Descendentes: Um plano incompreendido.

Capítulo 74

Malia ❤️

A vida que eu sonhei chegava longe de ser a que eu vivo hoje, mas isso não importa mais, não posso viver a vida me lamentando ou vivendo pensando em como seria minha vida sem meus erros, tá na hora de deixar de ser uma menina e virar uma mulher.

Eu respiro fundo e entro na sala, o médico nós trata super bem e pergunta várias e várias coisas. Eu estava procurando as palavras certas pra perguntar a ele sobre a minha situação, mas a vergonha era muito forte, e o medo do julgamento também.

Ele me leva até uma maca e passa um gel na minha barriga e em seguida o aparelho da ultrassom, olho então pra tela e meus olhos se enchem de lágrimas quando vejo apenas uma bolinha, tão pequena dentro de mim, nessa hora é impossível não lembrar do Bernardo, e como eu queria que ele estivesse aqui. Jesus, me perdoa, não devia pensar essas coisas, devia parar de amar ele como eu amo, devia esquecer mais não consigo, em todo lugar que eu olho eu vejo ele, e estou presa e lutando contra isso, por que eu não deveria sentir isso.

Fico encarando a tela com meus pensamentos a mil e então o Kaique segura minha mão e me faz acordar do transe.

Kaique: Tá tudo bem?

Malia: Tá sim. - digo dando um sorriso com os olhos molhados.

Kaique: Então doutor, tudo certo com o bebê?

Médico: sim, seu bebê ainda é muito pequeno e está se desenvolvendo bem, sua bolsa está normal, é uma gravidez saudável.

Eu respiro fundo pra poder perguntar oque me assombrava.

Malia: Se ele tivesse algo uma má formação o senhor saberia ?

Médico: Não pois ainda é muito cedo, por que tem alguma caso assim na família?

Malia: É por que... É que... - eu gaguejava

E tremia de vergonha, não queria que ninguém soubesse mais não podia não deixar de falar nesse caso.

Kaique: Se o bebê fosse fruto de um relacionamento entre meios irmão, ele teria chance de desenvolver algum problema?

Ele nos encara surpreso, e eu já estava chorando.

Médico: Ainda é muito cedo pra saber disso, mas vamos continuar o acompanhamento da gestação e lhes informarei sobre qualquer coisa que não seja comum.

Eu respiro um pouco mais aliviada e então finalizamos e saímos de lá.

Kaique: Fica calma, nem sempre os bebês nascem com problemas Malia.

Eu respiro mais aliviada.

Malia: Se ele nascer, vou amar ainda mais ele, mas sempre irei me culpar.

Ele coloca sua mão no meu ombro me puxa e beija minha cabeça.

Kaique: Vamos enfrentar isso juntos.

.......

Algumas semanas depois

Algumas semanas se passaram e estou sentindo mais a gravidez, minha barriga está pontuda, mas graças a Deus não sinto tantos os sintomas como a maioria das grávidas, tem sido bem tranquilo esse tempo.

Eu consegui um emprego com uma das vizinhas do Kaique, sou operadora de caixa em uma loja de roupas , não pagava tão bem, mas estava ótimo pra mim, comprei até um celular , já não aguentava mais ficar sem.

Essa semana foi bem difícil pra mim, pois ainda estava perdida sem saber oque eu faria, ainda tinha dúvidas sobre o Kaique mas agora não tenho mais, ele tem se mostrado ser um bom amigo, e se preocupa muito com meu bem estar. Nunca imaginei que ele seria assim, ou que alguém poderia me ajudar assim algum dia, pegar um fardo desse tamanho pra si, claro que não sou burra o suficiente pra acreditar cem por cento nele, até por que se eu fosse, tudo que eu passei não teria válido a pena.