Perspectivas Distorcidas

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Dias passam-se e Robert permanece desaparecido, Christopher da início a uma intensa investigação onde ele chega a se mudar para casa da família Turner; para ele estar no centro dos acontecimentos era uma boa forma de descobrir algo novo que o ajudasse. Contudo a mudança o atrapalha, estar longe de seu filho por tempo indeterminado era uma sensação terrível. Com um mês na casa, Christopher acha o diário de Robert que estava bem escondido, e tudo acaba por fazer mais sentido após ele terminar a leitura; ele pensa e chega as seguintes conclusões:
 
– A tempos eles sofriam, isso não chegou a acontecer somente durante a morada deles por aqui, Elizabeth foi  presa e solta por falta de provas que são mais importantes que evidências, essas que por sua vez podem ocasionar em apenas coincidências, a maldita não tinha nada a declarar obviamente; O que me leva a próxima questão, será que ela fez tudo isso sozinha? isso é improvável. Tudo leva a floresta, Robert descobriu a cabana e o hospital por lá, na cabana residia a diretora, o hospital estava abandonado o que leva a crer pela lógica que se ela tinha ajuda essa pessoa mora ou morava em outro lugar, porém perto dessas construções para facilitar com os crimes. Segundo o diário de Robert quem ele teve contato que é daqui tirando os filhos e a própria esposa foi com uma bibliotecária chamada Scarlet, que demonstrou interesse na vida dele e apresentava com gestos estranhos já conhecê-lo de alguma forma. A casa dela também não se encontra distante dos locais onde os crimes foram realizados. Não custa tentar, é agora ou nunca...
 
10:32 da manhã. Christopher se prepara e vai até a localização exata de Scarlet para assim interrogá-la.  Com uma distância aproximada de 3 campos de futebol do antigo hospital  se encontrava a casa dela, sem dificuldades para achá-la Christopher chega, e bate a porta.
 
– Olá? Tem alguém aí? Oi!? Meu nome é Christopher, sou um investigador!
 
Mesmo anunciando sua chegada não obtém respostas... murmúrios ao seu redor, dores em sua face e calor elevado a sua frente, essa é a atual situação de Robert que com muita lentidão observa e tenta entender aonde está; Por estar amarrado com cordas bem apertadas não consegue se mexer, e na sua frente acha a explicação para todo aquele calor, uma gigantesca fogueira estava lá, e sua fonte de energia parecia vir de todos aqueles corpos escondidos na cova. A figura misteriosa chega com mais "lenha" para queimar e Robert a questiona sobre tudo:
 
– Quem é você? Por que fez isso comigo? O que está fazendo com essas pessoas??? Elas com certeza possuem família.
 
A figura então se revela, mostrando a Robert sua verdadeira identidade; E ele se nega a acreditar quando finalmente descobre quem estava por detrás do capuz. 
 
– Não... não... não... é impossível! Por que? O que está acontecendo?? Me diz o por que está fazendo isso!!???
 
Megan o responde e explica para ele detalhe por detalhe do porque ela teria feito o que fez até aquele momento:
 
– Sabe querido, há mães que simplesmente não são mães e sim genitoras... eu nunca tive amor por aquelas crianças, até porque sempre mantive o meu foco, quando descobri sem que você soubesse que você era um descendente, eu não pude me conter, simplesmente porque meus antepassados sofreram o que as piores pessoas do mundo não deveriam sofrer; só porque eram diferentes. Antes que eu matasse você, eu tinha que antes vê-lo sofrer! Te dando filhos e os tirando depois, mas de uma forma irreversível. Nunca foi pessoal Robert, acredite em mim quando digo isso, desde que eu me entendo por gente faço isso e com você não seria nada diferente. Depois que passamos a ficar muito tempo juntos no hospital tive medo que você descobrisse a verdade antes da hora certa chegar, então forjei meu sumiço, mas isso foi o de menos. Tentaram avisá-lo com uma carta deixada na nossa casa, não sei quem a deixou ou o porque dela estar lá, mas me livrei evitando que você a achasse; antes disso ninguém jamais desconfiou que era eu a plantar a discórdia no nosso convívio, fiz meu trabalho muito bem. Tive ajuda é claro, Elizabeth a diretora... você tinha razão ela ajudava, mas não orquestrava. Ela é muito supersticiosa e isso ajudou com as vítimas, eu nunca tive outro propósito com elas além de às torturar e depois exterminar, após fazer isso eu deixava o caminho livre para Elizabeth e ela fazia o que quiser com todos, no fim os corpos são incinerados; cabelos, digitais e dentes de tudo nós se livramos no fim.
 
