Era uma tarde relativamente "comum" no submundo. Almas sendo torturadas por más ações realizadas enquanto estavam vivos, outros seguindo caminho aos Asfódelos e os Campos de Elisio, espíritos correndo de um lado para o outro e conversando entre si. O de sempre.
Hades observa por uma das janelas de seu palácio a multidão que se aglomerava do lado de fora. Muitas vezes se pegava naquele quarto observando esperançoso, algo que não lhe era comum, para a criança que dormia serenamente em uma cama, acordar. O deus a observa a mais de mil anos, no começo o mesmo só queria o poder que a menina poderia lhe oferecer, mas com o tempo se tornou solitário, cansado do mesmo cotidiano e acabou se apegando a pequenina.
Já procurara diversas criaturas que fizessem sua filha acordar, mas todas disseram a mesma coisa, o feitiço só seria desfeito pela bruxa que o lançou ou pela força de vontade do enfeitiçado. Hades quiseras diversas vezes torturar o espirito de Esther Mikaelson por amaldiçoar a jovem, mas as almas dos sobrenaturais após morreram ficam presos no chamado "Outro lado", um véu de mais de dois mil anos de existência que impedia seus espíritos de cruzarem para o submundo.
Dispersou-se de tais pensamentos e tratou de sair do cômodo, porém quanto estava prestes a ir embora ouviu pequenos chiados. Voltou imediatamente e encontrou a menina abrir seus lindos olhos azuis capri, o deus nunca virá uma íris tão bonita quanto essa.
A pequena se espreguiçou e observou seu a redor, as paredes eram altas em um tom marrom avermelhado com vários candelabros pendurados, esses possuíam velas vermelhas sustentadas por um suporte de prata, era um dos únicos pontos de luz do quarto. Várias colunas de mármore escuro se estendiam do chão até o teto, similares à arquitetura grega repleta de detalhes. Havia quatro grandes janelas, cercadas por cortinas vermelho sangue, que davam acesso a uma varanda, o piso era de uma madeira tão escura, que podia ser confundida com o abismo. Diversos moveis cercavam o cômodo, havia uma penteadeira feita de madeira canela, estilo medieval, com uma espelho em formato oval no centro, cercado de diversas pedras preciosas. Havia alguns quadros na paredes, muitos pareciam ter centenas de anos, emoldurados em nada menos que ouro puro, um armário se encontrava no canto direito do quarto, a madeira não era tão escura quantos os demais objetos e possui desenhos ao seu redor, que pareciam ter sido pintados com cobre. A cama onde estava deitada era de casal, sendo gigante comparada ao seu tamanho, era muito confortável, e juntamente com a penteadeira era em um estilo medieval, com quatro colunas nas bordas, envolvidas com cortinas de vermelho tinto, estava coberta por uma fronha preta e cercada por diversas almofadas e travesseiros. Do lado esquerdo e direito da cama havia uma cabeceira do mesmo estilo do armário. O quarto era maravilhoso, mas a menina não fazia ideia de onde estava e isso a assustou.
- On...onde eu estou? - Perguntou assustada se cobrindo com o cobertor, tentado se esconder.
- Não precisa ter medo criança. - Disse Hades se aproximando, porém a mesma recuou, não convencida.
- Quem é você? - Disse um pouco irritada pela falta de respostas.
- Eu sou Hades e você está na minha casa. - Disse tentando ficar calmo. - Qual o seu nome pequena?
- Meu nome é... - Parou por um momento quando percebeu que não tinha ou não se lembrava. - Eu...eu não sei, não consigo me lembrar.
- Não tem problema. - Disse tentando sorrir, não era algo que fazia frequentemente, mas não queria assustar sua filha.
- Onde está minha família? - Perguntou com medo da resposta.
- Eu sou seu pai pequena. -Falou passando suas grandes mãos pelos longos cabelos escuros da menina.
- E minha mãe? - Hades pensou por um momento e decidiu que seria melhor mentir, não queria que sua filha criasse esperanças em relação à Esther, pois estava morta e ele a odiava.
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A Filha de Hades
FantasyRavena é a filha do tão temido Deus do Mortos, Hades. Ela passou a maior parte de sua vida no submundo devido ao medo de seu pai de que ela descobrisse a verdade sobre suas origens, mas como diz o ditado, um segredo nunca se mantém secreto por mui...