Capítulo 2

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Naquele momento, percebi meu cérebro a mil à hora. O que estava acontecendo?
O meu terapeuta estava me pedindo para me masturbar na frente dele? O que ele estava pensando?

Não! Ele não pode estar falando a sério....

"Doutor, eu não entendo ... Eu não estou muito à vontade com isso ..."

"Você entende por que estou perguntando isso? Amelia, você precisa conhecer o seu corpo, amar a si mesma e ao seu corpo, tratá-lo com o respeito e carinho que ele merece e precisa. Se você nunca se tocar, não saberá como se sente e do que gosta"

Suas palavras conseguiram me afetar. Como é que ele poderia ter tanta certeza de que eu não amava meu corpo? De que eu não me amava?
Em segundos, o homem de olhos verdes sentado na minha frente me leu como nunca ninguém o tinha feito e tocou todos os pontos que doíam tanto. Eu queria chorar, mas não seria fraca. Meus pais sempre me disseram para não o ser.

De repente meus pensamentos foram interrompidos por outra intervenção inesperada do Dr. Styles.

"O que quer que você esteja pensando agora, tente fugir disso. Concentre-se no aqui e agora. Somos apenas nós dois aqui, Amelia. Sou profissional e quero te ajudar, mas preciso que me deixe. Eu preciso que você perceba o que está te prendendo e se deixe levar pelos sentimentos positivos que o prazer, o amor e o sexo podem lhe dar"

Eu sei que ele estava certo. Mesmo assim me senti desconfortável em me masturbar pela primeira vez na frente de um estranho. Isso não fazia parte dos meus planos para hoje.
Mas eu também sabia que dependia de mim se eu quisesse que as coisas mudassem.

"Ok, doutor. Vou tentar... mas não tenho ideia do que fazer e..."

"Eu estou aqui para isso. Só preciso que você relaxe. Pense em algo que você gosta de fazer com um homem ou que gostaria que alguém te fizesse. Feche os olhos e tente imaginar."

Sem questionar, obedeci à sua ordem e comecei a trazer à minha mente memórias de vídeos pornográficos que eu assistia quando era mais jovem. Lembro-me particularmente de um em que a vagina de uma mulher estava praticamente sendo sugada pelos movimentos entorpecentes da língua do parceiro.

"É isso" murmurei e me deixei cair de leve na cadeira.

"Levante sua saia e tire as cuecas" ele comandou e você acatou sem hesitar, a sua voz rouca causando em mim uma sensação de calor inimaginável. "Agora... quero que abra bem as pernas e comece a tocar ... Sem medo, Amélia, não pense muito, apenas sinta"  ele continuou

Novamente segui sua ordem e deslizei minha mão suada até chegar ao ponto mais sensível do meu corpo. Me sentia confusa, sem certeza do que fazer. 

"Tão perfeita..."  ele sussurrou e pensei por segundos que tinha escutado errado.  "Eu quero que você sinta seu clitóris, que o massageie lentamente...

Meus dedos começaram a girar naquela zona erógena e aos poucos fui aumentando a velocidade. Eu não estava sentindo nada diferente e isso estava me deixando cada vez mais frustrada.

"Amelia, o que há de errado?"

"Não está funcionando doutor, não estou sentindo nada..."  soltei numa explosão de raiva.

"Amelia, quero que você se concentre! Concentre-se apenas na sua vagina, no seu clitóris, nos seus lábios, nos seus peitos...  Pense como são belos e gostosos. Que qualquer um sonhava em tocá-los, em olhar para eles e admirá-los."

Eu não sei porquê, mas suas palavras surtiram algum tipo de efeito em mim. Continuei a insistir na estimulação antes de ouvir novas indicações do Dr. Styles.