– Você não tem coração? Você é puramente um demônio? Um monstro disfarçado? Não tem nenhum sentimento?
 
– É bastante compreensível sua frustração e indignação, mas suponho que isso não o ajudará em nada agora. Sobre sentimento, eu quase cheguei a gostar realmente de você, mas dessa fraqueza eu me livrei rápido felizmente. Muito bem recomendo que você fique quieto até eu terminar de queimar esses corpos, ou sua vez será antecipada.
 
Avisa Megan com um olhar sereno e ao mesmo tempo bem expressivo.
Na casa de Scarlet, Christopher tenta uma entrada forçada pelos fundos arrombando a porta. Na sala de estar ele encontra tudo revirado, muita coisa inteiramente quebrada, não tinha como dizer que aquilo tudo havia acontecido horas antes de sua chegada, porque a lareira ainda estava quente. Enquanto continua a procura por Scarlet cautelosamente, ele pega sua pistola (uma Taurus 92 AF) para assim evitar possíveis perigos... no fim não encontra nada de relevante e desabafa com si próprio:
 
– Mas que droga! Com um pouco mais de azar volto a estaca zero.
 
Voz oculta – Azar... hahahaha.
 
–Quem está aí?? Quem é!? Responda a pergunta! Se não eu serei obrigado a atirar quando te encontrar.
 
A voz permanece em silêncio. Christopher com um pouco de medo fica imóvel, apenas tentando escutar barulhos que pudessem denunciar a localização da outra pessoa ali presente com ele. Tempo se vai e ao fundo da cozinha da casa ele observa uma forma, forma essa que ele não consegue julgar o que é, poderia ser uma pessoa ou também ser uma miragem; de qualquer forma ele não pode arriscar, atirando nessa forma ele pode matar um suspeito ou até mesmo abrir uma brecha para a fuga dessa pessoa de algum jeito... sorrateiramente a pessoa segura Christopher por trás, pegando seu pescoço no estilo Mata-Leão o que o induz a perder os sentidos, mas o detetive não se rende tão facilmente e acaba por se livrar desse golpe, golpeando a pessoa detrás dele com uma cotovelada em sua barriga, ela então cai no chão e se mostra ser Elizabeth, com a arma apontada para ela e inconformado Christopher a questiona:
 
– Você podia ter me matado! A senhora é bem forte. Obrigado por ter me dado motivos suficientes para te prender de vez agora; mas antes você vai me dizer sua desgraçada, onde está o casal Turner!? Me dizendo isso prometo tentar não deixar o seu colchão tão duro quando você estiver em sua cela.
 
Elizabeth – Você não sabe de nada! Ahahah Nós já conseguimos o que queríamos. Eu Não sei onde Robert está exatamente, mas sei onde minha cúmplice Megan está.
 
– Cúmplice???
 
Pergunta Christopher tentando imaginar a hipótese daquilo ser realmente verdade.
 
Terminando de queimar todos os corpos, Megan antes de acabar com a vida de Robert, decide deixar ele desabafar e assim dizer suas últimas palavras.
 
Megan – Sabe se você quiser, pode dizer alguma coisa sei lá... talvez isso de alguma maneira conforte sua alma. Essa é a prova que eu também tenho coração, por mais duvidoso que isso possa ser.
 
