Ame quanto puder

Capítulo 5

Nada foi tão surpreendente do que acordar com a notícia de divulgação oficial que eu era a personagem principal. Eu nem tinha tomado café ainda quando vi ligações incessantes de Amber no meu telefone privado para emergência, me enviando o link do site. Eu realmente não sabia nem o que sentir. Os fãs vibraram de felicidade, apesar de já terem especulado sobre essa possibilidade. Estar nos temas mais discutidos nas redes sociais marcou o início de uma caminhada árdua e vibrante. Apesar da maioria dos atores já terem sido contactados e aprovador, a personagem principal tinha ficado em aberto. Lembrei que numa das reuniões que tive com os produtores, foi levantado a pauta da personagem principal "Capitã" e mencionaram a cena que intervi no teste de Henry. Mas eu ainda batia na tecla de que iriamos conseguir uma atriz para o papel. Engano meu. 

Com a notícia, tive imenso o prazer de contratar o meu próprio mestre de Krav Maga para realizar meus treinos de combate além de outros especialistas para cenas de lutas. Eu tinha plena consciência de que eram grande parte das cenas, afinal, eu tinha garantido rechear o livro de cenas de combate então os treinos seriam árduos e cansativos. A partir desse dia a minha rotina se tornou: treinar muito, manter uma alimentação balanceada com a nutricionista e escrever as continuações dos livros.

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Por volta de quatro longos meses depois do anúncio da minha participação no filme,  eu sentia que o cansaço físico tentava se abater sobre o meu corpo, mas a minha mente não registrava nada além da felicidade ter finalmente entregado o terceiro livro da saga. Eu tinha me dedicado a terminar o livro antes de focar completamente no filme, aproveitando que a diretora ainda estava lidando com algumas organizações pré-gravações. Foi uma emoção indescritível de tirar um peso da exaustão quando enviei o último capítulo para editora e nos meses seguintes conseguimos entrar em consenso nos trâmites. No que tange o que seria publicado, a revisão, a produção da capa e afins. 

O resultado dessa dedicação toda, foi a pré venda ter sido um estouro de tão incrível, bem como os comitês de pré lançamento no Brasil. Eu fazia questão de fazer o primeiro lançamento na minha cidade natal, visto que, era o local ao qual tenho muito apego e também para tirar a imagem de que a cidade não conseguia ter um evento tão grande. Além de aplacar um pouco da minha frustação adolescente, de nunca ter os eventos dos meus escritores favoritos na cidade pois não era considerada capaz de aguentar a demanda.

Agora era a hora de focar nos filmes. 

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Novembro de 2019

Eu tinha acabado de sair da sala de reunião do filme, com os olhos atentos nos e-mails de confirmação de lançamento da empresa, quando percebi que tinha esbarrado em alguém. Levantei a cabeça já pedindo desculpa e vi nada menos que o inominável dono da famosa editora Pitaya, Erin Muhlan. Ele tinha voado até os estúdios e esperava pacientemente o término da reunião do lado de fora, com um buquê de flores tropicais e um sorriso charmoso no rosto.  

- É sempre um prazer te ver, "Au-ran". - Erin falou em seu sotaque espanhol perfeito enquanto beijava minha mão esquerda e sorria.

- Você é surpreendente, Erin. - Respondi ainda extasiada com a presença agradável, arrancando um sorriso de canto daquele lábios finos. Ele ainda segurava minha mão esquerda quando estendeu o buquê para mim. - O que mais você aprontou para hoje?

- Eu não poderia deixar de comemorar o sucesso da minha amada escritora. Afinal eu sou seu fã número dois... - Erin falou entregando o buquê em meus braços e deslizando o braço pela minha cintura para um abraço lateral. -  porque a número um é a sua mãe.