Capítulo nove

23 2 34
                                    


Marisa Monteiro

Aos poucos, começo abrir os meus olhos, parecendo que tinha acabado de dormir uma sesta. Contudo, sinto a minha cabeça a doer e, por instinto, levo a minha mão a cabeça. Mas não consegui mexer a minha mão, aliás, não conseguia mexer nenhum membro do meu corpo. Olho para o meu corpo e vi que estava amarrada a uma cadeira. A minha pulsação aumentara e não estava a conseguir respirar bem, o ar não passava pela minha garganta. Olho em meu redor e vi que estava numa sala abandonada. Só conseguia ver vidros de janela espalhados no chão, poeira no ar, teias de aranha e, posso acrescentar que também tem ratos, visto que, acabei de ver um. Antes de reagir devidamente, ouço uma voz familiar.

-Dormiste bem, bela adormecida?- olho para o homem e era a pessoa que matara aquele homem inocente.

-Mas que raio é que vem ser isto?! Tu por acaso tens algum fetiche por mim ou algo do género? Não sabes que assédio sexual dá prisão? E juntar um sequestro a lista, deve dar-te pelo menos dez anos de cadeia!- comento sarcasticamente mas o meu nervosismo era bem notório.

-Ai Nühái, tu és uma menina bonita mas quando abres a boca estragas tudo. Sabes eu poderia fazer-te tão feliz.- ele diz pegando numa madeixa do meu cabelo.

-Larga-me seu monte de merda!- grito tentando afastar o seu toque.

-Ei o que vamos fazer com o telemóvel dela? Está sempre apitar e isso está-me a enervar!- uma voz interviu antes que ele fizesse mais alguma coisa.

-Quem é ?- Shang pergunta virando-se para ele.

-É de um rapaz e é bastante irritante!

-A Marisa já tem namorado? Que dececionante.- Shang comenta levando uma mão ao peito fingindo-se magoado.- Pensava mesmo que teríamos hipótese.

- Porque haveria de dar hipótese a um violador mais horrendo do Universo como tu?!- exclamei furiosamente. Houve alguns murmúrios e risadas no ar mas antes que ele fizesse alguma coisa, uma voz interveio.

-Não vale a pena gritares porque ninguém te poderá ouvir daqui. Se te tivesses metido na tua vida, não estarias aqui neste momento. E tu dá alguma desculpa para que ele nos deixe em paz! Já deverias ter tratado disso há mais tempo!- ouvi a voz de outra pessoa e era quem tinha uma cicatriz horrenda na cara.

-Estás a falar do dia, em que este idiota, queria ser uma mulher muito mais bonita que a Mariah Carey?- comento com um sorriso provocante. A sala fora consumida por várias gargalhadas, fazendo com que Shang ficasse vermelho que nem um tomate. O mesmo caminha na minha direção bastante furioso e manda-me uma chapada. Com a tamanha dor comecei a ter flasbacks, daqueles dias que atormentam os meus sonhos mais sombrios. A voz dele percorre na minha mente e, os meus gritos de pedido de ajuda, começaram a ser audíveis na minha cabeça. A minha respiração começou a ser curta e, estava neste momento, a ter uma crise de ansiedade, juntamente, com um ataque de pânico.

-AAAHHHHH!!! TIREM-ME DAQUI!!!-grito histericamente abanando-me para tentar soltar-me.- POR FAVOR, SOLTEM-ME!! NÃO ESTOU A CONSEGUIR RESPIRAR.- digo com as minhas lágrimas a escorrerem pela minha cara, demonstrando a minha aflição. Reparei que os homens olhavam entre si, a ver se me ajudavam ou, simplesmente, ignorarem uma menor a ter um ataque.- AI POR..FAVOR EU NÃO..ES..- digo agora soluçando e cada vez era mais difícil de respirar. Por fim, consegui apelar à sensibilidade de um deles e veio em meu socorro. Enquanto ele me soltava vi que ele tinha uma arma e, no momento, em que estava livre, levantei-me e peguei na sua arma. Mandei-a na sua cara e empurrei-o para longe de mim.

De seguida, virei-me para os restantes e atirei em dois homens nas pernas e, ambos caem para o meio do chão gritando por causa das dores. Mando a arma em direção a um e, por instinto ele apanha e aproveitei a situação mandado um pontapé no seu abdómen e cai para o meio do chão. Sinto alguém agarrar-me por detrás e mandei-lhe uma cabeçada, largou-me e recua o seu passo, para recuperar do golpe. Antes que mais alguém fizesse mais alguma coisa, sinto uma coisa metálica encostado na minha cabeça.

A história de uma menina TugaOnde histórias criam vida. Descubra agora