↬ × INESPERADO × ↫

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II


O céu já estava escurecendo e Jimin sentiu um mal presságio quando avistou o vilarejo mais abaixo e as pequenas casas de madeira e palha iluminadas pelas luzes dos candelabros. Ele inspirou fundo, tragando o cheiro da fumaça que saia das chaminés. Tudo parecia pacífico... pacífico demais. Ele sabia que duas vielas abaixo ficava a pequena feira livre, e logo após o centro do seu clã.

Por que sua eguá teve que ir logo naquela direção? Puxando seu longo capuz vermelho sob sua cabeça, Jimin entrou na primeira fileira de casas, ele tinha que ser rápido. Ele seguiu pelo caminho e percebeu como todas as vielas pareciam formar um pequeno labirinto. Ele rezou pela deusa, para que não fosse pego, rezou pela sua tia e pediu proteção.

Eu consigo! Eu serei forte!

Ele franziu a testa quando avistou as tendas fechadas acompanhadas do vazio.

— Algo está errado.

ele murmurou para si mesmo. 

Determinado a encontrar Fresia, ele arriscou alguns passos em direção a agitação que ele ouviu vindo da parte central do vilarejo.

A praça da cidade apareceu em frente aos seus olhos e Jimin não conseguiu segurar um suspiro de surpresa ao avistar crianças correndo, pessoas dançando e conversando animadamente em volta do que parecia a entrada do vilarejo. Eles cheiravam felizes. Jimin se sentiu eufórico de presenciar tanta felicidade, e se pegou sorrindo junto ao aldeões. Ele estava encantado. Mas então, houve um barulho de trombetas e a multidão se dispersou tão rapidamente que Jimin foi jogado contra as pessoas que tentavam ter uma vista melhor do que seja lá o que estava acontecendo. Ele olhou rapidamente procurando uma forma de sair daquele mar de pessoas, que abriam caminho da entrada do clã ao centro da praça.

ele espiou por cima do ombro de um dos aldeãos e avistou soldados, dezenas deles. Todos fardados levando a insignia real no peito, um lobo negro, chamas em seus olho... Um séquito real. Um corredor de pessoas se formou em ambos os lados da estrada principal que levava ao topo da colina onde ficava o castelo real. Jimin tinha algumas informações sobre a família real, certa vez ele ouvirá o companheiro de noona comentar o quanto o rei era um irresponsável para com o seu próprio clã e o quão miserável era.

Todos saúdam o príncipe do clã do reino de Northville, Jeon Jungkook.

A voz despertou Jimin dos seus pensamentos e com olhos arregalados, ele acompanhou fascinado a caravana de homens, marchando disciplinarmente em seus cavalos, as pessoas aplaudiam, outras sussurravam, algumas apenas encaravam aturdidas. Homens altos com a estrutura física de quem passa muitas horas caçando ou lutando. Suas peles tão bronzeadas, tão bonitas e coradas, tão diferente da sua própria cor...

Aturdido, Jimin sentiu seu longo cabelo roçar uma das suas bochechas e percebeu que seu capuz havia escorregado, apressado ele tentou puxá-lo de volta, porém as pessoas a sua volta não se mexeram.

A voz casada de noona atravessa seu coração como um a flecha.

Fique nas sombras meu filho.

Ele baixou a cabeça e tentou passar forçadamente pelas pessoas, mas parou quando a multidão repentinamente se calou e Jimin não conseguiu mais lutar contra a onda de pânico que o invadiu.

A respiração de Jimin fica presa na garganta, sua bravatura morrendo junto com a adrenalina de sua grande fuga quando ele levantou a cabeça e imediatamente seus olhos se depararam com o par de olhos mais dourados que ele já viu. 

Um suspiro deixa sua boca e ele apenas encara aturdido a figura imponente montada em um garanhão negro e elegantemente robusto assim como seu cavaleiro. Cabelos tão negros como a noite, acima de um queixo afiado,  mandíbula firme e lábios esticados em uma linha fina de descontentamento. Sua pele cintilava pelas chamas nas tochas e combinava com seu olhar febril, aquilo deixaria qualquer um assustado, mas inesperadamente fazia Jimin acha-lo ainda mais atraente. 

O alfa mais bonito que Jimin já pós seus olhos.

O ômega exalou em êxtase e os olhos ardentes do Alfa voaram na sua direção. Jimin prendeu a respiração quando os olhos dourados varreram seu corpo, parou em seus lábios e se fixaram ali, e Jimin estremeceu quando o alfa pareceu rosnar. Seus olhares se cruzaram novamente e a intensidade do seu olhar queimou Jimin de cima a baixo, ele sentiu um calor incomum inundar o seu corpo e se sentiu úmido entre as pernas. Assustado com sua reação, ele desviou o olhar e deu um passo atrás.

Jimin saiu correndo no meio da multidão, seus olhos focados a sua frente. Seu coração erra uma batida quando arrepios sobem na sua espinha fazendo ele arfar. Sua visão fica turva e ele tenta acelerar o passo, cada vez mais longe da multidão e do alfa misterioso. Ele sente o suor descer pela sua clavícula e seu coração desgovernado no peito. Seu corpo arde, implorando pelo toque do alfa.

— O que está acontecendo comigo?

Ele sente seu ômega rastejando dentro dele implorando para voltar. A cabeça de Jimin se enche de imagens proibidas e sua respiração se torna ofegante.

Ele sentiu o cheiro doce da sua própria mancha e não entende o que está errado, ele havia tomado seu inibidor de aroma antes de sair e nunca experimentou tal sensação.

Ele não entende o que está acontecendo, ele precisa encontrar frésia. Precisa sair dali, seu cheiro atrairia os alfas e ele temeu pela sua vida. Cambaleando, ele tenta chegar as margens da floresta, mas seu plano é cortado quando um par de braços o tiram do chão. Ele tenta gritar, mas dedos ásperos cobrem a sua boca cortando o ar dos seus pulmões.

Fraco, inutilmente tenta balançar seu corpo para sair do aperto de ferro, mas ele mal consegue se manter em pé, então Jimin se desespera, lágrimas inundam seus olhos e ele amaldiçoa por ser tão fraco. Ele pede perdão noona por não ser mais capaz de manter sua promessa.

— Te encontrei, ômega.

Foi a última coisa que Jimin ouviu antes da escuridão o revindicar. 

Prometida ao rei 👑 jjk + pjm • ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora