Uma onda de azar

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Como sempre deve ter alguns erros ortográficos.

E também tem coisa que não lembro, tipo a idade da irmã da April que eu mencionei no 1 ou 2 cap, ou o nome kKKKk eu nao lembro.

O cap passado eu disse que esse teria umas 9 mil palavras, mas eu disse brincando. Porém a brincadeira se tornou bem real KKKK quase 10k, acabei escrevendo bastante.








Dois dias se passaram desde a ilustre festa bombástica que praticamente a cidade inteira resolveu comparecer.

Minha breve conversa bêbada com April foi devidamente refeita( agora com as duas sóbrias e sem ela querer me matar com o olhar), e praticamente refizemos as palavras antes ditas com muito mais certeza e sinceridade, além de deixá-la tomar algumas decisões  cruciais para continuarmos nos vendo já que eu estava impossibilitada de argumentar devido a ressaca monstruosa instalada em meu corpo. Ao contrário de mim April no dia seguinte apareceu como se não tivesse feito nada durante a madrugada, e posso afirmar que parecia até mais energética do jeito April Stevens de ser. 

Minhas horas de sono foram roubadas e aposto que de todo mundo também.

E agora, no outro dia, meu corpo ainda dava indícios de ressaca- para minha infelicidade-, eu só queria o conforto da minha cama com meu travesseiro de abraço para me confortar, mas como nada é perfeito, me encontro caminhando ao lado de Blair( com a mesma cara desanimada) com objetivo de entrar na pior aula do resto da semana.

Aquela que ninguém suporta.

“Ainda temos chance de fugir.” Argumenta Blair sorrateiramente, como se a qualquer momento alguém fosse aparecer para barrar os futuros planos de saída.

Mesmo a contragosto, eu nego. “Não podemos, se eu faltar outra vez terei que repor.”

“Mas História Religiosa é um saco!” Geme descontente, ajeitando sua mochila.

Só tem uma coisa pior do que as aulas mescladas com ensino religioso que nossa escola nos obriga a ter, e essa aula é a de História Religiosa. É apenas uma matéria sem sentido onde nos obrigam a sentar por cinquenta minutos ouvindo um professor questionando tudo envolvente na história da humanidade para relacionar com as acontecimentos bíblicos.  E como eu não sou boba, sempre arranjo uma desculpa para perder algumas aulas, porém, ficar ziguezagueando por aí me fez esbarrar com a vice-diretora e não consegui inventar uma desculpa a tempo do motivo de estar cutucando as folhas das árvores ao invés de estar na sala.

Pelo menos não ganhei uma advertência, e sim uma bronca de meia hora sobre a importância da religião no mundo.

“Eu sei que é.” Faço um beicinho. “Mas passa rápido.” Tento soar positiva, mas a carranca de Blair aumenta.

A sala está meio cheia já que não bateu o sinal ainda, e logo buscamos as carteiras do fundo perto da parede( é ótima para descansar a cabeça e cochilar). Blair vira o corpo para poder conversar comigo, pois me sentei atrás dela e aproveito para ajeitar meu material: caderno, estojo, apontador, post-it e uma garrafa de água.

Estava ocupada tentando achar minha caneta azul e estava prestes a obrigar Blair a me devolver quando sua voz chama minha atenção.

“A maquiagem escondeu bem até, né?”

Aponta para a parte inferior do meu pescoço e voluntariamente movo minha mão até o local.


“Ainda não acredito que April fez isso.” Compartilho indignada a situação que meu pescoço se encontra.

Ela me deu um chupão enorme que só fui perceber depois que Blair ficou me zoando de volta para casa, e com sorte consegui esconder dos meus pais e dos alunos da escola.

“Chupão trocado não dói.” Ela dispara divertida e eu franzo o cenho.

“O certo não seria chumbo’?” Falo me referindo ao famoso ditado popular e Blair revira os olhos.

“Você entendeu o trocadilho.” Seu braço descansa da cadeira. “Não sabia que a Regina George cristã era tão vingativa.” Debocha e sem querer eu solto uma risada pelo apelido que Blair cismou em deixar para April.

“Não fala isso!” Exclamo tentando disfarçar minha risada e Blair sorri mostrando seus dentes brancos e alinhados, como se tivesse descoberto o pote de ouro no fim do arco-íris.

“Se April te pega rindo disso você vira picadinho.” Observa pensativa.

Minha risada morre na hora, meu cérebro já sacando o que sua mente perversa está planejando. “Nem pense nisso.” Aponto meu dedo acusatoriamente para ela, que faz uma cara cínica.

“Eu nem fiz nada!” Tenta se defender.

“Você vai chamar April por esse apelido quando eu estiver por perto mesmo sabendo que não consigo reprimir o riso.”

Ela abre e fecha a boca inúmeras vezes tentando sair da minha ótima explicação e por fim solta um suspiro derrotado. “Você não é divertida.”

“Não me divirto vendo o sofrimento alheio.”

Problemas de uma adolescente em crise. Onde histórias criam vida. Descubra agora