ɴʏᴍᴘʜᴏᴍᴀɴɪᴀ | ᴅᴇsᴛɪᴇʟ

Chapter One

Olá. Como vai você?

Eu estou uma merda.

Eu estou excitado pra caralho. Sério...

Mas hey, não se assuste com minhas palavras chulas, você provavelmente se acostumará com isso, vai por mim.

Eu realmente não faço a mínima idéia do porque eu estou escrevendo isso, simplesmente estava a arrumar meu quarto e encontrei esse caderno velho e com essa capa ridícula do Bob Esponja. Deve ser um dos cadernos de Sam de quando ele tinha 10 anos, mas nunca o usou, então o deu para mim. E está guardado no meu quarto desde então, então estou dando alguma serventia para este pobre e esquecido caderno.

Sam é meu irmão mais velho, ele tem 22 anos, apenas três anos mais velho que eu, que tenho só 19.

Dezenove anos de pura beleza, na verdade. Pode-se dizer que não tenho muitos problemas com a auto-estima, aliás, ela é minha melhor amiga.

Okay, não é momento para me gabar agora...

A propósito, meu nome é Dean. E vou lhe contar um pouco da minha história para que você me conheça melhor.

Sammy e eu moramos sozinhos em um apartamento, cujo este o aluguel é pago pelo nosso tio de coração grande, Bobby. Nós estamos correndo atrás de algum emprego para bancar nossas coisas e parar de depender de nosso tio... Quer dizer, Sam está correndo atrás de um emprego - corrigindo.

Logo mais eu te explico o porque disso. E NÃO... Não é porque sou um vagabundo, preguiçoso ou algo do tipo, é algo muito mais complexo do que isso...

Nossos pais morreram há alguns anos, quanto tínhamos entre 5 e 9 anos de idade. Nosso tio Bobby cuida da gente desde então. E há 1 ano atrás, no nosso aniversário - por que coincidentemente nascemos no mesmo dia, embora tenhamos idades diferentes - ele nos presenteou com esse apartamento, e está pagando nosso aluguel e despesas.

O tio Bobby não é nenhum rico - só um velho de classe média -, ele ajuda  com o que pode. Ele odeia o termo "rico", pois para ele todo rico é metido.

Nós nos sentimos mal pelo tio Bobby dar conta de tudo pela gente, então Sam decidiu que arrumaria um emprego para nos bancar, embora ele viva ocupado com sua faculdade de direito e seus estudos, quase não o resta tempo para nada nessa vida.

E eu? Bom, eu faço faculdade de engenharia, mas... Faço isso pela internet. Porque eu tenho esse privilégio? Bem... Isso já é um outro assunto...

Acontece que, eu sou doente.

Não é bem uma doença, é mais como um vício, um distúrbio: a ninfomania. Eu vou explicar.

Da mesma forma que podemos ter compulsões por bebidas, comidas ou compras, também é possível ter a compulsão por sexo, chamada de ninfomania.

Eu pesquisei em um site do Google sobre, e achei um pequeno trecho que fala sobre isso e representa claramente o que tem ocorrido comigo nos últimos anos:

"Na crise de compulsão sexual, a pessoa se masturba ou tem relações sexuais excessivamente, e mesmo assim não se sente saciada. Tudo isso traz picos alternados de prazer e culpa, que aumentam ainda mais a ansiedade de quem está vivendo a situação"

Sabe quantas vezes eu me masturbei só hoje? Quatro! E são apenas 5 horas da manhã.

Parece pouco para você? Pois bem, meu maior recorde foi bater 21 vezes em um único dia.

E estás errado se pensar que eu só bato punheta. Sou um bissexual assumido. Mas vamos dizer que por causa desse meu "probleminha" eu não tenha dado muito certo no amor - com ambos os gêneros.

Quando eu me envolvo com alguém, eu sempre revelo a essa pessoa sobre eu ser um "ninfomaníaco" e a explico toda a situação.