– Tudo o que eu vivi a minha vida inteira não passou de uma mentira suja, nunca tive o amor do meu pai, nem o amor da minha mãe, muito menos o de uma mulher, e pra completar perdi meus filhos, os únicos que me amaram. Não acredito em reencarnação mas se ela existir, farei tudo diferente do que fiz nessa vida infernal. É isso que eu tenho a dizer, então recomendo que você seja rápida com essa faca sua vagabunda doente.
 
– Dizem que o amor é uma mentira suja, uma mera ilusão. Você devia me agradecer por mostrar a você que isso não existe, e nunca existiu no mundo; eu aprendi tudo isso cedo demais, lamento você não... Chegou a hora querido, eu te amo e odeio.
 
Megan então se dirige a Robert com uma faca repleta de sangue e exageradamente afiada, ela o corta lentamente na região do peito enquanto ele grita de dor, é quando Christopher invade e dispara contra ela 3 tiros certeiros em sua cabeça.
Com a chegada do FBI, eles recolhem amostras de DNA no lugar, prendem a antiga diretora e amparam Robert junto aos médicos também ali presentes. Antes de Robert deitar-se sobre a maca, ele deseja falar com Christopher.
 
Robert – Eu agradeço o seu serviço detetive, sei que deu seu melhor, agora volte para seu filho e diga a ele que você o ama todo santo dia, você me promete fazer isso?
 
– Eu... prometo, com certeza farei isso, muito obrigado, e boa sorte, desejo que a vida te dê uma segunda chance, você merece muito. Não se preocupe pois farei contato novamente em breve, para saber como você está. Bom eu preciso ir, cuide-se!
 
– Você também Christopher
 
– E lembre-se, independentemente de tudo, você ganhou um amigo.
 
Completa Christopher, com seus olhos lagrimejando. Com a ida de Robert a um hospital, o detetive retorna a sua casa para assim fazer sua mudança de volta para seu antigo lar junto ao seu filho, quando no meio dessa mudança trazendo suas coisas para seu carro, ele avista uma figura na mata, encarando ela ele fica, até que se distraí com o som de um galho sendo quebrado ao seu lado, e quando volta sua atenção a figura ela some em questão de segundos. Em seu carro retornando ele se recorda de que ainda havia algumas pontas soltas naquela história toda, e no caminho encontra a biblioteca de Scarlet citada no diário de Robert, ele rapidamente para seu carro e desce, pois sentia que aquele mistério não tinha se encerrado. Se encontrando com a bibliotecária ele se pronuncia:
 
– Boa tarde, gostaria de saber se você tem uma seção de lendas urbanas ou de notícias locais pra mim? eu sou um fanático por essas coisas ahahah não sei se você me entende.
 
– Ahahahah Boa tarde para o senhor também, por favor siga-me temos sim. Meu nome é Scarlet sou a proprietária dessa biblioteca.
 
No trajeto ela faz perguntas das quais Christopher já havia presenciado no diário.
 
– O senhor mora nessa cidade ou só está de passagem? Tem esposa ou filhos?
 
– Estou de passagem e não, bem que eu queria uma esposa e um filho.
 
– Entendo o senhor. Deve ser muito solitário eu imagino...
 
– É sim, atualmente estou desempregado e isso torna o meu dia muito mais entediante  e desesperador.
 
– Poxa que chato. Chegamos, qualquer dúvida é só me chamar.
 
– Tudo bem! Obrigado.
 
Analisando as prateleiras encontra um livro que se auto-intitula "A História Da Família Turner", isso o deixa perplexo, ele imediatamente busca por Scarlet para obter respostas sobre aquilo, mas não a acha, pois seu turno já tinha acabado; Com isso ele opta em levar o livro para o departamento sem ao menos ler ele. Na ida dentro de seu carro encontra Scarlet no meio da estrada, e quando repara bem percebe estar recebendo aquele mesmo sorriso disfarçado...
 

                                 FIM

A História Da Família Turner Onde histórias criam vida. Descubra agora