BE KIND × Haechan/Lee Donghyuck

CAPÍTULO 34 - Horrível surpresa

ⁿᵃᵒ ˢᵉ ᵉˢᵠᵘᵉᶜ̧ᵃᵐ ᵈᵉ ᵛᵒᵗᵃʳ ᵉ ᶜᵒᵐᵉⁿᵗᵃʳ ᵒ ᵠᵘᵉ ᵃᶜʰᵃʳᵃᵐ ♡ ᵇᵒᵃ ˡᵉᶦᵗᵘʳᵃ

Um grande silêncio instalou-se entre as quatro paredes da cozinha, os três que ali conversavam agora observando a mesma pessoa.

O senhor Lee deixou escapar uma gargalhada seca, desfazendo o sorriso falso que permanecia nos seus lábios desde que se fez ouvir com a sua presença. "Não devias apresentar a tua namorada ao papá, Lee Donghyuck?"

A Yumi engoliu seco, subindo o olhar lentamente para o rapaz ao seu lado. O Donghyuck não possuía mais aquela postura anterior de choque e pânico, de momento recompondo a sua figura para um aspeto mais confiante e defensivo. Ela só não sabia até que ponto essa confiança era verdadeira.

Ele permaneceu em silêncio.

A sua mãe, pelo contrário, levantou-se desajeitadamente, largando as mãos da ruiva das suas que começavam a tremer cada vez mais. "P-porque é que chegaste tão cedo hoje...?"

"Apeteceu-me." o homem respondeu rudemente. "Pensei, talvez possa fazer uma surpresa à minha família hoje. Mas acho que foi a família que me pregou uma surpresa a mim, não é?"

A Yumi sentia como se o tempo estivesse a passar dolorosamente devagar, e a ânsia do constante silêncio constrangedor e pesado começava a ser excessivamente incomodativo. Levantou-se cuidadosamente, o olhar do Donghyuck indo diretamente para a sua aparência nervosa, e inclinou-se para cumprimentar aquele com quem nunca tinha antes falado.

"Boa tarde, senhor Lee..." disse ela num tom baixo. "S-sou a Yumi, amiga do seu filho."

Ele levantou uma sobrancelha, subindo um canto dos lábios. "Amiga?" repetiu, olhando para o seu filho com um ar sarcástico. "São amiguinhos, como é que eu não adivinhei logo?"

Apesar de ter a resposta na ponta da língua, o Donghyuck voltou a não se pronunciar. Sabia que independentemente da sua resposta, iria receber um comentário depreciativo ou homofóbico. Iria ouvir um discurso horrível sobre o quão feio e uma merda ele era para sequer conseguir uma namorada — ou sobre as suspeitas de que ele era um suposto homossexual no armário que apenas precisava de uma boa tareia para acordar para a vida.

"É um prazer, menina Yumi."

Após o cumprimento recíproco, o Donghyuck percebeu que não tinha chegado a ouvir a porta de casa a abrir e a fechar como habitualmente. Não se tinha ouvido som algum da sua chegada. Ele não fazia ideia de quando é o que o seu pai tinha chegado, e isso não era bom sinal.

Não fazia ideia se ele tinha ouvido o que foi dito à minutos atrás.

"Ela está de saída." interveio na tensão entre os dois, colocando uma mão nas costas da ruiva. Às escondidas dos olhos do mais velho, fez-lhe pequenas carícias com o polegar numa tentativa de a acalmar.

"Já? A menina não quer ficar para jantar?" o seu pai perguntou, sabendo que ainda faltavam umas boas horas para o mesmo.

"Ela já tem coisas combinadas." ele respondeu por ela, começando a empurrá-la consigo até à porta.

Passando pelo Lee mais velho, este colocou-lhe uma mão no peito, impedindo-o de passar da cozinha e separando-o da Yumi. Ela virou-se rapidamente para trás, encarando os dois com medo explícito no olhar.

"Sabes que eu odeio quando te armas em espertinho." a voz grossa do senhor Lee soou baixa perto do ouvido do rebelde. "Tenho que te relembrar de quem manda nesta casa?"