Ela penteava cuidadosamente seus cachos loiros enquanto escolhia a roupa certa para ir naquela festa. Encontraria Pedro lá e queria se sentir linda e confiante para fazer o que desejava em tempos.
Ele estava louco para descobrir o mundo de Sabrina e visitá-lo, andava de um lado para outro em seu quarto com a rosa vermelha que havia roubado do jardim de seu vizinho para entregá-la. Ao sair de casa, percebeu que o céu estava estrelado, sinal de que a noite seria perfeita para o que estava querendo dizer a ela.
Sabrina calçava seus tênis confortáveis, pois queria dançar sem se cansar até chegar na música esperada. Para não perder a feminilidade, acrescentou uma tornozeleira de esmeraldas para combinar com seu colar, que harmonizavam seus olhos. Ela pegou seu celular e chamou um uber, que rapidamente a deixou na porta da festa. Será que ele realmente viria? O único pensamento em sua cabeça era "não se perca porque eu estou esperando".
Era a semana mais quente do ano, início de verão. Pedro sabia que estava apaixonado, freneticamente apaixonado. Ele sabia que não eram sentimentos de verão a flor da pele, e sim amor. E diria a ela.
Ela viu que ele havia chegado na festa um pouco perdido, com aquela flor na mão e tentando encontrar alguém. A menina correu na direção em que ele se encontrava e tocou em seu braço.
— Oi! Pedro! — ela o cumprimentou ofegante.
— Estava te procurando, Sabrina. Você está linda! — ele exclamou, pegando em sua mão e fazendo-a girar em seu próprio eixo. Reparou no vestido tubinho chumbo que usava, e em seus tênis pretos de sempre. Sorriu sabendo que eram os favoritos dela.
Ele entregou a rosa vermelha para a menina, que agradeceu dando um um sorriso singelo e guardando-a cuidadosamente em sua bolsa para não amassá-la.
— Vamos pra pista de dança? — a menina perguntou retoricamente, puxando-o para dançar com ele. Queria criar coragem para poder falar o que estava almejando.
Após duas músicas bailadas, Pedro começou a balbuciar algo. Sabrina não entendeu muito bem, então pediu para repetir mais alto, pois a música estava muito alta.
— Estou tentando dizer que nós somos mais que cem milhas. — ele apregoou olhando em seus olhos.
— Sim, e somos mais que o céu cinzento. — ela riu, e verbalizou no mesmo tom que ele.
— E mais que dias solitários. — ele completou. Estavam extasiados.
— Eu te amo! — falando juntos, como em uníssono, e riram mais uma vez.
— Namora comigo? — ele perguntou, arfante.
Sabrina estava corada, e Pedro sem jeito. Ele a puxou pela cintura, mas ela que o beijou. Seus corpos estavam em sintonia, pois ainda não tinham parado de dançar. Os corações estavam batendo melodicamente, ritmados.
Naquele exato momento começou a tocar a música esperada por ambos, o que deixou o momento mais perfeito para eles. Pararam o beijo e sorriram um para o outro.
— Vou entender isso como um sim. — ele brincou, fazendo-a rir a assentir levemente com a cabeça.
— Está na hora de irmos, dança comigo mais uma vez?