Walburga Black

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- Tom, meu Tom- começo a dizer olhando atentamente em seus olhos lindos, que eu tanto gosto de os ter virados para mim- eu gosto de você, não nego, mas eu não quero estar com você, sabendo que você faz aquelas coisas...eu não me sinto feliz sabendo disso, Tom...eu fiquei em choque com tudo que ouvi naquela sua reunião...eu não pertenço a essa sua realidade, eu quero ser feliz e não serei feliz matando a grande parte do mundo bruxo- sussurro a última parte, para apenas ele ouvir- eu quero muito estar com você, mas não aguentaria minha própria consciência, eu morreria Tom - o que não deixa de ser mentira, uma deusa morre se for contra sua própria natureza.

- Dea - ele tenta dizer, mas coloco meu indicador em seus lábios macios o calando.

- Tom, eu não posso estar romanticamente com você - falo fazendo um esforço sobre humano para não desabar de tristeza. Mas essa é a minha decisão por hora.

- V-você....eu....eu não vou desistir de nós, Dea. Você é minha, eu sei que é minha, e pode demorar para acontecer um nós, mas eu sei que você nasceu pra ser minha, assim como eu nasci pra ser seu - dá um beijo casto em minha testa e se afasta de mim, sem me dar oportunidade de fala.

   Minha deusa, o que foi isso? Ele sente...ele sente o que nós somos, eu gosto tanto de Tom, mas agora não posso deixa-lo me ter assim, não posso abrir mão do que sou, o fardo que carrego é muito pesado para ser solto assim...imagino quando ele souber verdadeiramente o que sou...
   Meu Tom, como pode uma deusa se sentir tão apaixonada por um mortal? Não sei, sinceramente, dezenove séculos vividos e eu nunca tinha sentido a sensação forte da paixão bater aceleradamente em meu peito, e a decepção, a saudade e os arrepios com os toques suaves e gentis.

  Já tive diversos amantes, mas nenhum nunca alcançou meu emocional da forma que este moreno faz. Tão misterioso, tão envolvente...tão selvagem. Ele me faz subir nas nuvens e voar igual um passarinho. Boba, Tom Riddle me fez virar uma boba.

  Balanço minha cabeça brevemente tentando dispersar os pensamentos estranhos que me cercam nos últimos dias.

  Me encaminho em passos ligeiros para o salão comunal, afinal, daqui dez minutos é o jantar e não nego que a comida dos humanos é maravilhosa e viciante, não perco por nada.

  Adentro o lindo cômodo decorado em verde e prata, dou de cara com os meus amigos. Fico os olhando sem saber o que fazer, ser um bruxo e um humano é muito estranho, tem que pensar em cada ação que faz.

- Olá meus queridos - digo simpática indo até eles. Sou surpreendida com um par de braços fortes me girando no ar.

- Eu estava com tanta saudade de falar com você, princesa ruiva - Evan Rosier fala ao me descer ao chão novamente.

- Eu também estava, Eve - faço uma leve carícia em sua mão.

- eu também mereço um abraço tá - Órion cruza os braços no peito, sendo seguido por Alphard, Canopus e Abraxas.

  Dou um abraço e um beijo em cada um, até parar na figura recém chegada ao lado de Abraxas.

  Me aproximo de Tom e me levantando na ponta dos pés, dou um beijo singelo em seus lábios, apenas para lembra-lo qual era o seu lugar em meu coração, por mais que eu me afaste dele, o meu coração pertence a ele e isso eu sei que nunca vai mudar.

  Saio com rapidez de perto dele envergonhada e me posiciono ao lado de Mafalda, percebendo que  Walburga não se encontrava no salão, onde ela está? Isso não é da minha conta, de qualquer maneira.

- Estavamos com tanta saudade de você, Dea...- Abraxas fala meio exitante.

- Eu também estava com saudade dos meus amigos - respondo sorrindo para eles - vamos jantar, minha barriguinha pede por comida - falo animada me direcionando novamente até a entrada do salão comunal sonserino.

