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CAPÍTULO QUATRO
Drew
Numa sexta-feira à noite em abril de 1995 meus pais tinham um jantar beneficente para comparecer. Eu estava sentado no colo da mamãe em frente à lareira e ela cantava baixinho para que eu fosse dormir. O que ela não sabia era que eu não podia dormir ouvindo uma voz tão bonita como a dela e por isso passava horas acordado em seu colo. Obviamente eu não me lembro disso, mas são palavras que nossa fiel governanta dizia e minha antiga babá confirmava.
Mamãe estava linda trajando um vestido branco de tecido macio e leve. Seus cabelos loiros caíam soltos sobre os seus ombros em lindas madeixas encaracoladas. Ela estava bem maquiada e muito cheirosa. Usava no pescoço uma gargantilha de brilhantes e nas orelhas brincos que combinavam perfeitamente. Foi um presente do papai pelo seu aniversário do ano anterior. Bom, isso também são coisas que eu só soube quando era mais velho. Só que nas minhas mais profundas lembranças eu posso vê-la exatamente como ela estava naquele dia e eu também posso me lembrar de suas palavras antes de me deixar. Mal sabendo ela que me deixaria para sempre.
— Está na hora de ir dormir, querido — mamãe havia sussurrado. — Amo você, Andrew, de coração e alma para todo o sempre.
Ela tinha costume de sussurrar aquelas palavras todas as noites antes de eu ir dormir. Naquela época eu não entendia o significado delas, apenas sabia que devia ser algo muito importante para a mamãe. Quando fiquei mais velho, vovó me contou que mamãe disse aquelas mesmas palavras "Amo você de coração e alma para todo o sempre" para o papai quando se casaram. Pois mamãe acreditava que, quando se amava alguém, você amava com o coração, mas também com sua alma. Não importava quantas vidas vivesse, sua alma amaria eternamente aquela mesma. Por isso ela também as destinava para mim, mamãe acreditava que mesmo estando longe um do outro, nosso amor seria eterno. Eu a admirava por acreditar em um amor tão forte assim, pois acho isso uma grande bobagem. O verdadeiro amor é para poucos, não é todo mundo que vai encontrar alguém para amar da forma como meus pais se amavam.
O fato é que aquela noite foi a última vez que escutei aquelas palavras saindo de sua boca. Logo depois ela me colocou na cama, me cobriu, me beijou e saiu com o papai, que também havia passado no meu quarto e dito que me amava. Lembro-me de fechar os olhos e dormir, sonhando que mamãe cantava baixinho para mim. Mas também me lembro como se fosse hoje de quando naquela madrugada vovó entrou no meu quarto chorando. Ela tentava disfarçar, mas as lágrimas caíam impiedosamente.
Acordei e sentei-me na cama, olhando sem entender o que estava acontecendo. Ela se aproximou e me puxou para o seu colo e então mais lágrimas vieram. Chorei junto a ela mesmo não sabendo o que havia acontecido, só sei que fiquei assustado. Ela parecia arruinada, triste, desolada. Abraçou-me muito forte e me segurou assim pelo que pareceram horas. Quando me afastou, suas lágrimas estavam secas e seu rosto parecia contido. Ela me deu um sorriso fraco e sussurrou:
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Outra vez casados / Duologia Amores Premeditados - Livro 1
ChickLitAviso: Este livro contém apenas capítulos para degustação. Você pode encontra-lo completo na Amazon.com.br Andrew Simons é um playboy milionário que vive à custa de sua avó Elizabeth - a verdadeira proprietária da Simon's Construtora. Drew está acos...