Mistério

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Sábado, 23 de novembro, dia chuvoso. Robert, Megan, Elise e Victor realizam a mudança, com um caminhão para pegar os móveis, eles destinam seu carro para bens pequenos. Após ter traçado a rota, Robert começa o caminho, na viagem tenta destinar sua atenção para as opiniões dos gêmeos em relação a mudar-se para outra casa.
 
– E aí o que acham da casa nova? Gostaram da ideia?
 
Elise – Eu gostei pai, eu estava lendo em uma revita esses dias sobre espécies de passarinhos, queria muito ver uns por lá.
 
– O certo é revista* filha. E que bom que você tem esse interesse, fico feliz em saber. E você Victor? Algo a declarar?
 
– Por enquanto não.
 
Megan então procura dormir, pois não havia dormido nada a noite passada, pois estava cogitando a ideia de ter decidido fazer a coisa certa ou não. 1 hora e meia se passa, e todos chegam, eles então observam a imensa casa, com uma piscina ao fundo e decoração florida a frente, Robert está bem otimista, recomeçar não é fácil, porém para ele, quando se trata de seus filhos, vira imediatamente uma obrigação. A casa era linda tanto por dentro quanto por fora; seus antigos moradores haviam deixado ela por motivos de solidão, a casa é muito isolada de tudo, para ir a uma simples padaria, Robert ou Megan teriam que utilizar seu carro. Indo para seus quartos, Elise e Victor pensam em algo inusitado.
 
Elise – Você quer estrear a casa nova brincando de esconde-esconde?
 
– Quero sim, ahahah.
 
Victor passa a se esconder da irmã rapidamente. Enquanto isso na sala da casa, Megan põe seus livros de consultoria nas prateleiras antigas, e observa algo curioso em uma delas, uma folha coberta por pó e envelhecida, ela então estranha aquilo, logo depois escolhe guardá-la para assim mais tarde ver se essa folha contava com algo legível. Robert desce ao porão com algumas caixas...
 
– Nossa que fedor! Alguém morreu aqui. Cadê a luz desse lugar?
 
Barulhos ao fundo tiram sua concentração, quieto ele aproximasse do som oculto lentamente; o barulho persiste, um som confuso, aparentemente de madeira sendo corroída, o barulho fica mais alto e intenso a cada segundo, Robert se orienta pelas paredes e quando aproximasse do som acha um interruptor e o aciona depressa, aos seus pés se depara com um roedor, tem uma reação espontânea e chuta o animal.
 
Robert – Que bela boas-vindas né.
 
Victor dentro de seu novo quarto, tranca a porta e acha engraçado trollar Elise. O quarto do garoto era espaçoso, tão grande que podia abrigar uma família humilde inteira. Ele então aguarda a chegada dela, ao seu lado há uma janela, sentado em um banco Victor espera, e de repente uma pedra é arremessada a janela dele, Victor se assusta muito e acaba gritando, Robert o escuta e corre o mais rápido que pode.
 
– Victor estou indo, aguenta filho!
 
Megan – O que aconteceu Elise?
 
Elise – Eu não sei, só estávamos brincando um pouco.
 
Robert arromba a porta do quarto após dois chutes na maçaneta. Victor como previsto não expressava reações, apenas uma paralisa violenta, o que afligi a todos.
 
– Diz pro papai o que aconteceu? Você se machucou?
 
Victor – Eu... a janela ela... uma pedra...
 
Robert analisa a janela, e avista ao fundo de seu imenso quintal uma figura encapuzada, que depois de perceber que havia sido vista começa adentrar a floresta.
 
Robert – Querida, olha as crianças que eu vou descer rápido lá em baixo para dar uma olhada da onde veio essa pedra, ok?
 
– Vai lá.
 
O neuropsiquiatria desce, e investiga; ao entardecer, volta relutante por não descobrir nada. No jantar todos desabafam sobre suas primeiras impressões.
 
Robert – Bom hoje foi um dia corrido, mas tenho certeza de que amanhã a ordem reinará. 
 
Megan – Concordo plenamente. Hoje achei uma folha sobre uma das prateleiras da sala, amanhã vou ver se consigo ler algo, guardei na minha bolsa.
 
Robert – Nossa, que interessante, poderia ser um cheque com uma quantia alta para poder nos ajudar a pagar a casa nova né? ahahahah
 
Elise – Pai amanhã posso explorar a floresta e ver se acho algumas espécies de passarinhos?
 
– Pode sim linda, leve seu irmão e tomem bastante cuidado. Se virem algo estranho, usem o rádio comunicador que eu dei a vocês dois no natal, assim vou correndo até ambos.
 
– Pode deixar papai.
 
Megan – Victor está mais calmo filho?
 
– Acho que sim, não queria ter que se mudar, essa casa me dá muito medo.
 
Megan – Querido logo você vai se adaptar a casa, eu prometo que é verdade! Agora termina seu jantar.
 
No dia seguinte, Megan e Robert continuam seus afazeres domésticos, enquanto os gêmeos traçavam rota pela floresta. Elise está muito empolgada, até porque sua curiosidade sobre aves havia crescido imensamente a uns tempos atrás. Victor sem ideias criativas ou qualquer tipo motivação, a segue totalmente cabisbaixo. Após muito andar encontram uma cabana aparentemente abandonada.
 
