Capitulo Dezoito

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Denise me olha, calada, enquanto eu fico sentada em cima da marquesa

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Denise me olha, calada, enquanto eu fico sentada em cima da marquesa. Acho que consigo ver a batalha interior que ela está travando consigo mesma, pensando se faz o que eu digo ou não. Depois, ela suspira e vai até um armário, retirando uma caixa pequena e me entregando.
Pego aquela coisa e escondo no cós dos jeans e a olho, sabendo que ela vai falar alguma coisa. Suspiro.
- Fala. - Peço.
- Não acha melhor contar para o Daryl? Ele tem se saber.
Levanto e fico na frente dela. Ela recua um passo.
- Eu gosto de você, sério que sim. Mas nem pensa contar nada para ele! Eu não quero machucar você, nunca, mas... por favor.
Denise me olhou e depois assentiu, derrotada. Assenti também e saí da enfermaria, trombando num Rick bem disposto.
- Malia. Acordada a essa hora da manhã?
Dei de ombros. - É... dor de cabeça. Não consigo dormir.
- Falou com Denise?
- Hum hum. Não se preocupa. - Toquei no ombro do xerife e saí dali.
Entrei em casa e subi no quarto. Daryl já não estava lá. Espreitei para dentro do banheiro, mas estava vazio. Fechei os olhos. Graças a Deus.
Entrei e tranquei a porta, tirando a maldita caixa dos jeans e fiquei olhando ela. Eu queria estar errada, eu tinha de estar. Não podia aceitar tal possibilidade, não nesse mundo. Não agora.
Abri a caixa e tirei o produto de plástico, branco e azul. Era agora ou nunca.
Fiz o que tinha de fazer. Depois, sentei no chão, esperando, com aquela coisa quieta, colocada no chão. Olhava a parede em frente, pedindo a qualquer divindade que me ouvisse para não deixar acontecer. Mas, dentro de mim, eu já sabia a resposta, só precisava de confirmação.
Olhei para baixo, pois já passara o tempo indicado, e senti uma lágrima cair pelo meu rosto. Era positivo. Eu estava grávida do Daryl. Coloquei as mãos nos cabelos. Como eu iria falar para ele?
Lori ficara grávida naquele apocalipse e não sobrevivera. Eu não podia fazer aquilo. Não iria condenar meu filho e do Daryl, a esse mundo de mortos.
Levantei e pisei aquele pedaço de plástico até não sobrar nada. Peguei os pedaços e coloquei no lixo. Suspirei, ergui a cabeça e saí dali, descendo as  escadas e saindo de casa.
Não vi Daryl em lugar nenhum, deveria estar com Rick ou Aaron. Mesmo assim, olhei para todos os lados, não fosse ele aparecer.
Disse bom dia para os que me falavam e voltei na enfermaria, entrando  e fechando a porta. Denise já estava sozinha e me olhou, entendendo.
- Sério? Isso é bom, certo?
Avancei pela enfermaria e depois olhei ela de novo?
- Não, é péssimo. Eu não posso ter esse filho.
- O quê? Claro que pode. Esse lugar é ótimo.
- Denise, que mundo você vive? Tem zumbis nesse mundo, esperando uma oportunidade para nos matar a todos. Imagina o que eu sentiria ao ver eles levarem meu filho. - Balancei a cabeça, nem querendo imaginar. - Não. Não posso.
- Mas... E o Daryl?
- Droga. - Murmurei.
Fiquei ali, pensando no que deveria fazer, mas sem achar solução alguma.
Denise foi chamada na rua e me deixou sozinha e as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto.
O que eu iria fazer? Não podia ter um filho.
Sem pensar, levantei e abri um armário. Peguei o primeiro frasco que achei e abri, colocando vários medicamentos na minha boca. Bebi um grande gole de água e fechei os olhos. Agora não podia voltar atrás.
Um tempo depois, quando Denise voltou, me olhou e se aproximou, pegando minhas mãos.
- Malia, você está bem? Está quente.
Olhei ela, mas sem realmente ver.
- Eu... - E apaguei.

Quando acordei, vi que estava deitada na minha cama, no meu quarto. Senti uma dor forte na minha barriga e fechei os olhos de novo. Depois abri eles, muito rápido, lembrando do que eu fizera. Sentei na cama, sentindo dor, e me assustei quando vi Daryl sentado em uma cadeira, de braços cruzados e me olhando com a fúria no rosto.
- Daryl...
- Você está bem?
Assenti. - Acho que sim.
Ele balançou a cabeça. - O que você fez? Que merda foi aquilo? - Ele ergueu um pouco a voz.
- Eu...
Daryl levantou e ficou andando de um lado para o outro e depois parou, me olhando.
- Denise me falou! Você não achou que eu deveria saber? - Ele gritou. - Ao invés de tentar tirar sua vida?
- Daryl...
- Você matou esse bebee achou  que deveria morrer também? Além de perder ele, sem nem saber que existia, eu tinha de perder você também?
Tentei  levantar da cama, mas ele ergueu a mão. - Fica aí, precisa descansar.
Comecei a chorar, eu não sabia o que fazer nem o que dizer. Eu não podia ter um filho nesse mundo. Mas agora... percebia que tinha errado com Daryl.
Ele se aproximou e eu o olhei.
- Desculpa.
- Isso não vai adiantar de nada, vai? - Ele perguntou. - Você deveria ter dito, falado comigo! Eu tinha o direito de saber, Malia! Era meu filho, porra! Seu filho!
- Eu não sabia o que fazer! - Gritei. - Eu fiquei em pânico!
- Claro, e quando ficamos em pânico matamos pessoas inocentes. - Ele colocou a mão no rosto e depois tirou de novo, andando até á porta. - Não me espera para jantar e nem para dormir.
- Daryl, onde você vai?
Ele me olhou, como nunca olhara antes.
- Para algum lugar longe daqui. Longe de assassinas de bebê.

A História de Malia Mason - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora