David continuou ignorando o olhar penetrante de Charles secando-o por trás enquanto procurava uma saída.
Foi quando se virou para tentar atravessar pelo lado oposto que percebeu que o gigante não estava mais lá. E chegando mais próximo do cara caído no chão, ele notou que, na porta do banheiro feminino, havia uma garota que estava desesperada em prantos.
David olhou rapidamente ao redor antes de dizer: "Você ficou presa aí durante a briga? Já pode sair."
A estudante parecia ser super jovem, provavelmente pertencia ao primeiro ano. Ela soluçava incessantemente enquanto tentava formular as frases: "N-Não... não é isso."
David se aproximou preocupado: "O que foi?"
Ela mal conseguia falar, então só apontou para o estudante que já estava sendo acudido no chão: "E-ele... foi ele..."
O cacheado ficou ainda mais confuso: "O que tem ele?"
Uma outra estudante saiu da multidão para acolher a garota que chorava. Ela abraçou a menina inconsolável e disse para David: "Me parece que esse cara vem perseguindo ela. Dessa vez, ele passou dos limites. Se não fosse por aquele menino, esse doente poderia ter feito algo ainda pior."
Essa informação serviu como gatilho para o garoto querer bombardeá-la de perguntas, mas sabia que isso não era adequado, ainda mais nessa situação. Então, ele só perguntou enquanto apontava pro adolescente machucado: "Ele te machucou?"
A adolescente ainda tremia. Ela negou com a cabeça: "Ele nos prendeu no banheiro, mas não deu tempo...O menino do quarto ano... ele chegou antes, ele não deixou-"
A garota escondeu o rosto choroso nas mãos. Quanto mais se forçava a lembrar, mais se sentia pior.
"Charles...", David subitamente entendeu o que tinha, de fato, acontecido ali. Sem mais delongas, ele sumiu da visão das garotas, se enfiando descuidadamente entre os alunos aglomerados, os empurrando para que abrissem passagem.
Saindo da massa de pessoas, ele se esbarrou com Lyana e Yuri. Com uma pressa infindável, perguntou aos amigos intrigados: "Vocês viram para onde Charles foi?!"
Yuri arqueou as sobrancelhas e olhou de relance para a amiga: "Por quê? Vai seguir aquele idiota?"
Lyana também parecia não querer colaborar. Ela lançou um olhar para Yuri sem saber o que fazer.
"Em?! Pra onde ele foi?! Rápido!", o cacheado exclamou.
"David...", Lyana pôs uma mão no ombro do amigo e disse com cautela: "Eu percebi que... ele é perigoso, é melhor deixar quieto."
Yuri concordou com as raras palavras conservadoras da adolescente.
"Ele não é! Me digam, por favor!", David ficou ainda mais aflito. A ficha finalmente tinha caído: Ele tinha cometido um grave erro.
Yuri analisou a inquietude do amigo: "Eu não entendo, cara. Você não queria se afastar dele?"
"Você viu ou não?"
Lyana e David se mantiveram de boca fechada, nenhum dos dois contribuiu com nenhuma informação.
Mesmo assim, o cacheado não desistiu. Além de não fazer ideia de onde Charles poderia estar, ele também não saberia o que dizer quando o encontrasse.
Ele tinha dito coisas tão erradas. Coisas que nem ele mesmo acreditava, mas estando naquela situação, só aquilo parecia fazer o gigante parar. Como conseguiria reverter tudo o que foi dito?
O primeiro lugar que veio em sua mente foi que Charles poderia estar na sala de aula. Por mais improvável que fosse, todas as alternativas tinham que ser tentadas. Levando em conta que se encontravam em época de provas e que a maioria dos alunos iam embora assim que terminavam, a segunda opção mais provável era a sua casa.
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It is love among us? (BL/Yaoi)
Roman d'amourYuri Anthony é o típico adolescente gamer que odeia perder, e que convenientemente é muito experiente no Among us. Um dia, Yuri quase perde, de certa forma, para um jogador misterioso. E isso faz o garoto explodir e declarar ódio contra o homem. Qu...