Cᴏɴsᴛᴀɴᴛᴇ Dɪsᴘᴀʀᴏ - ʀɪʟᴇʏ ʟᴇᴡɪs ᴇ ᴋɪᴏ ᴄʏʀ

Odeio vocês

Eu sou Riley Lewis, e o maior erro da minha vida foi ter nascido na família Lewis, eu daria de tudo pra ter nascido em qualquer outra família, até na do Trump. Se vc achou um absurdo eu ter falado isso, é porque você nunca viu nem 1% do que minha família já fez. Eu odeio meus pais, meus tios e até meus primos, os únicos que salvam são os meus irmãos....na verdade, só minha irmã Mads, que nesse exato momento está viajando pra poder fugir da família, mas ela prometeu que voltaria pra me buscar.
Bom, já o meu irmão Dakota......ele era uma boa pessoa e seria até hoje em dia, se não tivesse morrido de causas desconhecidas a 1 ano atrás. Até hoje eu sinto muita falta dele, e me arrependo de não ter dado um último abraço, se eu pelo menos soubesse um dia a causa da morte dele, dependendo do que fosse, eu com certeza daria de tudo pra vinga-lo. Mas os meus pais fazem de tudo pra acobertar a morte do próprio filho, eles fingem que nunca nem tiveram um filho, eu sempre odiei essa atitude deles. Tenho certeza que eles sabem o motivo da morte, mas sempre que eu perguntava, eles nunca me contavam.
Essa não é a razão pela qual eu odeio minha família, vocês vão descobrir com o tempo.

Pov's Riley

Eu estava finalmente encontrando a mads, e era exatamente como eu imaginava. Ela prometeu que voltaria pra me buscar, e agora estou de frente com ela....
Mas......
Por que eu não consigo sair do lugar?...
Por que eu não consigo chegar até ela?..

VOCÊ É UMA VADIAZINHA- alguém diz.

Começo a respirar cada vez mais fraco

EU VOU TE MATAR SUA PIRANHA- alguém continua dizendo.

Continuo paralisada, não consigo chegar na mads....
e não sinto mais o meu coração.

VOCÊ É UM MERDA, NÃO SERVE PRA PORRA NENHUMA- escuto minha mãe gritando.

Acordo assustada com os meus pais brigando.
fico por um tempo na cama respirando forte e pensando sobre o pesadelo que eu tive. Por ter acordado no desespero como quase sempre, meu olho começa a lacrimejar.

E do nada escuto um barulho de prato quebrando no andar de baixo, na mesma sequência eu percebo passos no corredor e minha mãe abre a porta do meu quarto.

Levanta e se arruma logo, ninguém aqui tem seu tempo- ela fala brava.

Pode dar um tempo pra mim por favor?

Sua vagabunda, se eu tô mandando então você tem que fazer agora- ela vem na minha direção e me puxa pelos cabelos tentando me levar pro lado de fora do quarto.

EU NÃO VOU FAZER AS COISAS QUANDO VOCÊ QUISER- dou um grito.

O que você falou?- ela me solta

Vocês nunca nem tentaram se por no meu lugar, sempre que vocês brigam, acabam descontando em mim sem motivo, vocês já pararam pra pensar como fica o meu psicológico diante disso?- fico encarando ela.

Você é idiota mesmo, não faz nem ideia do que tá falando- ela cruza os braços e fica rindo da minha cara.

É simplesmente por isso que eu odeio vocês. Vocês ficaram com raiva da mads por ter ido embora, mas eu dou razão pra ela, ela realmente fez o certo de ter fugido- começa a descer uma lágrima do meu olho.

Tanto é que ela abandonou a gente né? Principalmente você Riley, vocês se diziam tão próximas, acho que eram tipo carne e unha, mas ela acabou te abandonando né? fugiu e deixou a irmãzinha dela pra trás- ela faz biquinho, como se estivesse com pena de mim.

Eu tenho certeza que ela fugiu de vocês, mas de mim não.....e eu tenho só mais um recado, vai se fuder mãe.

Ela fica me encarando por uns 5 segundos e depois me dá um tapa forte na cara.

Vou conversar com seu pai sobre esse seu comportamento- ela sai indo pro andar de baixo.

Entrei pro meu quarto chorando e tranquei a porta.

Não aguento mais isso, eu já passei por tanta coisa na mão deles, que não dá pra continuar desse jeito. A mads ta demorando demais pra voltar, mas eu tenho que fazer alguma coisa.

Troquei de roupa rápido, arrumei uma mala minha com algumas roupas e algumas coisas aleatórias, peguei o meu celular e um dinheiro que eu juntei escondido caso eu precisasse pra alguma urgência. Fiz tudo isso muito rápido antes que os meus pais chegassem no meu quarto.

Eu tive que arrumar um jeito de sair do quarto, mas a única maneira seria pela janela, sendo que meu quarto é no segundo andar, então só me restou pular.
Joguei minha mala em um arbusto lá embaixo e acabou não fazendo muito barulho. Passei pela minha janela e botei o pé no telhadinho da sacada que ficava na porta dos fundos, desse telhadinho eu consegui sentar e pular no mesmo arbusto que tinha caído minha mala.
Rapidamente eu saí dos arbustos e fui andando pra estação de metrô.

Eu estou completamente sem rumo, não faço a mínima ideia pra onde eu vou, mas do mesmo jeito foi melhor eu ter fugido sem nenhum lugar pra ficar, do que continuar naquele inferno.

Depois de uns 15 minutos caminhando, eu cheguei na estação.
Sentei em um banco perto de uma pilastra e fiquei pensando pra onde eu iria.

Pego meu celular e começo a checar minhas últimas conversas... quando eu me deparo com o contato da Indiana.

MEU DEUS, A INDI...
Como eu não pensei nela antes??

A Indiana é a minha melhor amiga desde o 6° ano no colégio, ela já me ajudou diversas vezes, em qualquer situação. Sempre se preocupou muito com a minha relação com a família, só que eu sempre fingia que estava "tudo bem".
Eu espero que dessa vez ela possa me ajudar, porque eu preciso muito dela.

Entro no contato e ligo pra ela.

Oi Riley, aconteceu alguma coisa?

Oi Indi, desculpa te ligar essa hora, mas realmente aconteceu algo comigo.

O que houve? Pode contar- ela fala preocupada.

Aconteceu de novo, aquele negócio com meus pais...

Meu Deus Riri, você ta machucada?

Eu levei um tapa da minha mãe, minha cara ainda ta um pouco vermelha, mas tá tudo bem- falo respirando fundo.

Você precisa de ajuda??

Vou precisar...felizmente eu fugi de casa, mas eu não tenho nenhum lugar pra ficar. Teria problema se eu ficasse na sua casa? Eu realmente to precisando de ajuda- continuo respirando forte.

Riley me desculpa mesmo, mas os meus pais vão fazer reuniões importantes eventualmente e eles já falaram que não querem que eu chame nenhum amigo pra cá- sinto ela falando triste.

Por favor Indi, só por uma noite, eu te imploro, não tem outro lugar pra eu cair morta.

Tudo bem, mas você vai precisar ficar escondida, meus pais não podem te ver aqui

Muito muito obrigada mesmooo, estou indo- falo feliz.

Te vejo daqui a pouco, e não esquece de entrar pela porta dos fundos- ela desliga o telefone.

Guardo o meu celular e pego o metrô que vai pra casa dela.