Chapter 9- A fase 2

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Risadas histéricas tomaram conta do pátio enquanto observavam um Park estatelado contra o concreto da posição mais estranha possível. Jisung, embora parecesse bastante confiante na companhia de seus amigos e não mais fosse exatamente a descrição de uma pessoa tímida, ainda era uma criança assustada quando o assunto eram pessoas desconhecidas e o fato de que agora ele estava ali, esparramado no chão do pátio central com tantos olhos sobre si não ajudavam em nada o pobre adolescente. Na verdade, o "príncipe" do primeiro ano sentia-se altamente tentado a permanecer ali, escondendo o próprio rosto vermelho daquela multidão até que o sinal o salvasse e era o que teria feito não fosse pela mão pequena e gordinha que foi estendida em sua direção.

- Vai ficar aí dando uma de pão na chapa o dia todo, Park? - Um anjo questiona com a mais doce das vozes.

Na verdade, qualquer um que o conhecesse bem saberia que o Zhong tinha muito pouco de anjo e um lado demoníaco bem pronunciado mas para seu melhor amigo e eterno apaixonado, que agora lhe encarava de baixo e podia ver com precisão como as madeixas loiras emolduravam perfeitamente o rosto gordinho com pele perfeita, nada importaria senão a certeza de que aquele garoto era um anjo. Um anjo sorridente, preciso acrescentar, porque embora não gargalhasse como os demais por ainda nutrir um pouco de empatia pelo adolescente atrapalhado, era um desafio e tanto nem ao menos sorrir diante da comicidade daquela cena. A aproximação de Chenle bastou para que as pessoas percebessem que logo o garoto não estaria mais no chão e, entediadas com a monotonia pós grande mico, simplesmente dispersaram-se.

- Hey, Jisung, você tá bem? - Hyunjin questiona preocupado, aproximando-se também com a irmã em seu encalço.

Bastou que o Park se sentasse para olhar ao redor e se sentir ainda mais irritado pela própria queda: Ali estavam eles, aqueles a quem ele se comparava constantemente e que considerava seus rivais no amor, ambos de pé e com uma expressão confiável nas feições impecáveis. Novamente, questionou-se como poderia ter alguma chance quando aqueles dois também estavam na jogada mas encontrou certo consolo no fato de que embora Hyunjin e Yukhei ainda estivessem ali, tão próximos, Chenle só tinha olhos pra ele. Puff, óbvio que ele só teria olhos pra ele! Ali estava o seu melhor amigo, parecendo completamente atordoado e com arranhões cobrindo-lhe os joelhos e braços após ter se estabacado feio na frente de toda a escola.

- Que tipo de pergunta é essa, Hyunjin? O coitado tá todo abobalhado, certeza que bateu a cabeça e tá com amnésia. - Yeji discorda de imediato.

- Eu não esqueci nada! - Garante assim que os olhos grandes e puxadinhos do chinês mais novo focam em seu rosto, em busca de qualquer sinal de que a hipótese da amnésia fosse verdade. - Juro que não esqueci nada!

- Bem, o sinal está quase tocando. - Yukhei se pronuncia. - Quer ajuda para ir à enfermaria?

Tudo o que o Park mais queria era afirmar que não, não precisava de ajuda do capitão América chinês e muito menos precisava ir à enfermaria mas bastou olhar para os próprios joelhos para que percebesse a impossibilidade daquela negativa: Seu tombo fora tão feio que até mesmo rasgou a calça. Estava prestes a aceitar, ainda que a contragosto, a ajuda do mais velho quando seu cavalheiro de cabelos dourados e uniforme nada cintilante recusa-a, apressando a todos para irem às próprias classes porque ele cuidaria do melhor amigo. Embora seu gesto tenha sido bem legal e aquilo tivesse bastado para encher o estômago de certo coreano com borboletas, a ideia não fora das melhores considerando que o resultado foi um chinês irritado enquanto morria para carregar o mais novo que só fazia sorrir pela proximidade.

- Como você pode ser tão magrelo e pesar tanto, hein??? - Ele reclamava pelos corredores.

- Primeiro, eu sou grande, é claro que eu não vou ser levinho. - Jisung rebate, ainda risonho. - Segundo, eu nem peso tanto assim, você que é um fracote.

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2021 ⏰

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Quadrilha- História inspirada na poesia de Carlos Drummond de AndradeOnde histórias criam vida. Descubra agora