Capítulo 1 - Doubts overfilling my soul and my mind

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- POV DRACO MALFOY -

             Estávamos os três reunidos no canto mais distante possível de tudo e todos. Ao meu redor familiares e amigos se abraçavam e choravam: alguns aliviados em finalmente saber que sua família estaria segura, e outros, em sua grande maioria, sofriam pela morte de seus entes queridos. Ao longe eu podia ver uma família de ruivos chorando copiosamente. Eu podia sentir o nó de desespero se instaurando em meu âmago. Ali eu podia perceber o quão insignificante eu realmente era. Eu sabia o que aconteceria agora, obviamente. E aconteceria brevemente. Azkaban era o destino de minha família. E eu não fugiria disso.

          Eu já perdera as contas de quantas vezes eu já abrira e fechara a boca para tentar falar com o casal a minha frente. Cada vez que eu o fazia, minha boca ficava seca e com um gosto amargo. Eu não sabia como começar, não depois de tudo que acontecera.

         - Draco. Você precisa fugir. - depois de um longo tempo minha mãe se manifestou, olhando-me obstinadamente.

          - Não. - respondi seco.

          - Draco. Me escute...

          - Não, mãe. Você não entende. - dei um passo a direita, me distanciando de Lúcio para chegar mais perto da mulher a minha frente. - Eu simplesmente... não... - gemo frustrado, passando as mãos pelos meus cabelos tirando-o dos meus olhos. - Eu não posso!

            - Draco. Eles não vão entender. Eles vão achar que fez tudo por vontade própria. Será um cúmplice de todos os crimes, mesmo não sendo culpado pelo que aconteceu.

             - Não sou culpado? - repeti retoricamente, rindo sem ânimo. Fecho meus olhos e tudo que vi passa como um filme na minha mente. Granger se debatendo aos meus pés... Bile sobe a minha garganta e fecho os olhos tentando tirar a sua imagem de minha cabeça.

              - Draco! - minha mãe me traz de volta para a realidade. Exasperada, ela segura em meus ombros duramente. - Você não teve culpa. Eu e Lúcio o condenamos a isso. Você sabe disso. - os olhos de minha mãe pousam brevemente sobre Lúcio com certo desprezo. - Fuja. É a única forma de ter uma vida.

             - O fato de serem meus pais não muda tudo que fiz. Eu sou culpado. Não vou mais fugir de coisas que são minha responsabilidade! - digo asperamente.

             Com um baque as portas se abrem e desconhecidos adentram a escola, interrompendo a nossa conversa. Uma pedra parecia ter despencado dentro de meu estômago. Dentre os chegados eu conseguia identificar aurores e representantes do ministério. Meu coração descompassa. Eu conseguia sentir o gosto metálico que o medo deixava em minha boca enquanto 3 homens vestidos com trajes pretos se aproximavam de nossa família.

           - Malfoy. - cumprimentou um dos homem. - Peço para que o senhor e sua família nos acompanhe.

            Meu pai assentiu e entregou a varinha ao homem a frente. Repeti o gesto seguido de minha mãe. Meus ombros caíram sob o olhar dos estudantes e membros da ordem enquanto eu e minha família éramos escoltados pelo trio em direção aos portões de Hogwarts.

            No caminho, pude ver o trio de ouro na ponte. A garota estava ligeiramente afastada dos outros dois, olhando o horizonte. Fechei meus olhos brevemente, tentando não pensar em tudo que minha família e eu havíamos feito a tantos nascidos trouxas. Especialmente a ela. Especialmente naquela noite... Aperto meus olhos tentando tirar a memória de minha mente.

            Sinto arrepio em minha nuca, o que me faz virar automaticamente em direção a ponte. Granger me encarava. Seu semblante me pareceu pesaroso. O que se passa em sua mente?! Encarando-a meneei com a cabeça, o que a fez tombar o rosto ligeiramente para o lado e sua boca se abrir num pequeno "o" que me pareceu surpreso.

           Sem mais delongas continuo meu caminho, com seu rosto magro gravado em minha mente. Involuntariamente minha mente volta novamente para aquela noite, agonizando minha mente e apertando meu coração. O que é que eu havia pensado durante todos esses anos? Por que eu precisara me tornar um comensal para enxergar o quanto toda a história de sangue puro era uma coisa tão doentia? Me curvo levemente tentando me livrar do peso que novamente se instala em meu estômago.

           Chegando aos portões da escola somos aparatados diretamente em Azkaban. Suspiro aliviado ao ver os portões escoltados por uma orla de aurores. Afinal, a situação seria ainda pior se fossem dementadores ali. Lentamente sou direcionado para minha cela particular, sendo recebido com um sorriso de desdém do guarda que me esperava. 

Frozen Sky - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora