CAPÍTULO 13 - Traumas

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ⁿᵃᵒ ˢᵉ ᵉˢᵠᵘᵉᶜ̧ᵃᵐ ᵈᵉ ᵛᵒᵗᵃʳ ᵉ ᶜᵒᵐᵉⁿᵗᵃʳ ᵒ ᵠᵘᵉ ᵃᶜʰᵃʳᵃᵐ ♡ ᵇᵒᵃ ˡᵉᶦᵗᵘʳᵃ


"Tens que pôr mais pressão na esponja, sua idiota. Estás a lavar o prato ou estás a acaricia-lo?"

A Yumi bufou. "Eu estou a tentar o meu melhor! Já é difícil o suficiente ter de tocar nos restos de comida que os outros deixaram, ew."

"Incrível."

Ter de ensinar a Yumi a lavar loiça não foi propriamente fácil para o Donghyuck. Mesmo com luvas de plástico nas mãos, ela parecia ficar incomodada com tudo o que parecesse sujo – que é literalmente o objetivo todo da tarefa: limpar a sujidade da loiça.

Poderia ter sido ele a completar essa tarefa, claro, mas mesmo que fosse difícil ensinar a ruiva, era muito mais divertido vê-la toda atrapalhada e desajeitada. Especialmente quando começava a grunhir e a reclamar de tudo e mais alguma coisa.

Entretanto, o Donghyuck arrumou e limpou a cantina, certificando-se que tudo ficava no devido lugar.

"Vê se te despachas. Já lavei o chão da cantina e também quero lavar o da cozinha." ele exigiu, encostando-se à parede com a esfregona na mão.

A Yumi resmungou algo para si própria, tentando acelerar os seus movimentos. Mesmo estando com algumas dificuldades, estava orgulhosa de si por estar a fazer algo novo e por, até agora, não ter feito nenhuma asneira. Talvez não fosse algo assim tão mau. Continuava a ser uma atividade horrível, mas estava a gostar de se sentir útil e... normal? Talvez devesse ajudar as empregadas na cozinha se os seus pais não tivessem em casa.

"Have you seen my childhood..."

Olhou para o rebelde, observando-o a cantar baixinho para si mesmo uma música do cantor que tanto idolatrava. Continuava encostado à parede, de olhos fechados, perdido no seu próprio mundo.

"I'm searching for the world that I come from..."

Vê-lo daquela maneira criava dentro de si uma sensação totalmente desconhecida para a Yumi. Ele estava tão relaxado e sereno. Embora o seu tom fosse baixo, cantava como se ninguém o estivesse a ouvir. Franzia muitas vezes as sobrancelhas, tendo a certeza que acertava nas notas vocais adequadas. O seu tom de voz sempre foi doce e única, mesmo com as barbaridades que lhe saíam da boca, mas a cantar... Estava perplexa.

"Cause I've been looking around

In the lost and found of my heart...

No one understands me."

A água corria pelo cano a baixo, mas a Yumi continuava concentrada no rapaz. Ele parecia ter ficado mais atraente de um minuto para o outro e os seus olhos estavam presos na sua beleza. Queria fechar a água, sabendo que estava a gastá-la desnecessariamente. No entanto, tinha medo que se desviasse o seu olhar somente por um segundo, perderia este momento tão calmo e fascinante.

É o Lee Donghyuck de quem estamos a falar. O rebelde que tanto a irritava e provocava. Como é que, aos seus olhos, ele conseguia parecer tão angelical fazendo apenas o mínimo?

"They view it as such strange eccentricities...

Cause I keep kidding around like a child, but pardon me..."

A sua aparência era tão angelical quanto a sua voz. Não fazia ideia que ele cantava tão bem.

Ao ver o Donghyuck abrir finalmente os olhos e parando de cantar, virou-se rapidamente – deixando o prato escapar-lhe das mãos e partir-se no chão, junto aos seus pés. O som da loiça a partir-se fez com que arregalasse os olhos, o seu corpo congelando no lugar.

BE KIND × Haechan/Lee DonghyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora