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"Meu médico diz que você não é bom, mas as pessoas dizem o que elas querem dizer."

Hands to Myself,
Selena Gomez.

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O paraíso na Terra tinha perdido o encanto para alguns dos jovens que moravam lá. Com suas vidas merdas e eles fazendo ainda mais merda para tapar o buraco que havia se formado dentro deles. Sentiam que a qualquer momento iriam jogar tudo para o alto e fugir de Outer Banks, ou dar um fim em tudo de uma vez por todas.

Lilith acabava com o seu corpo cada dia que passava, seus transtornos alimentares só pioravam e ela não queria dar o braço a torcer para pedir ajuda. Peter se sentia em um beco sem saída com seus problemas sufocantes. Margot estava se deixando viciar em remédios e nem sequer percebia que estava fazendo isso. E Rafe estava viciado em cocaína.

Quatro jovens que aparentavam ter a vida perfeita, serem felizes e superiores aos demais. Mas, dentro deles era como se estivessem morrendo aos poucos. Uma morte lenta e dolorosa. Os quatro que só queriam ser felizes.

Afinal, o que seria a felicidade?

Para eles, a felicidade é a liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de amar, liberdade para fazerem o que quiserem e sem serem julgados. Se pudessem voltar no tempo, eles voltariam para a infância, onde não precisavam encarar os problemas da vida real e não tinham que arcar com o impacto que as palavras cruéis do mundo real atingiam eles.

Margot atravessou a porta da sua varanda pronta para ir encontrar com os pogues, mas se deparou com Topper sentando em uma das poltronas que tinha no local. Ele carregava uma expressão nada contente e a garota já imaginava o que era. Rafe não guardou segredo; era o que ela pensava.

— O que você quer? — Clark perguntou cruzando os braços.

— Você destruiu o meu carro e a minha moto — o garoto torceu o nariz irritado apenas de estar na presença da loira.

— Você quase matou o John B, eu só revidei — Margot deu de ombros como se não tivesse feito nada de grave.

Topper não perdeu tempo para proferir mais nenhuma palavra, ele apenas segurou no braço de Clark com força e a puxou para longe da varanda. Ela tentou se soltar, mas o loiro era mais forte do que ela.

— Eu vou gritar se você não me soltar — ela disse cerrando os punhos.

— Você pensa que eu sou o Rafe? — o garoto apertou ainda mais o braço dela — Eu não ligo se você vai gritar.

Thorton prensou Margot em uma árvore que tinha no jardim e ergueu na mão no alto. A loira fechou os olhos com força esperando pelo soco que iria receber.

— Topper? — a voz confusa de Peter ecoou pelo ouvido de ambos — Está tudo bem por aqui?

— O que você tá fazendo aqui? — Topper perguntou largando bruscamente o braço de Margot.

— Meus pais vieram resolver algumas coisas com os pais da Margot — o moreno disse evitando ao máximo tocar em detalhes.

— Eu estava de saída. A gente se vê depois, Peter — a loira falou dando um sorriso fraco para o garoto.

Margot resolveu na última hora mudar a rota do seu destino, ela não iria mais encontrar os pogues.

Enquanto isso...

Rafe estava em abstinência. Ele não tinha dinheiro para comprar mais drogas e também não poderia se meter em outra dívida. Dessa vez, ele estava pensando em outra pessoa além de si mesmo. Dá última vez, Barry machucou a sua garota e ele não iria suportar se visse ela pagando por suas besteiras, outra vez.

Jogado sobre a sua cama, sem camisa, com os cabelos levemente bagunçados e a perna esquerda balançando freneticamente. O garoto pensava em como ele iria fazer para conseguir mais.

O barulho que lhe chamou a atenção foram as três batidas na sua porta. O loiro revirou os olhos.

— Agora não, Lili — ele disse com o tom de voz irritado.

— Não é a Lilith — Sarah colocou a cabeça para dentro do quarto.

— Agora não, Sarah — o Cameron repetiu ironicamente.

— Você tem visita — a loira disse entediada.

— Fala que eu sai, eu sei lá, não quero falar com ninguém — Rafe bufou irritado.

Sarah colocou a cabeça para fora do quarto na intenção de fechar a porta e Margot revirou os olhos empurrando a porta bruscamente.

O garoto olhou irritado, mas quando viu a loira na sua frente a sua expressão mudou completamente. Rafe abriu um sorriso que Sarah nunca tinha visto antes e se levantou para abraçar Clark.

Sarah entendeu que aquele era o momento que ela tinha que deixar os dois sozinhos e fechou a porta. Ela nunca tinha visto Rafe desse jeito com nenhuma pessoa. Nem com Kiara.

Eu estava com saudades de você — o loiro disse se soltando do abraço.

Quando ele viu a expressão séria de Margot, o garoto se preocupou. Por um segundo ele achou que ela tivesse descoberto sobre a aposta. E agora estava tudo perdido.

— O que aconteceu? — perguntou receoso.

— Contou pro Topper o que eu fiz, né? — a loira estava com o braços cruzados e um biquinho. Até assim ela é linda.

Não, eu disse que eu não ia contar — o Cameron disse aliviado por não ser o que ele pensou — Eu nunca iria te dedurar, loirinha.

— Ele foi na minha casa hoje, e se o Peter não tivesse aparecido, ele iria me bater — Clark falou.

Rafe cerrou os punhos irritado. Quem Topper pensava que era para bater nela?

— Eu vou dar um jeito nisso, mas eu juro que não fiz isso — Cameron se aproximou segurando o rosto dela com as duas mãos — Você é a única pessoa que eu realmente me importo, eu não faria nada pra te machucar. Confia em mim?

Margot sentiu um solavanco no seu estômago com as palavras do loiro e seu coração deu uma leve acelerada. Ela encarou os olhos azuis de Rafe e deixou uma respiração pesada escapar. Ela havia ficado nervosa.

— Confio — sussurrou dando um sorriso fraco.

— Vou descobrir quem contou e vou dar um jeito do Topper, prometo — Rafe fez carinho na bochecha da garota com o polegar.

O loiro havia achado algo que o deixou mais viciado do que cocaína. Ela. Só foi ela aparecer que todos os problemas que ocupavam sua mente evaporaram. Como se fosse poeira no meio de um furacão. Margot era o melhor furacão que havia passado em sua vida.

E Clark havia sentido algo que nunca sentiu antes com ninguém. Ela achava que essa história de frio na barriga e coração disparado, não passava de conto de fadas, mas quando sentiu isso no momento em que Rafe proferiu aquelas palavras, foi como ter sido acertada por uma bala perdida. E ela queria tomar mais tiros.

Ambos eram a válvula de escape um do outro...

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Desculpa a demora, esse capítulo me deu um bloqueio criativo dos fortes, mas cá estou eu.

Obrigada pelos 2k de leitura, amo vocês demais ❤

Fiquem atentas aos próximos capítulos hihi.

Espero que gostem 🥰

𝑨 𝒂𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂 - 𝑹𝒂𝒇𝒆 𝑪𝒂𝒎𝒆𝒓𝒐𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora