Fui considerado culpado

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Eu acordo numa sala escura, reparo que eu estou amarrado em uma cadeira, quando olho pros lados direito e esquerdo eu vejo duas silhuetas distantes, uma em cada lado, eu reconheço essas silhuetas, são das pessoas que eu machuquei.

Em seguida eu olho pro chão, a pessoa do lado direito foi para trás de mim lentamente e me deu um puxão de cabelo muito forte, tanto que a cadeira até se inclinou para trás, eu olhei para o seu rosto, ele não disse uma palavra, mas ao olhar nos seus olhos eu conseguia sentir que ele estava me insultando de 30 formas possíveis somente com o seu olhar, o do lado esquerdo se aproxima de mim lentamente também, parando ao meu lado, nesse momento o que estava puxando meus cabelos os soltou, fazendo a cadeira que eu estava fazer barulho enquanto tocava no chão, ele foi á minha frente, e ele começou a socar meu rosto por inteiro, os meus sonhos, meu nariz, minha boca... O do lado esquerdo começou a me dar chutes, eu só conseguia assistir aquilo horrorizado e chorando muito, mas eu não posso reclamar, afinal, eu mereço isso.

Depois de muito tempo eles pararam de me espancar e voltaram para o lugar que estavam antes, eu não conseguia sentir mais nada, eu não conseguia chorar, eu estava apático, com o rosto todo ensanguentado, até que aparece uma luz branca á minha frente, e dali sai a pessoa que eu menos queria machucar, a pessoa que eu amava, ela estava segurando um revólver, tremendo e chorando muito, ao vê-la eu só pude abaixar a cabeça. "Atire." -- era o que eu pensava, eu não queria ver o rosto triste e decepcionado dela, me dava uma sensação horrível, "Eu me arrependo ter feito isso." Ouço seus passos vindo lentamente em minha direção, e eu sinto o cano na minha cabeça, e ela, finalmente mas hesitante, atira.

Textos, poemas, contos ou seja lá o que escrevo quando estou no tédioOnde histórias criam vida. Descubra agora