Capítulo seis

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Thomas Zhang

Pareceu-me ter visto a Marisa a entrar no elevador. O que será que ela estava a fazer aqui? Será que foi ela que salvou o meu sobrinho? Ou talvez veio visitar alguém? Tantas perguntas vagueiam na minha cabeça sem ter uma resposta concreta. Mas também não era importante, o que interessa neste momento, é a saúde do meu sobrinho Jacob.

Entro no quarto que, anteriormente a enfermeira me indicara, e vejo o rapaz deitado muito sossegado, a descansar. Quando estava perto dele vi as grandes marcas que tinha na sua cara e fechei os olhos muito frustrado. Eu devia ter estado com ele quando tudo aconteceu. Sou o único que sei o seu maior segredo. Avisei-o tantas vezes para afastar-se desse mundo e agora está numa cama de hospital! Passo os meus dedos pelos meus cabelos castanhos, respirando fundo, tentando acalmar-me.

Peguei numa cadeira movendo-a para perto dele e sentei-me. Coloquei a minha mão sob a sua, dando a entender que ele não estava sozinho.

-Porque é que não me ouves, Jake. Não podes fazer-nos isto. Vocês já perderam uma mãe, não faças isto à tua irmã.- disse enquanto acariciava as costas da sua mão.- Nunca deveria ter-te deixado sozinho quando precisavas mais de mim. Se algo te aconteceria nunca me iria perdoar. Não poderia perder-te a ti também, miúdo.- deitei a minha cabeça por cima da sua mão e deixei as minhas lágrimas caírem. Alguns minutos depois acabei por adormecer de tão cansado que estava mentalmente.


Cinco anos atrás

– Zhang, volta para a base! Não conseguirás passar pelo fogo inimigo sem uma equipa de reserva!- ouvi o meu comandante falar pelo walkie talkie.

-Senhor, nós estamos muito perto para pudermos recuar! Nós conseguiremos resgata-los!- digo eu contrariando o meu superior.

-Zhang, eu não digo mais nenhuma vez! Isto é uma ordem!-desliguei a estação e foco-me no salvamento dos reféns.

-Thomas, tu sabes que não conseguimos passar. Temos que voltar para trás!- o meu melhor amigo, Ye-Jun, advertira um pouco receoso.

-Ye-Jun, já tivemos em situações bem piores do que esta e conseguimos ultrapassar tudo! Nós podemos fazer isto!- ele assentiu e caminhamos, com as nossas armas posicionadas, em direção do prédio abandonado. Olhamos para o nosso redor, procurando por algum oponente e, acabamos por disparar contra algumas pessoas inimigas e, conseguimos entrar no lugar, onde está pessoas de grande renome, sendo feitas reféns.

O sítio estava completamente silencioso, fazendo suspeitar o quão fácil fora entrar aqui. Tendo pessoas ricas como reféns, nunca seria fácil a entrada neste lugar. Pressinto que algo não está certo. Senso que estamos a entrar numa armadilha.

O lugar estava demasiado escuro para obter qualquer visibilidade de alguém opositor. A minha pulsação estava a mil mas estava a manter a calma, devido a um momento crucial como este. O que parecia longos minutos ouço uma voz por detrás de mim.

-THOMAS!!- vi um homem pronto a disparar contra mim, devido aos pontos vermelhos no meu peito. No momento em que ele disparou, Ye-Jun metera-se na minha frente e levara os tiros por mim.

-YE-JUN!!- o pânico percorre nas minhas veias quando vejo o meu melhor amigo, a lutar pela sua vida nos meus braços, enquanto o segurei deitando-o no chão. Adrenalina substitui o pânico e peguei na minha arma, atirando no homem que ferira o melhor soldado que nesta vida conheci. Conseguira matar todos aqueles que apareceram, protegendo sempre o Ye-Jun.

A história de uma menina TugaOnde histórias criam vida. Descubra agora