ECO |※| ❝Eu não quero ser apenas mais um eco caminhando pelo mundo❞.
Quando Mäelia Dawson acorda em uma cama de hospital sem nenhuma memória sobre sua vida e com estranhas visões dominando sua mente, ela não vê outra alternativa senão fugir para qua...
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O3. ESTRANHAS VISÕES
❛ i could feel you all the time ❜
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A DOR DA QUEDA não demorou a aparecer. Certamente, pular de uma janela não era um hobby muito promissor.
Mäelia segurou o pulso direito com cuidado, analisando. Pressionou o polegar contra a região, gemendo assustada com o incômodo repentino. Era melhor deixá-lo quieto.
Recolheu o boné azul que caíra durante a queda e o colocou novamente na cabeça, puxando a aba até que cubrisse boa parte do rosto. Olhou para a janela de onde havia pulado; as luzes parecem ter voltado ao normal. Não sabe dizer se aquilo é um sinal bom ou ruim.
Pensou sobre o Dr. Harrison, uma das poucas pessoas que havia sido genuinamente gentil com ela desde que acordara. Ele parecia muito assustado, mas mesmo assim colocou-se em risco para ajudá-la.
Dali em diante, precisava prosseguir sozinha.
Esgueirou-se pelas paredes externas do hospital, aproveitando da pouca luz para se esconder em meio às sombras. Com sorte, conseguiria sair dali antes que resolvessem investigar efetivamente seu desaparecimento. Verificando o caminho, andou cuidadosamente até a parte da frente do hospital, misturando-se aos outros indivíduos que caminhavam pela passarela rumo à saída.
Colocou as mãos no bolso do moletom e procurou não aparentar tanto nervosismo, por mais que estivesse se corroendo de ansiedade. Prestes a alcançar a calçada, escutou uma agitação na recepção não tão distante do hospital.
— Tragam aquela garota de volta, agora!
Seu primeiro erro foi ter se virado de relance para observar a confusão. Dois homens altos, grandes, vestindo roupas idênticas dispararam para fora da recepção para obedecer às ordens da enfermeira Carrie Jones, que apontava em sua direção com uma expressão maníaca no rosto.
O segundo erro foi não ter corrido imediatamente. Com o corpo congelado, Mäelia sentiu que suas pernas estavam presas ao chão. Quando o tronco corpulento de um dos seguranças se aproximou perigosamente dela, seus sentidos decidiram voltar a funcionar. Ele agarrou seu cotovelo com brutalidade e a puxou com força, tentando levá-la com ele. Ela gritou para que ele a soltasse, mas, obviamente, o pedido é ignorado. Mäelia encarou os sapatos brilhantes dele e, em desespero, pisou em um dos pés com toda sua força.
O segurança soltou seu braço, xingando e distraindo seu companheiro, dando espaço para que a garota começasse sua rota de fuga. Ela saiu correndo pela avenida em disparada, desviando-se de máquinas com luzes redondas que avançavam pela estrada. Carros — lembrou-se da voz do Dr. Harrison ao lhe explicar enquanto segurava um cartão colorido. Alcançou o outro lado da rua, empurrando as pessoas que se colocam em seu rumo. Ela conseguia ouvir os guinchos dos dois homens com nitidez atrás de si, incentivando-a a prosseguir o mais rápido que pode.
