Eu Não Esperava Isso

192 22 12
                                    

Quando olho para trás vejo Anderson, paro e o espero chegar até nós.

-Senhora Montgomery, um prazer conhecê-la.

- O prazer é todo meu! Muito obrigada por nos ajudar!

Ele sorri para minha mãe, depois vira para mim. Eu por minha vez falo primeiro.

- Desculpe, esqueci alguma coisa?

Pergunto achando que havia esquecido algo no tribunal.

- Do jeito que minha cabeça anda esses dias, não duvido nada que esqueci metade das minhas coisas naquela sala.

Dou um sorriso tímido do qual sou retribuída da mesma forma.

- Filha o carro chegou, vou te esperar nele tá?

Minha mãe fala já saindo de perto nem me dando tempo de responder, ficando assim só eu e ele, me senti um pouco constrangida, afinal, nunca tinha ficado a sós com nenhum rapaz, mesmo em público, não estava acostumada com essa situação.

- Então...

Ele começou a falar, me encarando e as vezes olhando pro chão, naquele momento percebi o quanto ele também estava tímido, aquele rapaz dentro do tribunal era totalmente diferente, seguro de si, acho que ele estava em seu modo profissional, o advogado, que tem todas as respostas e sabe que vai ganhar, com coragem de falar na frente de todos, aqui comigo esse modo está parecendo desativado e ele está apenas como um cara comum.

- Então...

O imitei incentivando a continuar.

- Sei que acabei de te conhecer e tal, e você também, nunca havia me visto, mas gostaria de saber se não gostaria de sair comigo um dia, pra gente comer, conversar, o que acha?

Ele falou, com vergonha e um pouco de medo na voz, achei fofo seu jeito de falar e coçar a cabeça, pelo jeito é sua mania fazer isso quando está nervoso. Ele ficou me olhando esperando minha resposta, com um pouco de expectativa no olhar.

- Eu...

Comecei um pouco nervosa, fui pega de surpresa com seu convite.

- Confesso que não esperava isso.

Dou uma risada sem graça. Envergonhada por não estar acostumada a receber esses convites. Junto minhas mãos enfrente ao corpo, entrelaçando os dedos, como se estivesse orando, mas estava mais para movimentos de uma pessoa nervosa.

- Mas sim, claro, podemos sair sim.

Lhe dou um sorriso tímido.

- Que ótimo! Olha toma aqui o meu cartão.

Ele me passou seu cartão de visitas.

- Este aqui {apontou para o último número do mesmo}, é o meu número, pode me ligar ou mandar mensagem quando quiser, irei te responder, tudo bem?

- Aaah, ok! Sem problemas, irei mandar.

Lhe dou um sorriso, ainda mais tímido.

- Não gostaria de me passar o seu também? Assim já trocamos nossos numeros e fica mais fácil de nos comunicarmos.

- aaah claro, anota aí.

Ele pega o celular, digita o número que falo e depois o guarda, não consegui ver como salvou meu número, mas pareceu que gravou um nome maior do que é o meu.

- Pronto, agora podemos nos falar.

Me dá um sorriso genuíno, como se tivesse acabado de ganhar na loteria, eu lhe retribuo, de repente me lembro que minha mãe me esperava.

julgada pela capaOnde histórias criam vida. Descubra agora