Capítulo cinco

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Marisa Monteiro


"- Jackson, estou a perder a paciência contigo! Estamos aqui há mais de três horas e, tudo o que fizeste, foi simplesmente empatar-nos! Se fosse por mim já serias comida para tubarões! Mas infelizmente, o chefe tem mais paciência e essa é a tua sorte!

-O chefe autorizou.

-Finalmente, os céus ouviram as minhas preces!

-Quais é que são as tuas últimas palavras?

-POR FAVOR E.. "

Acordei para a realidade quando ouvi o último toque do fim das aulas. Olhei em meu redor e vi os alunos a irem-se embora para o fim-de-semana. Regresso a minha atenção para o cacifo, onde estava a guardar alguns livros e, troca-los por outros para estudar. Fecho a porta do cacifo e encosto a minha cabeça da mesma, respirando fundo. Tenho passado noites em branco desde aquela maldita noite! Sempre que fecho os olhos, aparece sempre a cara daquele homem horrível, entusiasmado por matar aquele inocente.

-Marisa?- virei-me para o lado e vi que era o meu amigo Arthur.

-Sim?-perguntei levando os meus dedos penteando um pouco os meus cabelos castanhos, disfarçando o meu nervosismo.

-Está tudo bem?- vi no seu olhar que estava mesmo preocupado.

-Sim está não te preocupes.- assegurei tentando fazer esquecer o assunto.

-Certeza? É que tenho reparado que andas um pouco distraída nestes últimos dias. Nem sequer reparaste que a Claire anda muito calma. Não infernizou a vida de ninguém durante esta semana. Algo deve ter acontecido.- Arthur comenta um pouco desconfiado.

-A sério? Provavelmente, deve ter acontecido alguma coisa. Tenho andado cansada por causa desta minha nova rotina. É muito desgastante e stressante e nem dei pelo estranho comportamento da Queen Bee.- comentei enquanto começamos a caminhar em direção do átrio.

-Nem imagino as voltas que deu a tua vida mas também já sabes que podes contar comigo para o que precisares.- o meu amigo assegura-me e mete uma mão no meu ombro e eu sorri com o seu gesto. Meti um dos meus braços a volta da cintura de Arthur e ficamos abraçados o resto do percurso até à saída.

Contudo, começamos a ouvir vários gritos e vimos que tinha pessoas a formar um círculo em volta do acontecimento. Aproximamo-nos e vimos que era o nojento do namorado de Claire e, a própria, terem uma grande discussão.

-Tu não podes acabar tudo comigo depois de tudo que passamos!- a voz do rapaz mais repugnante que toda a vida conheci, fez-se ouvir pelo átrio todo.

-Foi por tudo que passamos que temos que acabar! Achas justo o que me fizeste passar nos últimos meses?!- das poucas vezes que me cruzei com Claire, mostrava sempre superioridade, como se nada a fizesse quebrar. Porém, esta é a primeira vez que a vi vulnerável. Ela estava mesmo arrasada e ele não está a ajudar nada!

-Mas eu já pedi desculpa pelo que fiz! Tu sabes que eu amo-te!- ele coloca as suas mãos nojentas na cara de Claire. Oh Deus do céu isto está a ser embaraçoso de ver.

-Mas eu já não te amo!- a loira afastou as mãos dele. Vários murmúrios percorrem pelo grande átrio. Victor olhou a sua volta e viu que estava a ser humilhado e, tenho a certeza, que ele irá fazer algo para vingar-se.

-Tu não vais acabar comigo, ouviste-me bem?!- o animal envolveu as suas mãos no pescoço da rapariga apertando-o. Ao ver aquele ato o meu sangue começou a ferver. Afastei-me de Arthur e caminho em direção deles.

A história de uma menina TugaOnde histórias criam vida. Descubra agora