MEMORIES

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Havia se passado algumas semanas desde Ravena acordara do feitiço de Esther, a jovem perguntou a Hades o porque de seu despertar o ter surpreendido e porque não se lembrava de sua vida antes de acordar. O mesmo lhe disse que quando pequena uma bruxa má, havia lhe amaldiçoado por causa de seus poderes, mas que ela não precisava se preocupar, pois ela não poderia mais a machucar.

Ravena se adaptara rapidamente à vida no submundo, de vez enquanto ficava tristes pelos espíritos que vagavam sem rumo, mas sabia que era natural.

Continuando, a mesma conhecera Cérbero, "o terrível cachorro de três cabeças" que quando via uma bolinha se tornava mais dócil do que um gatinho, sempre que se sentia solitária brincava com o rottweiler. Ravena gostava muito de desenhar, as vezes se sentava na varanda de seu quarto e observa os mortos andando de lá para cá, tentando capturar sua essência em uma pintura.

Muitas vezes tinha pesadelos de noite com uma porta branca, sempre que a abria se via perdida em fragmentos de memória, não sabia se eram suas ou de outra pessoa, porém na mais recente conseguiu ver com clareza dois homens conversando:

- Qual o motivo desta reunião, Niklaus? - Disse um homem branco, que usava um elegante terno preto e possuía uma postura firme e autoritária.

- Elijah, algo está errado, consigo sentir. - Disse o outro homem de cabelos castanhos avermelhados, sentando em uma poltrona segurando um copo de whisky.

- O que aconteceu agora, Niklaus? - Disse Elijah, era possível ver que este cuidava de Klaus há muito tempo.

- Você se lembra de nossa irmã mais nova, Astrid? - Perguntou olhando para uma pintura que havia feito dela.

- Claro, que me lembro. Por que pergunta? - Falou se sentando na cadeira ao lado do irmão mais novo.

- Nas últimas semanas tenho tido esses sonhos com ela, não sei ao certo o que eles significam. - Disse tomando um gole de sua bebida.

- Irmão você sabe que Astrid morreu há séculos, mas como são esses sonhos? - Pergunta Elijah confuso com a repentina menção de irmã mais nova.

- São como visões, não sei ao certo, mas eu vejo ela em diversas situações, como se estivesse acontecendo agora.

- Niklaus, alguma bruxa deve estar mexendo com suas memórias, temos de resolver isso.

Acordou de seus pensamentos quando ouviu alguém bater na porta, hoje era começo de outono e Ravena conheceria Perséfone.

- Ravena? - Disse Hades entrando no quarto.

- Sim, pai? - Perguntou deixando de lados seu caderno de desenhos, geralmente quando entrava em transe tentava desenhar as pessoas que via nele, ela ainda não contara ao deus sobre os sonhos e queria manter assim.

- Venha pequena, não quer conhecer sua mãe? - Questionou encostado na porta.

A menina se levantou animada e os dois seguiram rumo ao jardim, Hades a contou histórias sobre a deusa menor, disse que se apaixonou pela beleza da jovem e a trouxe para o submundo. Claro que foi uma versão muito mais light da história, sem todo sequestro e abuso.

Chegando ao campo em frente a casa, viu uma linda mulher de cabelos castanhos e pele chocolate observando um lindo pé de romã. Ravena nunca esteve no jardim antes, somente o via pela janela de seu quarto, na verdade nunca havia saído do palácio, digamos que o submundo não é o lugar mais seguro para uma criança, especialmente uma viva. 

O jardim era claramente uma das partes mais alegres e de certa forma macabras do castelo. Havia dezenas de pessoas em formato de estátuas feitas por Medusa, cogumelos multicoloridos, arbustos venenosos cercados de flores, trepadeiras luminosas que se estendiam pelas grades que cercavam o limite do jardim e no centro um estupendo pomar de romãs, na árvore cresciam diversas flores alaranjadas que brilhavam como neon e frutas suculentas, que para quem não sabe, se você comer uma delas ficará preso no submundo para sempre.

A Filha de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora