A história de uma menina Tuga

Capítulo três

Marisa Monteiro

No fim do castigo, o mesmo que fora injustamente, dado só a mim e ao Arthur! Aliás, eu nem sequer fiz nada a não ser impedir para que as coisas não fossem longe demais! Nem deu tempo para que pudesse justificar-me. Mas também não queria lutar com aquele velho demoníaco. Ainda me mandava mais cedo para o Inferno e ainda não realizei todos os meus objetivos de vida! Como acabar com a injustiça e a maldade do mundo!

Eu e o meu mais recente amigo, Arthur, fomos dar uma volta pela cidade, para conhecer o lugar onde irei habitar por algum tempo. Mesmo sendo de noite, ainda deu para conhecer alguns lugares. Confesso, que estou a gostar de a conhecer. Tem grandes parques muito bonitos, onde pode-se fazer exercício físico ou até mesmo fazer piqueniques com a família e amigos. Como é óbvio, tudo é diferente de Portugal, da terra onde nasci e cresci. Posso dizer, que retirando o meu casal favorito, a Carolina e o Salvador, não tenho saudades nenhumas de casa. Sem exageros, eu era infeliz naquela terra. O que me manteve sã de mim mesma fora somente a cumplicidade que tenho com os meus dois melhores amigos. Apesar disso arranjava na mesma sarilhos. Talvez por chamar atenção da minha mãe, dado que, ela deixou-me de lado quando se separou do meu pai. Ela nunca fora capaz de superar e, agarrou-se ao álcool e, foi doloroso, vê-la num estado tão lastimável.

Para não ter que cruzar com a minha mãe, saía cedo de casa e chegava tarde, dando desculpas como: trabalhos de grupo ou saídas com amigos. Neste caso, com os meus dois únicos amigos. Passava maior parte do meu tempo com eles, até cheguei a dormir em casa de cada um, somente para não ter que ver a figura ridícula da minha mãe.

Entramos numa rua e encontrava-se muito movimentada. Olho em redor e havia lojas e lojas de roupa de marcas caríssimas. Passamos por um Starbuck's, que estava lotado até a pinha e, ao lado, encontrava-se uma livraria. FANTASY WORLD. Por fora vi que era um espaço bastante grande. Fiquei agora com muita curiosidade de conhecer, visto que, irei precisar de livros para conseguir guiar-me neste país estrangeiro.

Maior parte das pessoas eram adolescentes, cujas mesmas, levam centenas de sacos nas suas mãos. Era notório que são filhos de pais riquíssimos. Esbanjarem o dinheiro dos papás em coisas ridículas e, o pior, é esfregarem na cara das pessoas que não têm possibilidade de comprar, nem que seja uma coisa banal como um relógio. Confesso, que maioritariamente das minhas brigas, era por causa dos riquinhos. Nas escolas que frequentei, havia favoritismo e isso irritou-me tanto. Enfrentei os diretores da escola sobre a falta de civismo para com os outros alunos, até havia alunos que estavam no meu lado, e tudo que essas pessoas mesquinhas fizeram, foram somente suspender-me, até chegar ao ponto de expulsarem-me! Eu sei que irei encontrar mais maldade e injustiças no mundo, mas enquanto for viva, irei fazer de tudo para quebrar a desigualdade e, finalmente, haver equilíbrio na sociedade!

Por fim, paramos na frente de um café. GARDEN CAFE. Entramos e fiquei rendida ao interior do espaço. Era bastante grande e havia mesas espalhadas pelo interior, tinha sofás encostados na parede de cor cinzenta. Pendurado juntamente com as luzes, para iluminar o local, tinha vasos de flores, dando assim, cor ao interior. Nas paredes também tinha vasos de outras flores, também havia escrito nas paredes, frases inspiradoras. Live like you're going to die tomorrow. Learn as if you were going to live forever. Foi o que captou a minha atenção e era uma das frases de Gandhi. Sempre achei inspiradora a vida que levou. Era uma pessoa correta e honesta.

No outro lado do café, tem um balcão grande, onde tinha mais espaço para as pessoas quiserem tomar alguma coisa rápida, incluindo também, o local de pagamento. E o melhor, é que têm uma boa música de fundo para alegrar o ambiente. Maior parte das músicas eram em mandarim mas até que ficam no ouvido. Parece que irei mesmo gostar de aqui estar.