Capítulo 5: Deus me proteja de mim

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— TÁ DE PARABÉNS JULIETTE. — Karol fala batendo palma e gesticulando. — CRIANDO RIVALIDADE FEMININA NA CASA. MUITO BONITO MESMO VADIA.

Me afasto do Bill no susto, levanto da cama atordoada, ele parece tão perdido quanto eu. Do que ela tá falando? Será que Karol viu alguma coisa?

— Posso saber do que tu tá falando visse? — Digo em pé firme, mas ainda mais perdida do que eu gostaria. Queria que ela não tivesse chegado num momento tão complicado. Porém não seria Karol se não se aproveitasse exatamente do meu momento mais frágil.

— Do que você acha sonsa? — Fecho os meus olhos, o tom da Karol é rude e arrogante, e eu só queria poder fugir dela para sempre.

— Oi? Sonsa? De quem você tá falando? De você mesma? De mim que não é, sou tudo menos sonsa e você sabe disso, Karol. — Respondo com mais força do que realmente estou sentindo não quero que ela me veja frágil de novo. Não vou dar esse poder a ela. Hoje Karol vai tombar sozinha.

— Cê se acha muito engraçadinha, né? Você é louca e cedo ou tarde Bill vai perceber isso.

— Sou djoida mesmo e não tenho medo de você não. Quer gritar com alguém? Vá gritar com teus coleguinhas, porque eu não te dei essas intimidades. — Falo e começo a andar para sair do quarto. Ela quer brigar? Que brigue sozinha.

— Sério Karol cê não perde a oportunidade de ficar quieta, não? A menina tá no paredão e você tinha que vir aqui perturbar, falar merda e xingar a garota a troco de nada. Se tem alguém doido aqui esse alguém é você. — Bill fala e me segue para fora do quarto. Respiro fundo e continuo andando para o jardim preciso de um ar.

Ao contrário do que esperava Karol nos segue e o resto da casa acompanha curioso.

— É isso aí Bill me chama de louca depois de ficar se pegando com ela. O Brasil deve tá adorando ver a falsidade.

— O QUÊ? Não fala o que você não sabe, eu e Juliette somos amigos. Cê ao menos sabe o que é isso? Não aguento mais isso, Karol. Chega, você não tem o direito de sair ofendendo a Juliette e gritando coisas que você não sabe. — Bill que já estava na porta voltou atrás, claramente irritado com o abuso da Karol de gritar isso a quatro ventos para a casa inteira. Apesar de não admitir o que fizemos ele também não mentiu.

— Eu não sei? Eu sei muito bem do que tô falando. Acha que eu não vi vocês dois de lovezinho desde ontem? Grudados igual chiclete, vocês acham que eu sou cega? Ou pior idiota? — Ela diz olhando para nós dois e pela primeira vez no meio de tudo aquilo me sinto culpada. Karol realmente ficou com ele primeiro e não queria magoá-la, mas isso não dá o direito dela nos tratar desse jeito.

— E o que você pensa que tá vendo? Até onde eu sei Bill não é nada seu e é meu amigo. Faço o que bem entender com ele, isso não te dá o direito de me chamar de vadia ou de gritar comigo. Ouvisse bem? — Digo me aproximando um pouco mais dela. Queria dizer que não gritei, mas ninguém mais estava falando baixo ali.

— Eu gritar? Você que tá gritando comigo feito uma doida como sempre, Juliette. — Preciso me segurar para não falar uma merda muito grande, olho para baixo, respiro fundo e respondo.

— Eu? Você invade o quarto me ofendendo e eu sou a djoida? Sou louca por me defender de mais um dos seus comentários maldosos? Me desculpa se eu reagir incomoda a Karolzinha, mas não vou mais me abaixar pra você, Karol. Se acostume, que agora eu vou aperrear seu juízo, tá me ouvindo?

— Como se você tivesse coragem ou que é preciso. — Karol ri irônica e só me irrita ainda mais.

— Se ter o que eu preciso é ser cruel e maldosa como você eu não tenho isso em mim não, mas o bem trabalha de outras formas. E pode ter certeza de que vou usar tudo que puder pra me defender aqui dentro.

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