- Não sei como consegue comer tanto, Dea - Mafalda ri de minha empolgação- eu como um pedaço de pudim e já me sinto cheia.

A olho em choque e faço sinal de negação.

- Cruzes, comida é tudo de bom - Canopus levanta a mão no alto eu bato na mesma com a minha, ele me encara confuso e eu apenas dou de ombros.

  Seguimos para o salão principal em meio a conversas amenas e divertidas.

  Me sento na mesa sonserina e logo em seguida, para minha total descrença, Tom se senta ao meu lado e me puxa disfarçadamente para mais perto dele. Sinto seu perfume invadir minhas narinas e contenho o gemido que tentava sair desesperadamente de minha garganta.

Começamos a comer tranquilamente até que uma Walburga estressada adentra o salão parando em minha frente, apontando o dedo em minha cara:

- Eu só vou te dar um aviso, Dea Néfus...fique longe do que me pertence, sua vadiazinha de quinta.

- Me desculpe Walburga, mas o que eu te fiz, minha querida? - questiono serena, ah adolescentes, como são difíceis de lidar.

- O QUE VOCÊ FEZ? -ela grita chamando atenção de todos a nossa volta - você acha que pode ficar se esfregando por aí com o MEU FUTURO MARIDO? Ele é meu, Dea Néfus...você não é nada, além de uma vadia puro sangue, rica que se acha a única de Hogwarts...mas você é só mais uma ridícula que ele vai tirar a pureza e deixar jogada no armário de vassouras - ela termina seu discurso de ódio.

  Eu respiro fundo três vezes, até que me levanto de meu banco sob o olhar de todos em mim.

- Walburga, sente-se um pouco, você está se sentindo muito mal e sabe que não deveria dizer isso, venha...tome um pouco de água, minha querida - olho no fundo de seus olhos castanhos, confesso que talvez esteja usando meus poderes para acalma-la e tentar passar um pouco de paz para seu coração magoada e ferido.

- E-eu... não sei - ela tenta se explicar e lágrimas começam a surgir em seus olhos, toco em seu braço com leveza, passando um pouco de tranquilidade para ela.

- esta tudo bem, minha querida...beba água sim? - ofereço um copo de água, que levemente o concedi um pouco da minha energia vital, pois a menina na verdade estava tão acabada por dentro.

A verdade é que quando apontamos nosso dedo para dizer coisas para alguém, estamos dizendo a nós mesmos, quando apontamos um dedo para alguém é como se sete dedos aponta-se para nós.

  Walburga bebe a água e caí sentada no banco, chorando igual um bebê.

- M-me desculpe Dea, eu não sei o que deu em mim, eu apenas senti que -  a silêncio com a mão e falo afagando seus cabelos.

- está tudo bem querida, eu sinto muito se a passei a imagem errada... - falo tentando sorrir para ela, a verdade é que raramente sinto algo ruim por algo, e eu ainda tento manejar as situações da melhor forma possível, mesmo que me doa.

- Não sinta, Dea...você é adorável - Órion diz intercalando seu olhar entre mim e Walburga aparentando estar irado  - Você... Walburga, eu não sei o que dizer....eu estou muito, muito irado... - não escuto mais nada e apenas me levanto do meu banco um tanto fraca, saio andando do salão principal, sentindo algo molhado cair de meus olhos...ótimo, estou tão mortal que até chorando estou.

   Adentro o salão comunal e vou direto tomar um banho pra tentar aliviar a minha queda de magia, eu estou ficando tão fraca...

  Volto para o salão comum e me sento em um sofá em frente a lareira, tentando fazer o meu corpo se reestabelecer. Eu sentia algo tão ruim em meu ser, a verdade era que quando eu havia tocada Walburga, eu peguei para mim todos os seus sentimentos massantes, e eu entendo o que ela sentia...eu mal conseguia respirar.

   Eu não acredito no quanto estou fazendo por amor.

O Amor de Uma Deusa - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora