Capítulo 3

1.1K 137 71
                                    

    Turco

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Turco

    Nós saímos do galpão, deixando a mulher assustada, com a Arlequina. Que merda! Aquilo não poderia ter acontecido! Nós tínhamos um plano bem elaborado, e não incluía sangue inocente ou reféns desnecessários. Aquela era a primeira jogada na direção do nosso real objetivo, e já estávamos tendo que lidar com problemas.

    O olhar apavorado da moça, ao ouvir minha permissão para Arlequina matá-la, se necessário fosse, surgiu em minha mente, fazendo-me sentir mal por vê-la naquela situação. Mas, era preciso que ela tivesse medo de tentar fugir, ou o problema só se complicaria ainda mais. Ela não precisava saber que minha ordem era um blefe. 

    ㅡ Não era melhor avisar a Arlequina que ela não têm mesmo permissão para matar a guria? ㅡ Chopper, nosso Capitão da Estrada, aquele que organizava as melhores rotas em nossas viagens e missões, o terceiro na ordem hierárquica do motoclube, perguntou baixo, caminhando ao meu lado esquerdo, para ter certeza que a mulher não ouviria, enquanto nos afastavamos da porta do galpão, pelo caminho lageado, alisando a barba loira crescida, que contrastava com sua careca. 

    ㅡ A Arlequina não seria louca! ㅡ Chivas, o vice-presidente, caminhando ao meu lado direito, declarou baixo também, em tom calmo, como normalmente era sua postura, exceto em casos extremos. Eu já tinha visto seu rostinho bonito virar na face do próprio demônio e seu olhos azul-bebê serem capazes de congelar o inferno. 

    ㅡ Seria, sim! ㅡ Monster, o nosso Tesoureiro, responsável pelas finanças do MC e nosso hacker pessoal, disse rindo, com sua voz extremamente grossa, que combinava perfeitamente com sua aparência gigante.

    Ele conhecia bem o temperamento psicótico da nossa Coletora de Almas, Arlequina,  a membro mais dedicada em fazer valer os meus comandos e do VP. Quando a morte lhe era confiada, não havia nada sobre a terra capaz de pará-la, antes que sua missão fosse cumprida. Ela era a personificação do próprio Ceifeiro em nossos emblemas. 

    ㅡ Não, não seria! ㅡ disse sério. Eu conhecia bem a Arlequina. Ela era louca e impulsiva. Mas não era burra ㅡ Ela sabe bem as consequências para quem descumpre as regras do clube. 

    Ela sabia que não poderia matar a mulher sobre seu poder sem que houvesse uma votação antes. Eliminar um inocente, sem que todos os membros estivessem de acordo, era a passagem de ida para fora do MC, e Arlequina era focada demais em sua vingança pessoal para arriscar ter que se afastar do clube apenas para satisfazer sua necessidade de intimidar qualquer mulher que o Monster se mostrasse interessado. 

    Aquele jogo de gato e rato que eles viviam chegava a ser irritante, e se eu não soubesse as razões que impediam a Arlequina de laçar o grandão, que de bom grado se colocaria de joelhos aos seus pés, já teria explodido com seus ataques de ciúme velado. Porém, eu conhecia seu passado, e a entendia melhor que todos. Então, eu relevava seus teatrinhos de horrores para as mulheres que tinham a infelicidade de cair nas graças do nosso gigante, o que eram muitas. 

Ases do Inferno - Sedução sobre Rodas (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora