•ℭ𝔥𝔞𝔭𝔱𝔢𝔯 𝔒𝔫𝔢•

6.9K 422 124
                                    

Acordo com o despertador gritando em meu ouvido.

Desligo e me levanto para mais um dia naquele inferno chamado escola, a única coisa que me conforta é que eu verei a Marylin, ela sim torna o meu dia mais colorido e não cinza como costuma ser quando não a vejo.

Depois do banho e totalmente pronto, desço as escadas e encontro a minha mãe, no seu uniforme de trabalho, colocando a mesa.

— Bença minha mãe – Peço dando um beijo em seu rosto.

— Deus lhe abençoe meu filho – Diz ela retribuindo o meu carinho.

Começamos a comer até que a porta é aberta pelo nosso carma diário.

O vejo entrar e nós olhar com nojo, espero para ver qual a graça que ele irá soltar, mas ele simplesmente soube as escadas e desaparece das nossas vistas.

— Mãe essa situação já passou dos limites, não dá para continuar vivendo com ele nessas condições, fico com o coração apertado quando tenho que chegar mais tarde pelo trabalho e deixar a senhora sozinha com ele, sei que acontece algo que não quer me dizer, mas eu vou descobrir e quando isso acontecer irei colocar ele para fora dessa casa a ponta pés – Digo me levantando, beijo seu rosto e me despeço.

Começo a andar em direção a escola e pensar, algo acontece de grave para minha mãe não me contar, ela tem medo dele, isso é nítido para todos que tem olhos e consegue enxergar.

Irei descobrir e quando isso acontecer, ele irá pagar caro, por tudo que faz com ela, mesmo sem ter certeza o que é de verdade.

[.....]

A observo conversar com suas amigas e me pergunto como pode uma pessoa ser tão linda, não me canso de olhar para ela e de tanto observa-la já sei de várias manias e costumes seus.

Como colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha quando está envergonhada, morder os lábios quando está concentrada, se forma um vinco em sua testa quando ela está aborrecida entre outras coisas que eu adoraria falar, mas iríamos passar o dia todo só nisso.

A vejo olhar para os lados como se estivesse à procura de algo ou quem sabe alguém. É quando seu olhar para em minha direção e vejo suas bochechas ficarem vermelhinhas.

A encaro firme, e ela retribui meu olhar igualmente firme. Parando somente quando sua amiga lhe chama.

Escuto o sinal tocar e me encaminho para a minha sala, não vejo a hora dessa escola acabar, já estamos nas provas finais e só tenho que aturar mais uma semana desse inferno.

[.....]

Depois do sinal tocar me encaminho para o portão rumo ao meu trabalho, quando sinto que estou sendo observado.

Olho para os lados e encontro aquele par de esmeraldas me fitando, dou um sorrisinho e continuo a minha caminhada

Chego no trabalho um pouco mais cedo como de costume e começo a arrumar as mesas para mais um dia.

Trabalho no café perto da escola onde estudo a mais ou menos uns 3 anos e posso dizer que eu ganho até que bem, tenho folgas aos domingos e feriados, meu patrão é um senhor bom que infelizmente teve que se afastar por motivos de saúde e deixou o café nas mãos de seu filho, não tenho o que reclamar dele, ele é uma pessoa boa assim como seu pai.

Começo a atender os clientes e nem vejo a hora passar, trabalhar é muito melhor que tá em casa e olhar para aquele homem deitado no sofá assistindo televisão e bebendo, tenho muita raiva de olhar naqueles olhos que um dia eu me espelhei, que um dia foi um exemplo, um herói para mim.

Hoje não passa de um desconhecido que mora dentro da minha casa.

[.....]

Depois de deixar tudo em ordem no café, vou para minha casa que é a pouco mais de dez minutos de caminhada.

Estou caminhando quando escuto alguém me chamar.

— Ei garoto! – Vejo um homem se aproximar de mim e tenho certeza que não é para saber como eu estou.

