Capítulo 6

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Bárbara Bravanel

- Bom dia Barbie, parece de bom humor. - June comenta ao se colocar ao meu lado e caminhar comigo para minha sala.

- Tive uma semana mais leve, adiantei boa parte do trabalho no final de semana passada. - também transei horrores essa semana - Como estão as coisas?

- Ah você sabe. - ela dá de ombros mas vejo um certo rubor aparecer em sua face - Tenho trabalhando com Connor e ele não é muito fácil.

- Entendo. - evito fazer uma careta ao me lembrar no energúmeno que ele é - Mas teve algum problema?

- Não, eu só... - ela respira fundo e fecha a porta atrás de si e se aproxima da minha mesa - Nós trabalhamos até tarde ontem, sabe?

- Sei. - concordo, lembrando-me de tê-lo visto em sua mesa e ela debruçado sobre um monte de arquivos em sua sala - O que tem?

- Eu não tenho muitas amigas, na verdade todas as aninhas amigas ficaram no Arizona e preciso de conselhos rápidos. - assinto, agora realmente interessada no rim da conversa - Ontem, Connor e eu, ele, bem, me beijou.

Droga, devia ter bebido mais café essa manhã. Ainda estava meio letárgica e aquela nova informação sobre uma colega de trabalho não era bem o que eu estava esperando para meu dia.

June sabe, assim como Connor e todos os outros, que existe uma regra bem clara sobre conduta no escritório. Não há nada no contrato que proíba relacionamento entre funcionários mas manter relações dentro do escritório é perigoso.

- Você consentiu, não é? - ela balança a cabeça, corando ainda mais - Então o único problema é que fizeram isso aqui dentro.

- Não, o problema é que ele é um galinha! Sabe, ele é gentil, educado e bonito mas um galinha. - tenho vontade de refutar alguns adjetivos dados a ele - Ninguém aqui já o viu interessado em alguém genuinamente ou em um relacionamento a longo prazo.

- E você quer um conselho do que fazer? - ela balança a cabeça. Observo-a com atenção, anotando todas as característica notáveis sobre ela.

June é bonita de um jeito meigo. O cabelo escuro escorrido está sem preso em um rabo de cavalo elegante ou um coque bem feito, e no tempo em que trabalho aqui a vi duas ou três vezes com os fios soltos. Sua pele é clara como leite e todas as vezes em que suas emoções saem de controle cora como um adolescente. Olhos amendoados. Sua personalidade é naturalmente introvertida, seria a primeira vista, mas com o tempo percebi que era doce e gentil, muito parecida com Valentina.

- Talvez você não goste muito do meu conselho. - aviso. Ela murcha um pouquinho mas não volta atrás em seu pedido - Primeiro, não acho Connor um bom partido.

- Notei isso quando o enxotou daqui. - arqueio uma sobrancelha para ela - Me desculpe a intromissão.

- Segundo, não gosto de Connor e todos os meus instintos gritam para tomar cuidado com ele, sua personalidade arrogante não é o único problema. - guardo para mim que Connor tem as características clara de alguém que não aceita um não. Naquele dia na minha mesa ele percebeu que eu não cederia, tão pouco me intimidaria com o fato dele ter um pênis, por isso recuou - Você é adulta, sabe o que faz. Então, o chame para um encontro.

- Acha que eu devo simplesmente chamá-lo?

- Sim.

- Como? - Ah meu Deus, é sério isso? Quase digo que ela escolheu certa em se mediadora ao invés de atuar em tribunal, ela é facilmente manipulável.

- Você abre a boca e diz: "Ei Connor, quer jantar comigo? Conheço um lugar legal" ou "Recebi a indicação de um lugar, pode me acompanhar?" mas se está procurando um caso rápido, apenas diga a ele que ontem não foi nada comparado ao que você pode fazer em um lugar privado, confie em mim, ele vai entender o recado. - não movo meus olhos para ela de novo, apenas concentro-me no que há na minha frente. Dois minutos depois ainda posso ver seus pés plantados no chão da minha sala - Mais alguma coisa June?

O Erro - Série Amores de Vegas, Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora