Capítulo 5

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LAURA

Terminei de atender o último cliente do Café e assim que o mesmo saiu do estabelecimento, me coloquei a limpar meu local de trabalho. Era cansativo, não tinha como negar, mas eu gosto de trabalhar aqui. As pessoas são incríveis, meu chefe me ajudou muito quando comecei aqui e até mesmo meus colegas de trabalho. Não havia lugar melhor para começar a vida.

Antes eu pensava isso, agora, não tinha mais ideia de que rumo seguir. Queria tanto continuar minha faculdade de bacharel em licenciatura, mas parece que meus sonhos foram por água abaixo.

Lucas voltou para sua escola, estava muito feliz por estar de volta com seus colegas. Avisei que minha mãe não podia pegar ele, até porque meu irmão sabia muito bem como voltar sozinho pra casa. Mesmo que estivéssemos em outra moradia. Eu fico preocupada, mas assim que ele chega na casa dos meninos, liga pra mim no mesmo momento. Isso me alivia, e só assim consigo trabalhar tranquilamente pelo resto da tarde.

- Já estamos fechados! - Avisei assim que ouvi o sininho da porta soar.

Geralmente, nesses últimos minutos, o fluxo de clientes diminuem. Acho que a maioria já pegou os horários, até mesmo o de fechar. Por isso, é muito raro ter pessoas visitando no horário de término.

- Ah, que pena, queria tanto um chocolate quente.

Infelizmente, nem todos os clientes eram tão queridos. Ainda mais quando eles possuem a arrogância que Mila tem. Eu não entendia o motivo, mas ela estava frequentando diariamente o café e claro, sempre jogando seu veneno pra cima de mim. Não podia perder a cabeça e me ferrar no emprego por conta dela, mas às vezes é difícil de ouvir certas coisas e continuar indiferente.

- Já estamos fechados.

Terminei de limpar o suporte das máquinas, descartando os lenços na lixeira. Mila se debruçou no batente, cutucando as unhas postiças na área livre, fazendo aquele barulho irritante ecoar.

- Eu ainda estou aqui e pelo o que sei, uma loja só fecha após o último cliente sair. - Falou, com um sorriso debochado na boca.

Respirei fundo, me obrigando a não dar ouvidos para ela.

- Então, vou querer um chocolate quente. - Pediu, pegando a sua bolsa. - Ah, e coloque chantilly por cima.

Eu não ia fazer nada pra ela, meu horário já havia acabado e o café está fechado. Se ela quer chocolate quente, com chantilly por cima, que venha até a máquina e faça sozinha. Deixei-a no balcão, com seu ar de prepotência, indo até o armário dos funcionários e trocando de roupa. Assim que terminei, peguei minha mochila e saí pelos fundos. Geralmente, eu pegava um ônibus, mas hoje Bart havia pedido para me levar até sua casa. Então, de acordo, esperei nos fundos do Café.


- Achei que havia feito um pedido à você.

Fechei os olhos, ouvindo a voz de Mila mais próxima de mim. Seu salto agulha fere o chão de uma maneira bruta, deixando meus ouvidos irritados.

- Esse não é seu ganha pão? - Perguntou. - Devia atender melhor as pessoas que estão pagando seu salário, querida.

- Eu atendo, mas no meu horário de trabalho.

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