"Toque seus seios. Sim... agora aperte bem os mamilos, sinta como ficam duros e eretos. Imagine alguém os mordendo e lambendo. Imagine-os vermelhos e inchados, transbordando de excitação. Agora, preste atenção na sua boceta... Quero que enfie um dedo dentro dela"

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo, parecia uma garota que nunca tinha feito sexo na vida e estava aprendendo pela primeira vez. A forma sutil e simultaneamente suja que ele falava despertou em mim ou em minhas partes íntimas um formigueiro desconhecido. Como se eu estivesse ficando molhada.
Meu dedo indicador se aproximou daquela entrada do meu corpo preenchendo o vazio que lá se encontrava. Aí, eu percebi o quão intensa minha respiração se tornou à medida que eu deslizava mais fundo. 

"Não pare" escutei o jovem médico quase em tom de súplica e por um momento me perguntei se ele estava tirando algum tipo de prazer desta situação toda. Não, ele não podia. Ele deveria já estar acostumado, afinal de contas ele era um profissional.

Eu não parei e aumentei a intensidade dos movimentos. Dentro e fora, dentro e fora. Meu dedo estava ficando cada vez mais húmido com o aumento da lubrificação. Pude sentir uma leve sensação de prazer que não me lembra de ter sentido alguma vez. Foi pequeno, mas agradável.

"Enfie outro, Amelia. Quero ver você gemer de prazer... Quero que você faça movimentos rápidos, deixe-se levar..."  escutei a sua voz suplicando mais uma vez

Eu fiz de novo. Cada vez mais rápido. Tal  como ele queria, mas algo não estava certo. A verdade é que o êxtase que eu esperava não aconteceu e a frustração continuou me assombrando.

"Eu ... eu não me consigo vir!" gritei de raiva, finalmente abrindo os olhos.

Esperei por mais discursos e frases de incentivo que me trariam de volta ao normal, mas nada. Finalmente vi ele se levantar de sua cadeira, vindo na minha direção,  seu olhar preso ao meu. Um olhar diferente de aquele que mostrou quando entrei em seu consultório.

" Amelia." o doutor falou, agora mais perto de mim "Eu gostava que você pudesse ver como você como eu te vejo"

E antes que eu pudesse processar o que ele estava dizendo, ele já tinha se ajoelhado e sem avisar enfiou não um, não dois, mas 3 DEDOS dentro de mim. Meus olhos quase pularam do meu rosto. Eu nunca havia sentido nada parecido.

"Olhe para mim Amelia, veja como eu te fodo com meus dedos... como você está ficando toda molhada ...sim... você está gostando, não está? Diga-me como você está gostando..."

"Sim... Estou ... estou amando" disse, não reconhecendo o tom sensual da minha voz e o prazer que passava por mim naquele momento. 

Ele aumentou a estocadas dos seus dedos e gradualmente uma deliciosa sensação de calor foi tomando conta de mim. Sem dor e sem medo, apenas puro prazer. Doce prazer.

Suas palavras e seus dedos eram mágicos como eu nunca poderia ter imaginado em mil sonhos. Eu sentia-me cada vez mais próxima. Meu corpo ficou diferente. Minha mente não pensou em nada além daquele momento presente. E finalmente aconteceu.

Um grito estridente foi a única coisa que saiu da minha boca, uma libertação de meu ser. O testemunho da intensidade do meu primeiro orgasmo. 

"Você se portou muito bem. Como se sente agora?"  ele me questionou, ainda ajoelhado à minha frente mas os seus dedos  já fora do meu corpo.

"Incrível" admiti, esboçando um sorriso que ele retribuiu. Por momentos me esqueci de sentir vergonha de mim, aproveitando esta nova sensação que aos poucos de desvanecia.

"Perfeito"  ele disse, o seu rosto ainda suado da tarefa exigente que foi dar me prazer.  "Mas ainda não terminámos"  o doutor acrescentou e eu juro que por segundos observei um brilhozinho nos seus olhos e  uma expressão de contentamento na sua cara. 

Terapia Sexual [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora