( após a escola )
Só foi eu chegar perto da porta que os gritos intercalados dos meus pais adentraram em meus ouvidos. Respirei fundo antes de ousar tocar na maçaneta. Que saco. Uns segundos depois com os olhos fortemente fechados, empurrei a porta para frente e entrei.
Minha mãe estava de um lado da sala e meu pai do outro, ambos ofegantes e com feições assustadas ao me ver presente ali. E como se nada tivesse acontecido naquele cômodo, os dois se entreolharam e depositaram um sorriso no rosto, enviando-os para mim, para depois cada um andar em direções opostas.
A mais velha veio até mim e me puxou para um leve abraço, acariciando meus cabelos com as pontas dos dedos enquanto seus lábios tocavam minha testa em um beijo singelo. Eu sem entender muito desta vez, a abraçei pela cintura e a colei sobre meu corpo por alguns minutos, antes de ouvi-la falar que precisa estar em sua sala com seus projetos.
Ela me segurou pelos ombros após quebrar o abraço e me olhou fixamente, sorrindo de canto enquanto seus olhos examinavam cada canto do meu rosto geneticamente parecido com o seu.
— Está tão linda hoje, querida. Lilás é uma cor que combina com você. — comentou, deslizando suas mãos em meus braços até entrelaçar seus dedos nos meus. A loira apertou nossas mãos e sorriu fortemente para mim, aprontando-se para falar algo que eu naturalmente não gostaria de ouvir. — Precisamos conversar esta noite. E vamos fazer isto no jantar junto com seu pai. — avisou-me, repondo sua respiração.
Eu forcei um pequeno sorriso com a boca, apenas acenando com a cabeça e lhe dando um beijo na bochecha antes de me virar e ir em direção às escadas. Peguei minha mochila com uma das mãos e a segurei sem condições de deixá-la por mais de um minuto nas minhas doloridas costas. Passei pelo início do corredor e vi meu pai no quarto, sentado no centro da cama com os cotovelos apoiados nas coxas e as mãos na cabeça. Ele parecia estressado, enfurecido e principalmente triste. Seus olhos que um dia brilhavam por onde o mais velho passava, agora estavam opacos e sem vida, como se o motivo do brilho de suas íris claras não estivesse mais consigo. E eu sabia que minha mãe é, ou ao menos, era a razão daquele olhar reluzente dele.
Continuei a caminhar até chegar no fim do corredor onde é meu quarto mas antes de pensar em entrar no lugar, meu irmãozinho me chama.
— Mere! — sua voz angelical clama de um modo tristonho, assim como sua feição estava. O pequeno escondeu metade do corpo dentro do seu quarto e apenas se segurou na parede para me olhar de canto.
— O que foi? — apertei os olhos e fui lentamente até ele, que ainda estava de pijama.
— Acordei doente. — puxou o ar pelo nariz com dificuldade e ao chegar mais perto pude reparar que seu rosto estava mais vermelho que o normal. — Mamãe e o papai estavam gritando de novo. — mencionou coçando os olhos com as costas das mãos, enquanto alternava em colocar o peso de seu corpo em cada perna.
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ANONYMOUS | merder - atualizada
Fanfic📂 : 𝖠𝖭𝖮̂𝖭𝖨𝖬𝖮𝖲 ㅤ ─── 𝐦𝐞𝐫𝐝𝐞𝐫 + | ❝ Eu quero ser sua, assim como desejo que você seja meu. ❞ Derek começa a receber mensagens e declarações anônimas de um número desconhecido, o que não ganhou sua atenção, entretanto, mal sabe ele que a...