↬ ×PROMESSA× ↫

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I   

Estava sempre nevando em Avallon, o ar sempre era frio e úmido, e mesmo que seu corpo biologicamente resistisse as baixas temperaturas, Jimin nunca saia de casa sem as suas peles. 

Um presente da sua noona no seu décimo quinto aniversario quando ele pode finalmente explorar além do rio. Ele sorriu com a lembrança de como ela tinha sido relutante em permiti-lo embrenhar-se nas profundezas da floresta.

Pensar em noona o fazia sentir uma mistura de sentimentos, ele sempre a lembraria com gratidão e amor, mas seu peito irradiava uma dor profunda todas as noites em que Jimin deitava em sua pequena cama e a voz de noona invadia seus sonhos, repetindo as palavras que mudaram o sentido da vida de Jimin. Ele estava ferido, se sentindo miserável na sua solidão. Seu ômega estava recolhido, grunhindo de tristeza e desamparo e jimin sentiu isso em seus ossos, a compreensão de que dali para frente, ele estaria sozinho.

Com um toque gelado contra o seu rosto, Jimin sacodiu a cabeça dos seus pensamentos com o focinho de Fresia contra sua bochecha. Como se sentisse sua angustia, ela bufou suavemente lembrando-o da sua presença.

— Me perdoe, você tem razão. — ele colocou sua testa contra o pescoço do animal e em troca Fresia bufou novamente contra seus cabelos. — Eu ainda tenho você, não é mesmo? — Jimin murmurou, acariciando sua longa crina, tão branca quanto seu próprio cabelo. — Você é uma boa menina.

Contrariando as palavras de Jimin, a égua enfiou o focinho dentro da cesta que ele levava e beliscou algumas amoras. — Ei! Você acabou de comer sua gulosa. — Ele ralhou em um tom de falsa repreensão e ela saiu trotando feliz em direção as pequenas frutas suspensas da árvore mais próxima.

Jimin a observou ir com um sorriso e agradeceu silenciosamente a deusa da montanha por ter Fresia a seu lado em um momento tão difícil.

Por mais que ele se sentisse sozinho, ele sabia que estava seguro. Ali era sua casa, sua segurança, atrás da grande montanha, atravessando os vales e o rio, ele era livre de certa forma. Em seus dezenove anos, Jimin nunca cruzou com outro aldeão, além logicamente do companheiro de noona, que os visitava frequentemente. Ele era um homem grande e voluptuoso, mas nas raras situações que jimin conversava com ele, sempre se mostrou um homem bondoso e gentil.

Ele voltou seu olhar para a extensão de galhos secos de uma das amoreiras que estava colhendo e ficando na ponta dos pés, ele colheu algumas frutas. Eram as preferidas de noona. Ele ainda tinha um pouco de leite e trigo na cabana, então talvez ele assasse uma torta.

Jimin se orgulhava de ser um bom cozinheiro, ele era bom na arte dos cozidos também, ele cozinhou carne de cervo certa vez que fez o companheiro de noona lamber os dedos.

Seu clã vivia do cultivo da terra e das suas habilidades de confecção de tecidos de lã e linho e com a preparação de unguentos medicinais. Ele sabia disso porque noona e seu marido viviam da agricultura e do que a floresta o ofereciam, Inja-he como noona o chamava, descia entre os vales todas as manhãs para procurar madeira e qualquer material que encontrasse para construir cadeiras, mesas, arcos e até facas. Enquanto isso sua noona confeccionava bolsas de palha, luvas, cestas e casacos com as peles. Jimin a ajudava a colher e extrair ervas e plantas da floresta, e eles utilizavam como preparação para medicamentos e para o inibidor de aroma que Jimin tomava todas as manhãs.

Uma vez por semana, eles desciam a montanha e seguiam um longo percusso até o vilarejo da cidade onde eles vendiam e barganhavam suas confecções.Nas vezes em que noona descia ate la, ela sempre lembrava de trazer pães quentinho da vila e isso enchia o coração de Jimin de felicidade.

Prometida ao rei 👑 jjk + pjm • ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora