Balde de água fria

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Oi oi, quanto tempo, né? Kkkk

O cap está curtinho mas ainda sim é bastante necessário para o desenvolvimento delas, é basicamente uma pequena continuação do cap anterior. Mas ainda sim bastante necessário.

Pode parecer bobo, mas as vezes nos tocamos de algo em seu mais simples momento.

O próximo cap irei deixar maior, estou com bastante ideias em mente, e obg a todos que estão acompanhando a hist. Eu demoro horrores p atualizar mas relaxem que não irek abandonar a fic.










“Tá melhor?”

A voz aveludada de Blair ecoa no meu quarto, a expressão preocupada em seu rosto faz meu coração ficar quentinho com o quanto ela se importa comigo.

Eu balanço a cabeça, mesmo estando deitada em uma fortaleza de almofadas. Meu corpo está esticado como uma estrela do mar e estou vestindo um conjunto de roupas de ginastica para deixar a parte queimada livre de tecido.

“A pomada ajudou bastante.” Mesmo com  o latejar fraco, não chega perto da dor indescritível que senti momentos antes. Olho para minha barriga e coxa lambuzadas. “Eu pareço uma asinha de frango engordurada.”
Blair cospe o suco que estava tomando e gargalha, eu não aguento e caio junto na risada.

“Cada coisa que sou obrigada a ouvir.” Blair suspira se recuperando da crise de riso. Agora seu rosto expõe a natural expressão maliciosa. “Pelo menos April te viu sem roupas.” Ela mexe as sobrancelhas sugestivamente e eu gemo, sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha.

“Eu juro..” Levanto a mão. “Esse foi classificado como o pior dia da minha vida.” Digo decidida.

“Andar em um bairro nobre estando semi-nua realmente não é algo que possa se orgulhar.” Blair da de ombros e eu a fuzilo com os olhos. “Mas pensa pelo lado bom.” Inicia misteriosa.

Minha carranca se aprofunda. “Se você falar sobre April me ver sem roupas outra vez eu juro que levanto daqui e rasgo sua coleção de revista holandesa.”

A ameaça parece surgir efeito e Blair recua, com uma mão no coração se mostrando profundamente ofendida. “Incrível como você só pensa o pior sobre mim.”

Levanto uma sobrancelha.

“Tá, eu considerei dizer isso, mas agora é sério, realmente tem um lado bom nessa bagunça vergonhosa.” Blair responde rapidamente.

E eu me pergunto, qual o lado bom quando você é praticamente expulsa da casa de sua ficante, tendo que sair correndo quase sem roupas num bairro em plena luz do dia.

“Você achou a mulher que estávamos procurando na caçada de recompensas!” Cantarola animada e eu abro a boca surpresa.

Ah! Como pude esquecer disso? Depois da minha explosão no carro, esqueci completamente dessa informação pois a dor havia piorado e Blair não parava de me perguntar do motivo de ter que me buscar naquele estado. E também foi uma puta sorte do caramba. De tantas casas chiques naquele bairro em especifico, com várias empregadas e madames ricas, eu tive a sorte e pura sorte do destino em trombar na senhora educada que se ofereceu em me ajudar.
Que coincidentemente era Joana, a mulher que frauda documentos e que está sendo procurada regionalmente.

Acho que entendo das pessoas caírem na lábia dela, aquela mulher foi tão gentil comigo que nunca em mil anos luz imaginaria que ela se esconde da polícia e roubou mais gente do que os políticos.

Ela faz jus ao famoso ditado Lobo em pele de cordeiro.

“Já ligou para Bowser?”

“Yep! Informei ele que a encontramos. Ele disse para não agirmos precipitadamente-“ Comenta sarcástica.

“Como se nós fizéssemos isso.” Zombo contrariada.   

“Exato!” Blair ergue os braços contente por pensar o mesmo do que eu. “Enfim, ele disse que vai pensar em um plano e mais tarde nos ligará avisando.”

“Típico do Bowser.” Brinco os as unhas dos dedos, entediada.

Nosso diálogo é cortado com batidas exageradas na porta  e a campainha tocando sem parar.
Nós duas nos encaramos perdidas.

-Você comprou algo virtual ultimamente?”

-Não. Você?

-Também não, ainda. Quem será então?

Dou de ombros.

As batidas da porta ficaram mais altas e consequentemente irritantes.

“Vou lá ver quem é. Papai e mamãe não esqueceriam as chaves assim.” Murmura Blair totalmente azeda.

Ela está saindo do quarto quando eu grito:
“Se for cobrança da Senhora Babel diga que não estou em casa!”

Sinto calafrios só de pensar na senhorinha que fica me importunando para aparar a enorme grama do quintal dela. Babel, talvez pela idade, não confia em contratações para ajudar nas tarefas domésticas, elétricas e entre outros. E infelizmente um dia, eu tive o azar de atravessar a rua bem no momento que ela praticamente lutava contra o aparador de grama, e eu como a boa pessoa que sou, me disponibilizei para ligar o motor, só que ela entendeu que meu gesto de boa vontade era para aparar a grama toda.
O que era minha ida até a sorveteria virou uma bagunça de membros suados, camiseta encharcada de suor e dores nas pernas por quatro dias.

Desde então procuro evitar existir perto da Senhora Babel.

Meus pensamentos são tirados com a pessoa na porta do meu quarto.

April.

Seu busto subia e descia talvez pela correria, o rosto estava vermelho e alguns fios de cabelo saiam do penteado, seu olhar transmitia preocupação.

“Deus, para alguém baixinho você corre que é uma beleza!” Resmunga Blair atrás de April.
Eu ainda a encaro surpresa o bastante para não conseguir verbalizar.

“Você está bem??” April corre até minha cama e segura minhas bochechas, desviando o olhar para meu corpo, a parte prejudicada. “Eu- Deus, eu sinto muito!” Seus braços envolvem meu ombro.

Abro a fecho a boca, depois encaro Blair ficando confusa e ela apenas acena que não sabe o que está acontecendo.

“Uhnn...” Junto as sobrancelhas em dúvida. “April..?”

Ela se separa. “Eu não queria de modo algum derramar o café em você, estou tão arrependida.” Seus olhos enchem de lágrimas e eu me desespero.

“NÃO!” Gesticulo apressadamente. “Não foi sua culpa, eu te garanto.” Dou um meio sorriso, tentando mostrar que estou bem, mesmo que não tanto fisicamente.

April engasga. “Mas mesmo assim, por minha culpa o café quase te derreteu inteira.” Ela observa a vermelhidão nas partes especificas onde o líquido foi derramado.

“Relaxa. Já passou.” Digo com seriedade.

Ela parece relaxar por um segundo, até pular e segurar minhas bochechas outra vez, com ternura.

“Eu fiquei tão preocupada com você, não era para minha mãe ter aparecido hoje, e eu praticamente te expulsei de casa, foi muito rude da minha parte.”

Balanço a cabeça tanto quanto consigo. “Mas no fim ela não descobriu que eu estava lá.”

April morde os lábios. Seu dedo faz uma carinho em minha mandíbula. “Acho que não.”

“Então pronto.” Decido com a palavra final.

Problemas de uma adolescente em crise. Onde histórias criam vida. Descubra agora