Claro, no começo é tudo mil maravilhas! Já não basta eu ter uma agradável aparência física, e ainda sou uma máquina de sexo ambulante. Quem não iria amar inicialmente? Não é mesmo?

Mas como acabei de dizer: "inicialmente".

A palavra que mais descreve um ninfomaníaco é ser "insaciável". Tente o que quiser, você pode me deixar satisfeito depois de 5 transas seguidas, mas isso não vai durar por muito tempo, logo eu vou estar disposto novamente - como 1 ou 2 horas mais tarde.

E foi aí que todos os meus parceiros não aguentavam mais. Eles reclamavam de que eu não lhes dava o tempo que era preciso para que se recuperassem, que eu era insaciável demais para eles aguentarem.

O termo "ninfomania" na verdade é usado para descrever esse distúrbio em mulheres. Para nós, homens é usado o termo "satiríase". Mas foda-se eu, eu acho "ninfomania" uma palavra mais legal de ser dita.

E meu ciclo de relacionamentos começou a diminuir. Até mesmo nas amizades. A única amizade que tenho hoje, é Charlie.

Ela é a única que me entende e que eu tenho certeza que nunca me abandonaria. Eu já dei encima dela uma vez, - no começo da nossa amizade - por causa desse maldito distúrbio, e foi quando ela me disse que era lésbica. Tive medo dela me rejeitar pelo resto da vida depois disso, mas não foi isso que aconteceu. Ela me acolheu, sempre tão compreensiva... Eu aprendi a me controlar melhor ao lado dela.

Vou te dizer como essa merda começou.

Eu tinha 13 anos na época. Era um virjão tímido da escola. Eu tinha tantos amigos...

Pois bem, meus amigos falavam muita merda. Sempre diziam sobre pornô, peitos, anal e essas coisas...

Eu não sei explicar como isso aconteceu tão rápido, mas começou com meu vício pela pornografia. Eu assistia pornô geralmente por apenas 3 horas por semana.

Até aí tudo bem. O problema começou quando eu cheguei aos 15 anos, o número havia aumentado. Passei a assistir pornô por 6 horas por DIA! E já não era mais virgem desde então, sabe como as coisas acontecem...

Hoje com 19 anos, não queira saber com quantas pessoas já transei ou por quantas horas por dia eu assisto pornô, você poderia entrar em choque com a resposta.

Sério, é engraçado pensar que eu sou uma das pessoas mais experientes em sexo do mundo. Já pratiquei tantas coisas como: bdsm e fetiches mais complexos, tantas posições...

Eu sei, da maneira que eu falo, parece que eu gosto desse maldito distúrbio. Está muito enganado.

Eu vivo dependendo de calor humano. Tudo bem, quando eu encontro alguém para me satisfazer, está tudo bem, até o momento em que não tenho mais essa pessoa comigo. Aí tudo vai pro caralho.

Eu posso estar na porra de uma fila de Supermercado, que começo a imaginar lugares por ali onde eu poderia transar.

Eu não posso nem trabalhar pois há uma grande probabilidade de eu seduzir alguém e transar com a pessoa ali mesmo, no local de trabalho.

Nem posso frequentar minha faculdade presencialmente.

Isso é horrível. Céus, porque?

Pois bem, eu sou um ninfomaníaco.

Sam e Charlie são os únicos que sabem desse meu problema. Eles correm atrás de tanta coisa para me ajudar, mas quase sempre é inútil.

Ultimamente, Sam tem procurado por psicólogos para me ajudar. Até agora ele não achou nenhum à altura.

Eu o disse que um psicólogo não vai ajudar em nada, e que há uma grande probabilidade de eu querer transar com o próprio.

E tudo que Sam disse foi: "Eu vou arrumar o terapeuta mais feio que eu encontrar".

Ele realmente não sabe como essa merda toda funciona...