— No que posso ajudar? – Pergunto e encaro o homem a minha frente.

— Você pode me ajudar começando a passar todo o dinheiro que você tem e a chave do estabelecimento aonde você trabalha – Diz ele colocando uma faca em minha costela.

Olho no fundo em seus olhos e fico calado, vendo o momento que ele começa a gritar comigo na rua.

A rua é um pouco deserta a essa hora, devido ao bairro ser um pouco perigoso.

— VOCÊ NÃO ME OUVIU SEU GAROTO NOJENTO, ME PASSE TUDO!! – Grita ele.

Vejo o momento que ele se distancia do meu corpo e o derrubo, quando ele vai ao chão monto em seu corpo e começo a dar uma sequência de murros em seu rosto, até vê que ele está imóvel, o deixo desmaiado no chão e sigo rumo a minha casa.

Sou uma pessoa calma, mas não mexa comigo ou com as pessoas que eu amo, porque você irá conhecer uma versão minha que até o diabo tem medo.

[.....]

Chego na minha residência e me deparo com Richard segurando o braço da minha mãe e falando alguma coisa em seu ouvido.

— O que está acontecendo aqui? – Vejo o momento que minha mãe olha para mim assustada e aquele homem olha como se não estivesse fazendo nada.

— Nada garotinho inútil – Escuto ele dizer e me aproximo dele.

Seguro e sua camisa e o ameaço.

— Se eu souber que você faz qualquer coisa contra a minha mãe, eu esqueço que você é o meu pai, eu o mato e garanto a você que não será uma morte rápida – O empurro e caminho em direção a minha mãe.

— A senhora está bem? Ele fez algo contra a senhora? – Digo e vejo o momento que ela nega sobre ele fazer algo contra ela.

— Vamos, vou lhe levar para o quarto – A pego em meus braços.

— E quanto a você espero que quando eu descer você não esteja mais aqui, porque se estiver eu vou lhe arrastar casa a fora – Olho para ele que está no mesmo lugar, vendo um brilho de medo se apossa de seus grandes olhos após minha fala.

Olhos esses que durante boa parte da minha infância foi o motivo de minha alegria.

Carrego o pequeno corpo de minha mãe para o andar de cima e a coloco deitada na cama.

— Vai precisar de algo? – A vejo negar e digo que irei tomar meu banho e comer algo para vim me deitar com ela.

Sigo para o meu quarto desejando loucamente um banho, passar o dia na rua não é fácil, estudar durante a manhã e trabalhar a tarde para ajudar a minha mãe não é moleza, saber que a pessoa que devia estar exercendo esse papel de homem da casa é aquela que nos traz problemas e dividas é complicado e extremamente cansativo.

Depois de tomar meu banho vou para a cozinha comer algo, quando chego no andar de baixo me deparo com tudo tranquilo, com toda certeza ele ouviu o meu pedido e saiu para Deus lá sabe onde.

Que o diabo o carregue e faça bom uso!

Como a janta que minha mãe deixou separada para mim com calma, penso nos lindos olhos verdes que toma boa parte de meus pensamentos e me pergunto como ela está a essa hora.

Minha mãe trabalha para a família de Marylin, desde os seus 18 anos, quando ela conheceu meu pai e ele trabalhava para o pai de Mary.

Meu pai parou de trabalhar devido as suas faltas, alguns anos atrás, quando ele começou a beber e não conseguiu mais parar e hoje em dia é uma Alcoólatra e viciado em jogos de azar.

Sinto saudades de quando meu pai chegava em casa e brincava comigo, mas ele se tornou outra pessoa, da sua boca só escuto ofensas e coisas do tipo, não é mais o homem que era quando eu nasci.

Termino de comer e subo para dormir com minha mãe, coisa que é de costume desde muito tempo.

Deito ao seu lado e deposito um beijo em seu rosto.

— Boa noite minha mãe – Digo e me entrego ao sono.

DATING A CRIMINAL (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora