Omar

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Visão Omar

Omar...

Meu pai quem escolheu esse nome. Significa "Eloquente". Ele me batizou com esse nome como uma herança, em homenagem ao meu avô. Meu avô fez o meu pai prometer, quando ele era adolescente, que ele iria usar as palavras dele como arma e proteção, contra o mundo ruim em que eles viviam.

A partir daquele momento ele fez jus a promessa que fez, e isso salvou a vida dele muitas e muitas vezes. Ele lutou para ter uma vida estável e para construir uma família e quis dar esse nome a mim para que eu não me esquecesse nunca de ter eloquência, para não me calar de ante das pessoas que fecharem portas para mim.

Quanto mais eu vivo eu vejo a importância e o peso que esse nome tem, e quanto mais eu vivo eu vejo o quanto eu não mereço ele. Não mereço o significado dicionário dele e ainda menos o significado sentimental dele. E essa ficha vai caindo a cada erro que cometo, como nesse momento.

São 2:00 da manhã de uma terça feira e eu estava numa delegacia esperando para ser interrogado, com a inspetora decidindo o que vai me perguntar, foi o que eu entendi com aquela movimentação toda lá fora.

Eu me vi ali naquela sala vazia e fria. Eu sei que estão analisando cada expressão que faço do outro lado do vidro.

Assim que eu viro o meu rosto em direção a parede ao meu lado ela entra na sala de interrogatório. Depois que ela se senta na cadeira outra pessoa entra. Fiquei feliz no primeiro segundo ao ver ela, Azucena, logo depois meu sorriso quebrou em mil pedaços ao ver a expressão em seu rosto.

—Azucena — falei quase sussurrando e um pouco surpreso.

—Oi, Omar. Como está se sentindo?

—Sem enrolação. Vamos pular essa fase por favor — eu falo sem mais nem menos — o que está acontecendo aqui, exatamente.

—Já vamos chegar lá. Antes eu quero te lembrar que eu estou aqui para te livrar de uma bomba que pode destruir a sua vida, ok? Então peço que colabore comigo e com a inspetora. — assim que ela terminou a frase eu entendi tudo o que estava acontecendo ali.

—Tudo bem — eu falo depois de pensar muito.

—Ótimo. Pela sua cara você já entendeu a minha proposta, certo? — a inspetora fala assim que Azucena termina.

—Vocês querem que eu traia a confiança dos meus amigos e a do Ander - eu afirmo e a encaro.

—Delatar, Omar. Trair é uma palavra muito forte!

—Vamos direto ao assunto! Vocês não tem nada contra mim nem contra meus amigos. Porque eu deveria negociar com vocês se não tem nada pra me dar em troca?

—Você falou que não temos nada contra vocês, certo? Mas como pode ter tanta certeza? — a inspetora fala com um sorriso de canto. Naquele momento eu só consegui ficar com medo e paralisado. Se ela queria me intimidar parabéns... ela conseguiu! - Nós conversamos com o Ander. A 30 minutos atrás. E você vai se surpreender com o que ele falou.

*Flashback Ander on*

—Você é louca se acha que eu vou entregar meus amigos e o meu namorado assim. — Ander fala com o tom de voz alto sem nem esperar a mãe terminar. — Eu juro, mãe, juro que esperava essa dela mas nunca de você.

—Ander, acalme-se. Eu estou aqui para de ajudar a sair dessa. Esse seu desespero por atenção já está ficando feio. Se você não fizer isso você vai pra cadeia. — ela fala quase cochichando. Ficou claro que ela falou uma coisa que não deveria ter falado.

—Do que sê tá falando?

—Aceite... e você não será julgado no tribunal. Eles tem informações que podem encerrar o caso de vez. — ela fala a verdade e encara a inspetora - Fale para ele!

Ander & Omar? Tente na próxima (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora