Capítulo 5

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Entre beijos trocados, suspiros ressoavam pelo quarto. Cat Noir tentava não apoiar todo seu peso em Marinette, mas sentia suas forças se esvaírem a medida que o beijo era aprofundado. Ficava mais e mais difícil manter distância, enquanto os dedos delicados da garota passeavam por seus cabelos. Puxando-os de leve vez ou outra.

Adrien apoiou os cotovelos no colchão, um em cada lado de Marinette. Sentindo o equivalente a uma explosão de cores dentro de si. Era um caleidoscópio que o inundava por inteiro, ele queria se perder em Marinette sem passagem de volta. Estar com ela era como encontrar o caminho do paraíso e Cat Noir não queria retornar de lá.

— Princesa... — falou baixinho, buscando reordenar os pensamentos para agir com cautela. Os pais da garota poderiam apontar a qualquer momento, no mínimo seria constrangedor encontrá-lo ali. Ele seria provavelmente morto. — Não é melhor pararmos? — ele não queria dizer aquilo, só temia ir longe demais com ela. 

Quer dizer, ambos desejavam aquele beijo, certo? Por que seria errado se parecia tão correto? Mas... e se Marinette se arrependesse?

— Não. — ela negou enfaticamente. — Eu quero você. — ele corou ainda mais. — Se... — Marinette mordeu o lábio inferior, já vermelho e um pouco inchado pelo beijo —, você me quiser.

Cat Noir percorreu os olhos em cada traço do rosto da garota, os cilios cheios e escuros. As bochechas rosadas, as pequenas sardas que mal se podiam ver. Aliás, que ele só reparou a fundo agora, por estar a centímetros dela ao ponto de absorvê-la por completo na memória. A boca... tão carnuda e macia, seu lábio inferior, um pouco mais cheio que o superior. O cabelo, que escorria um pouco bagunçado pelos ombros, oferecendo um contraste irresistível que o deixava zonzo.

O garoto deslizou a ponta do indicador da testa, passando pelo nariz arrebitado de Marinette e pousando em seu queixo. Ela fechou os olhos, apreciando o carinho sutil, sorrindo involuntariamente.

— Você é tão linda... — ele sussurrou, deixando um beijo demorado na mandíbula da garota. Ela arquejou levemente com o contato. — É como uma poesia que eu aprendi a ler somente quando te beijei.

— Você pode continuar aprendendo então. — Mari o puxou pela nuca, grudando sua boca na dele. 

Cat Noir suspirou em seus lábios, sua respiração ofegante. Foi quando ouviram a voz de Sabine soar:

— Marinette, desce aqui!

Ambos arregalaram os olhos, ela o empurrou sobre a cama. Ele caiu de costas, temendo que o pai da garota surgisse ali. Pois estaria encrencado, não? Estavam sozinhos no quarto, além disso, Cat Noir provavelmente pensou ter perdido a capacidade de fala até que reordenasse os pensamentos.

— Estou indo, mãe. — Marinette respondeu, ajeitando os cabelos.

Passou as mãos no pijama e no rosto, respirando fundo algumas vezes. O herói a viu se afastar, não antes de jogar um beijo no ar para ele. Cat Noir estendeu a mão e fingiu pegá-lo, fechou a palma e levou ao peito.

Ela sorriu, descendo para a parte inferior da casa. Cat Noir não queria ir embora daquele jeito, sem conversarem, esperou um pouco. Mas, quando percebeu que demoraria para ela retornar, teve medo de que os pais da garota aparecessem e o pegassem ali. Resolveu que seria melhor voltar em outra hora, mais centrado. Tendo isso em mente, em alguns segundos estava pulando entre os prédios de Paris. Com o coração leve e apaixonado.

Naquela noite foi difícil dormir, ele não conseguia parar de pensar em Marinette. Nos beijos que trocaram, nas carícias, nos suspiros e em tudo o que envolvia aquela garota.

— É, para quem não estava apaixonado... — Plagg provocou.

— Talvez eu tenha demorado para compreender meus sentimentos. — se defendeu, sorrindo todo bobo. — Só que agora, tudo o que eu quero é ficar com a Marinette.

Estranho amorOnde histórias criam vida. Descubra agora