Sometimes moms and dads fall out of love.

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— Baseado na música When You Love Someone do James TW.

Peter observou o pai se jogar no sofá. Steve estava voltando de mais uma reunião escolar em que ele havia sido chamado pelo comportamento dos filhos. Harley e Peter estavam dando um bom trabalho na escola.
"Foi tão ruim assim?" Peter não se contém em perguntar.
Steve o olha como se quisesse desabar, mas resiste no último minuto. Optando por um sorriso cansado e um gesto curto, o loiro chamou o filho do meio para sentar ao seu lado.
"Um pouco," suspira "Peter, o que vocês estão fazendo—"
"Dada, a gente—" Rogers levanta um dedo em sinal de alerta.
"Só... escuta, filho." Suspira pesadamente, as mãos desarrumando o cabelo cuidadosamente arrumado "Petey, eu sei que isso tudo... isso tudo tem sido difícil. Pra todos." Peter não reconhecia a emoção nos olhos do adulto, azuis tão opacos o encarando quando tudo o que conhecia era o brilho daqueles mesmos olhos durante toda a sua vida "Sei que vocês sabem o que está realmente acontecendo. Vocês todos são inteligentes como o pai de vocês." O carinho na voz do loiro era padrão, o jeito que ele engoliu em seco, não.
"Então... é verdade?" Peter não se conteve, a voz apenas o suficiente para Steve o ouvir.
Rogers ouviria o filho até se falasse mais baixo. Super soldado e tudo mais. Porém, no momento, com as brigas intermináveis e as confusões deles no colégio, ele sentia como se Peter, seu garotinho asmático e de olhos castanhos iguais aos de Tony, estivesse gritando com ele. Acusando-o.
Não estaria errado se o fizesse.
"Eu... Nós..." fecha os olhos "Sim." O peso de seus ombros piora ao abrir os olhos e se deparar com seu outro filho.
"Quando vocês iam nos contar?" Harley bate a porta dos fundos com força.
Steve trinca o maxilar. Harley era sua cópia, o mais velho gostando ou não; poderia ter a mente de Stark, mas seu controle emocional e aparência física sempre seriam de Rogers.
"Nunca." Admite "Não por agora, pelo menos." A risada incrédula dói mais que a última briga que teve com Tony em campo de batalha.
Claro, todos os noticiários gritavam os embates e rivalidades dos últimos meses entre Capitão América e o Homem de Ferro. Ninguém, no entanto, poderia imaginar que aquele casal estava junto, especialmente pelo fato de nunca terem vindo a público, mantendo seus filhos ao abrigo de todos através de barriga de aluguel e mais um abrigo escondido para que pudessem criar os três tranquilamente. Morgan sendo a caçula, o desejo que concedeu a Tony pouco depois de, finalmente, se casarem em segredo.
Casamento esse que se deteriorava a cada segundo pela perspectiva do Acordo de Sokovia.
E por Bucky.
"Claro, vamos deixar as crianças em pura ignorância. Ah, mas vamos sim gritar um com o outro altas horas da noite e deixar Maguna em uma crise choro!" As palavras de Harley queimam. O silêncio de Peter arde igualmente.
"Harley, nós—"
"Nós, o que, Rogers?" Cruza os braços, olhos torcidos em desafios.
Steve passa a mão pelo rosto. Cansado demais para reclamar outra vez do jeito de chamar do filho, jeito esse que se manifestou logo após de toda a tensão se manifestar.
"Eu e seu pai estamos nos separando. Mas nós," olha entre os dois para pontuar sua frase "nós não estamos nos separando." O jeito que o olhar de Peter fica ainda mais cabisbaixo e o de Harley queima ainda mais forte com desafio é o suficiente para fazer as esperanças de reconciliação se afogarem no estômago de Rogers.
"Nós... eu não vou com você." Ele já esperava, entretanto, doeu do mesmo jeito quando Peter falou.
"Imaginei que fossem falar isso." Outro suspiro escapa de seus lábios antes de se por de pé "Eu não os amarei menos por isso." Se dirige aos dois, seus olhos, contudo, travados em seu primogênito.
"Se amasse, escolheria a gente e não aquele... aquele... aquele homem!" O nojo de Harley era claro.
Steve sorriu, puxando o filho para um abraço mesmo que não correspondido. Um olhar rápido e leve esticada de braço trouxeram Peter para o momento também.
"Eu não escolhi ninguém. Se tivesse de escolher, escolheria vocês e o pai de vocês todas as vezes." A verdade e a fragilidade dessa afirmação deixou a todos a beira das lágrimas "Escolheria continuar levando-os aos jogos da escola, aos treinos das lutas e impedindo que qualquer um dos três explodisse outra vez o laboratório de Tony." Lágrimas caiam silenciosas e, pelos molhados dos dois lados de sua camisa, sabia que não eram só as suas "Me desculpem. Me perdoem." Implora "As vezes... as vezes, meninos, amor, romance, paixão... boas intenções... nada disso é suficiente." Engole um soluço "Me perdoem!"
Aquela seria a última vez que se veriam por um bom tempo. Rogers estava indo tentar seu último movimento desesperado de limpar a reputação de seu melhor amigo, todos o esperavam no aeroporto em poucas horas. E lá estava ele, sempre o primeiro a aparecer para as missões, se permitindo curtir o resto de tempo com seus filhos.
"Eu... eu vou... eu vou precisar resolver coisas com seu tio Sam e seu tio Clint." Reluta, ouvindo os grunhidos baixos de ambos "Vocês... fazem um último favor ao seu dada?" Dois pares de olhos vidrados e molhados o questionaram sem palavras "Não contem a Maguna. Não por agora. Vamos tentar... arranjar uma forma suave de falar ou... ou tentar, vocês sabem... tentar ajeitar tudo." Seus filhos parecem contrariados, mas era inegável a esperança nos olhos de Peter "Por favor. Fazem isso por mim?" Acaricia o cabelo dos dois.
"Sim."
"Pode deixar, dada." O meio sorriso de Harley foi tudo o que precisava.
Ele iria achar um jeito de consertar o que quer que acontecesse, depois que conseguisse as provas na Sibéria que Bucky não era o culpado pelos ataques. Iria voltar a sua família e nunca mais, nunca mais, sairia dali.
Steve Rogers beijou a cabeça dos filhos uma última vez e saiu, seu uniforme e escudo no porta malas do carro. Logo se trocaria, iria arranjar um transporte mais discreto também. Iria também dar um jeito de escrever seu pedido de desculpas a Tony, o sentimento de que algo muito ruim estava para acontecer o deixando enjoado ao ponto de pensar nisso, de se tranquilizar por meio de um pedido escrito ou qualquer outra forma que achasse.
Olhando para o abrigo, o loiro limpou suas lágrimas e se recompôs, entrando no papel de Capitão América com prática. Aquele local, infelizmente, não tinha nada haver com o famoso Capitão, deixá-lo foi mais fácil ao pensar assim.
Mais fácil, mas não menos doloroso.

When You Love Someone || StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora