Há uma certa aura que emana da atmosfera misteriosa da madrugada...
Uma água viscosa, na qual afundam meus anseios e sonhos afogados.
Chuvisca nas minhas raspas, lascas enferrujadas de um caráter carcomido por larvas;
Sou aquele que digere lentamente o caos numa noite cujo fim é certo e distante;
Ou mais um que lamenta seu cárcere sob um corpo insalubre?O vento frio que bate na janela me interrompe o pranto insone.
Ele sussura o prólogo da divagação final: a transmutação do lamento em fome.
Acordo desse pesadelo, o epitélio estomacal incomodado com meus cacos;
Grasno aos céus um agradecimento hercúleo, novamente desperto numa manhã do dia seguinte.
O júbilo breve se desfaz assim que desvio o olhar da luz, e então volto a coletar pecados.
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Madrugada
PoetryRainha dos devaneios e divagações, moro em ti, escrevo em ti, floresço em ti. Concebido na madrugada, a esse momento em especial concedo minha homenagem.