Victor – Elise vamo imbora, eu to com medo...
 
– Calma, acho que não tem ninguém lá; Além disso, nós temos o comunicador do papai lembra? Então podemos dar uma olhada bem rápida.
 
– Vai só você, eu quero i imbora.
 
– Victor o certo é ir embora, e eu não vou, se quiser pode ir sozinho.
 
Victor apavorado de ir embora pela floresta sozinho, escolhe acompanhar Elise até a cabana. Se aproximando de lá, eles reparam em moscas, aranhas e ratos que rodeavam o lugar, deixando ele assim muito mais Perturbador. Passando-se 2 horas, Robert se preocupa.
 
– Onde será que eles se meteram? Vou tentar contato.
 
– É uma boa ideia querido, vou preparar o almoço enquanto isso.
 
Robert – Elise? Elise está na escuta câmbio? Victor??
 
Robert decide procurar seus filhos pessoalmente. Na cabana um outro tipo de interrogação surgia, enquanto parecia que ela era abandonada, ao mesmo tempo viera a ideia de uma possível ocupação, afinal eles avistaram roupas seminovas, comidas em armários bem preservadas e uma lareira recém apagada, índices muito fortes para a provável habitação do ambiente. Elise se choca, e no decorrer da dúvida corre em direção a saída. Victor a espera do lado de fora da cabana, porém quando Elise consegue sair, se depara com o sumiço do irmão, sem reação de primeira instância, acaba deixando as possibilidades de lado e continua sua fuga. Não muito longe de lá, Robert ainda estava na busca.
 
– Victor! Elise! Onde vocês estão??
Elise filha responde câmbio.
Victor meu filho responde o papai câmbio.
 
Megan sente um aperto em seu coração em relação aos gêmeos, mas prefere ouvir a voz da razão, que grita para ela dizendo que confie na persistência e experiência de seu marido. Sendo assim, ela prioriza esse pensar e passa a ocupar a mente com outras coisas, depois de lembrar da existência da folha envelhecida, ela então tenta decifrar a própria encontrada na nova casa, que é tão misteriosa. Se utilizando de técnicas que viu em seu Notebook, sai da parte teórica e põe em prática a ideia, tempo se passa, e ela identifica aquilo como sendo uma carta totalmente manuscrita, para alguém e a mensagem até certo ponto onde se dava para entender dizia "Aquele que desconhece o perigoso, só o torna mais poderoso..." intrigada, Megan reflete um pouco sobre o que acabará de ler.
 
Na floresta, Robert continua, persistente, otimista e esperançoso, afinal a busca era por seus filhos. Robert nunca teve um apoio significativo de seus pais, quase que sua vida inteira dependeu somente de si próprio para muitas coisas, e seu maior medo, era se tornar um mal pai, ou um pai muito ausente, coisas que ele sentiu na sua pele, e não desejava isso a ninguém. Elise corre, corre, e corre até que cansa e imagina o pior; apesar de ser uma criança sua vida inteira ela obteve lições importantes e clássicas, sobre os riscos de se perder e de falar com estranhos. Andando mais lentamente, olha acima e sua aflição só aumenta, pois o sol havia de se pôr; a própria começa a gritar em busca de ser ouvida:
 
– Alô!!! Tem alguém aí??? Socorro!! Eu preciso de ajuda!
 
Mas nada há de se manifestar, exceto os galhos das árvores, que balançam conforme o vento se enfurece. Galhos esses que provocam sons assustadores, sons os quais deixam Elise em pânico. Minutos se passam, e a garota observa algo estranho na sua frente entre as árvores e o breu da noite, ela então olha mais atentamente para sua frente, com medo de estar imaginando coisas, afinal ela enxergava a tal da mesma figura que seu irmão afirmava ter visto.
 
– Olá? Moço você pode me ajudar? Não encontro minha casa e meu comunicador não funciona, eu não sei o por que. Meu pai vai ficar muito nervoso comigo se eu não voltar logo.
A figura nada responde, apenas dá continuidade em encarar Elise. Com uma rapidez absurda a figura misteriosa corre em direção a Elise, a menina com espanto tenta fugir, mas sua fraqueza é grande, e seu medo é constante, a menina tem vantagem, mas não o suficiente, e é brutalmente capturada. Robert escuta gritos ao fundo, chorando não sabe o que fazer.
 
– Elise!! Por favor! Não faça nada com ela... Elise!!!
 
2:35 da manhã, Megan liga para Robert, e nada da resposta, tenta contato com a polícia, mas também não possuía sucesso, o distanciamento da sociedade pesava sobre ela naqueles exatos momentos, e sem ter muito o que fazer, decide ir atrás do marido e dos filhos, apenas com uma lanterna e uma faca de caça. Ao sair e trancar sua porta, se depara com Robert.
 
– Querido o que aconteceu??? Onde estão Elise e Victor???

– Eu... Eu não sei... procurei eles a noite toda... e nada...
 
Responde Robert chorando, entristecido e cabisbaixo ao extremo. Dúvidas insuportáveis tomavam conta de seus corações naquela noite fatídica.

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