindo por causa do barulho alto de cascos no chão e a gritaria da cavalaria. Bile foi subindo de seu estômago até que transbordasse em sua boca, deixando os fluidos do que restara de uma refeição matutina, mancharem o chão.

A Maldição dos 7 Estados | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora