cartas

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Harry se sentou na mesa da Grifinória naquela noite sem a menor fome. Ele sentia seu estômago embrulhar, mas por conta de outro sentimento.

Aquilo não podia ser real, ele não entendia como podia ser possível.

O moreno tirou o pergaminho de seu bolso para relê-lo, aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto com ele. Quem quer que o tenha passado aquele trote, conseguiu mexer com seus pensamentos.

*flashback on*

Harry estava saindo da aula de História da Magia mais cedo na tarde daquele mesmo dia. Enquanto colocava seus materiais de volta em sua mochila, se preparando para seguir para a próxima aula, um papel em forma de passarinho encantado voou até ele.

O moreno apanhou o papel olhando em volta, mas não havia mais ninguém na sala à não ser ele e o Professor Binns, que flutuava sob a mesa enquanto lia um livro. Ele abriu o papel, desconfiado, afinal quem poderia tê-lo mandado aquilo?

Notou que havia um bilhete ali. Assinado por Draco Malfoy.

Querido Harry,

Ele quase engasgou ao ler aquilo. "Querido"? "Harry?" Desde quando Draco o chamava de Harry? Seu coração acelerou.

Eu sei que você deve estar achando estranho o fato de que eu, Draco Malfoy, estou lhe enviado uma carta. Mas não quero enrolar muito, até porque não tenho muito tempo para escrever, então é vou direto ao ponto... Eu gosto de você, Harry.

Os olhos do grifinório que lia só não saltaram para fora porque seus óculos os seguraram. Ele não podia estar lendo direito, podia?! Um sorriso involuntário se abriu em seu rosto ao mesmo tempo que uma felicidade cresceu em seu peito.

Eu não consigo explicar porque e nem desde quando, mas percebi os sorrisos quase indiscretos que você me lança durante nossas aulas juntos e desde então comecei á sentir aquela sensação que muitos chamam de frio na barriga. Pansy disse que é porque estou apaixonado, e então não foi difícil para eu ligar os pontos na minha cabeça e chegar nessa conclusão. Minha amiga nunca erra.

Mas você também deve se perguntar porque estou lhe dizendo isso, porque em uma carta e não pessoalmente. Primeiro, acho que se eu lhe dissesse isso pessoalmente levaria um belo soco no nariz, eu não te culpo, achei estranho no início também. Segundo, porque acho que não há necessidade de esconder esses sentimentos. Se você não sentir o mesmo, que se dane, mas eu nunca iria saber se não houvesse tentado.

Com... carinho,
Draco Malfoy.

Harry precisou se apoiar na mesa para não cair. Aquilo não podia estar acontecendo. Só poderia ser uma brincadeira. É... Não era real...

O próprio moreno nem conseguia se lembrar de desde quando sentia algo por Malfoy, por isso a ideia do loiro sentir o mesmo deveria animá-lo, ele deveria estar dando pulinhos de alegria agora.

Mas quais eram as chance? Quase zero, certamente. Ele não ia criar expectativas. Não podia. Alguém estava brincando com seus sentimentos, ou até mesmo o próprio Draco.

Harry deixou a sala de aula de História da Magia cabisbaixo. Qualquer um deveria estar feliz em seu lugar, certo? Mas aquilo não era real... Ele ia se convencer disso... Sem expectativas...

Mas aquilo não saiu de sua mente até a hora do jantar.

*flashback off*

Harry releu, e releu a carta de Draco umas três ou quatro vezes, ainda tentando se conformar com as informações. Parte de sua mente estava feliz, parte dela estava desanimada, até mesmo desconfiada...

drarry trash: imagines 4Onde histórias criam vida. Descubra agora