Prólogo:

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Talvez eu seja um clichê, é a única coisa que passa pela minha cabeça depois de nos beijarmos. Em seguida, fecho meus olhos tentando acreditar no que está acontecendo, balanço a cabeça incrédula, Karol não vai gostar nada disso. Porém, ao invés de ficar preocupada sorrio de nervoso, numa mistura de culpa, álcool e excitação. O que diabos a gente estava pensando?

Sinto os braços dele na minha cintura e olho em volta mais uma vez. Estamos completamente sós e ninguém daqui sabe o que a gente acabou de fazer, mas quando souberem as coisas não vão ser fáceis. Senhor aonde fui enfiar meu burro?

O que o Brasil deve estar pensando de mim? Já vejo as manchetes Juliette pega boy de Karol Conká escondida no quarto. Boto as mãos no rosto e começo a rir de puro desespero. Tô fudida real e oficial agora. Bill ri junto comigo mesmo sem entender nada e me obriga a olhar pra ele de novo. Tento fugir dele de novo, mas ele não deixa.

— Do que você tá rindo? Beijo tão mal assim, Ju? — Realmente bebi demais, deveria estar correndo dali e a única coisa que consigo pensar é como seria beijá-lo de novo. Pelo menos eu não sou a única, Bill parece em outro planeta com uma voz arrastada e um sorriso fácil que não vejo sempre nele.

— Arrependida de beijar o Microbiano aqui? — Estava preparada para responder sério, mas essa resposta me pegou completamente desprevenida.

E pronto lá vem mais uma crise de riso mais escandalosa do que gostaria. Bill me acompanha nos risos, claramente os dois passaram do ponto, mas mesmo em meio há tantas risadas seus braços seguem enlaçados na minha cintura. Acho que eu deveria estar incomodada, mas não estou. Nem um pouco, honestamente nem sequer tinha percebido que ainda estava na mesma posição.

Respiro fundo e olho para ele, o sorriso ainda está no meu rosto, como sempre, mas agora é mais discreto.

— A gente tá fudido, Bill. Sua namorada vai me odiar, mais do que já odeia homi. — Apesar da fala não tinha um pingo de arrependimento na voz. Só constatei um fato.

— Que namorada? — E é claro que ele ia se fazer de engraçadinho.

— Oxiii... Karol ué de quem mais eu taria falando.

— Ela não é minha namorada. — Bill respondeu irritado e eu sorrio de leve. Amo implicar com ele e bem até pode não ser mentira, mas a verdade é que no fim serei apedrejada por Karol do mesmo jeito.

— Alguma ideia para eu não ser assassinada essa noite? — Falo rindo porque honestamente a merda já tá feita agora só resta abraçá-la.

— A gente pode sei lá... não contar pra ninguém. — Bill fala enquanto acaricia meu braço devagar.

— Microbiano o Brasil já viu tudo. — Falo mais uma vez fugindo olhar dele e ele faz questão de segurar meu queixo suavemente para responder.

— Mais ninguém daqui viu. — Apesar da voz arrastada ainda estar ali ele não parece estar brincando.

— Cê acha que eles iam deixar a gente só... não contar? — Bill tinha se aproximado um pouco mais e ainda acariciava meu braço, tornando meio difícil para eu pensar claramente.

— Sem interferências, lembra? — Com um sorriso safado no rosto ele olhou para mim como se dissesse a coisa mais óbvia do mundo. E do jeito que sou difícil de entender deve ser mesmo.

Tudo aconteceu muito rápido num minuto estava me aproximando dele devagar, mordendo meus lábios sem conseguir tirar os olhos dos dele, e no outro fui parar no outro lado do quarto quando a porta abriu.

Sarah entrou bêbada no quarto, rindo sozinha, ela estava indo em direção a sua cama quando resolveu parar e encarar nós dois.

— O que vocês estão aprontando?

— Nada, menina. Oxi o que logo que eu e Bill ia estar aprontando? Junto ainda por cima? Imagina se Karol vê, só conversando mesmo sobre a vida, o mundo, segredos, fofoca, o último episódio de Game Of Thrones. Uma pena o que houve com Daenerys. — Respondi tão rápido que honestamente não sei nem se ela entendeu alguma coisa.

— Quê? — Foi só o que Sarah respondeu, mas pela cara do Bill ela não era a única confusa. Sendo honesta nem eu tinha entendido nada, do que diabos eu tava falando? Deixa eu sair daqui antes que eu fale demais, como sempre.

— Exatamente muitas coisas, loucura demais. Vou até lá fora pegar um ar. — Na velocidade do The Flash meti o pé sem nem esperar nenhum dos dois responder. A única coisa que consegui ouvir de longe foi Sarah perguntar se era impressão dela ou eu tava mais louca que o normal e tava tava mesmo.

Completamente louca, que ideia é essa de se pegar escondido logo dentro da casa mais vigiada no Brasil? Logo eu que não sei contar nem a verdade quando tô nervosa agora vou ter que esconder uma coisa dessa. Se não tinha enlouquecido antes agora surtei totalmente.

Quando cheguei do lado de fora me arrependi na hora de sair, só restava o bonde Chernobyl: a "namorada" do meu boy (Que seu, Juliette? Calma aí); Lumena, meu "ex" vulgo Fiuk e Nego Di. Ignoro a presença de todos eles e me sento no sofá na dúvida se rio de desespero, choro ou se só existo por alguns minutos.

Fecho os olhos tentando acreditar na sequência de acontecimentos, a gente estava dançando eu disse que ia no banheiro e Bill foi atrás. Foi tudo rápido demais, ele fechou a porta do quarto e a gente tava só perto demais e rolou. Sei nem explicar o que houve, num segundo ele tava fechando a porta e no outro a gente tava atracado um no outro. Numa intensidade, numa pegada...

— OI — Pulo de susto e Bill começa a rir. Jogo algumas almofadas nele em instinto. Isso é brincadeira que se faça por acaso?

—Oxi Bill pelo amor de Deus quer me matar do coração? Faz uma coisa dessa mais não.

— Perdão. — Ele diz, mas o sorriso não vai embora. No fundo esse moleque ama implicar comigo. — Só vim te tranquilizar, Sarah não suspeitou de nada não. —Bill diz com uma mão na minha coxa por debaixo da almofada, não tenho coragem de tirar e nem quero que a mão saia dali. O sorriso safado dele é nítido e eu mal consigo olhar pra ele. Isso não há de dar certo.

— Mas desse jeito aquela que não deve ser nomeada vai. — Falo e ele finalmente repara o olhar inquisitivo dos quatro. Lumena prestes a cancelar a gente pela milésima vez, ele olha bem para eles e começa a rir. Levanta, balança a cabeça e oferece a mão pra mim.

— Bora dormir? Pensamos nisso amanhã.

— E como é que dorme depois disso? —Bill balança a cabeça e mantêm a mão no mesmo lugar

— Cê tá é certo. — Digo e aceito sua mão. Os quatro continuam encarando a gente, mas nem presto mais atenção.

É só depois de entrar que percebo que ainda não tinha soltado a mão dele. Como não tem ninguém perto do banheiro Bill me dá um selinho e depois entra no quarto.

— Até amanhã, Ju.

— Até amanhã, Microbiano


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Ps: E é isso não resisti tive que escrever KKKK Espero que alguém leia <3 

Tudo no sigiloOnde histórias criam vida. Descubra agora