Capítulo 45

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"Assassinado?", a voz de Vanessa soa em um sussurro de choque e terror.

Ela não podia acreditar que alguém poderia ter matado o Daniel.

"Por que fariam uma coisa dessas?!" – Pensou.

Daniel sempre foi uma pessoa do bem que nunca fizera mal para ninguém.  Quem teria coragem de matá-lo?

"Por isso que eu pedi para que você viesse sozinha, pois o que eu tenho para te revelar é algo muito pesado e grave...", declara Carlos, misterioso. "Mas antes, eu preciso te contar o que aconteceu de ontem para hoje...". Ele respira aflito e os seus olhos desorientados e perdidos em seus próprios pensamentos encaram o volante:

"Ontem pela manhã,  eu cancelei o meu noivado e terminei tudo com a minha noiva. Confessei para ela de que na verdade eu sou gay e que estava apaixonado por outra pessoa...", ele esfrega a testa exasperado. "Eu achei que ela tivesse me entendido, pois ela reagiu numa boa comigo e me disse que não iria me forçar a fazer uma coisa que eu não queria. Só que eu não esperava...", lágrimas começam a escorrer sobre o rosto de Carlos.

"Esperava...?", impaciente, Vanessa o incentiva a continuar.

"Ela contou tudo para o meu pai antes de mim. Só esperou que eu saísse da casa dela, para ligar para ele e dizer que eu queria cancelar o casamento.", Carlos enxuga com as costas das mãos o rosto imudecido pelas lágrimas.  "Quando eu cheguei em casa, o meu pai estava furioso comigo e havia quebrado todo meu quarto.".

Vanessa repara no hematoma na bochecha de Carlos.

"Foi ele quem fez isso com o seu rosto?", ela deduz.

Carlos a fita e balança a cabeça melancolicamente em concordância.

"Meu pai é um homem extremamente tradicional e conservador. Ele não aceitou o fato de que o seu filho mais velho e o futuro sucessor da sua empresa, se assumisse gay. E me intimou de que se eu não me casasse com a minha noiva, ele me expulsaria de casa e tiraria a empresa de mim. Então, eu simplesmente não esperei que ele fizesse isso, e saí de casa por conta própria, usando apenas a roupa que vestia no corpo.", ele suspira. "Assim que eu saí de casa, eu liguei para o Daniel, e ele me disse que iria me encontrar depois que saísse do jantar do seu aniversário.".

"Foi por isso que ele pediu para parar o táxi naquele local. Ele me falou que encontraria com você.", relembra Vanessa.

"Sim. Eu não tinha contado nada para ele por telefone, pois queria que ele se divertisse com você no seu aniversário e esperei para que nós dois pudéssemos conversar pessoalmente.". Confessa Carlos.

"Você acha que o seu pai mandou atropelar o Daniel?", ela pergunta aturdida.

Ele assente com a cabeça.

"Eu suspeitei, pois quando olhei para a placa do carro que atropelou o Daniel, vi que ela estava totalmente coberta por um adesivo. Era como se aquilo tivesse sido premeditado.".

"Nós precisamos denunciar isso para a polícia, Carlos!", exclama Vanessa completamente revoltada.

"Esse é o ponto, Nêssa. Eu não tenho como provar. E o pior...", ele soluça e assoa o nariz entupido pelo choro.

"Pior?! Ainda tem algo pior?". Indaga Vanessa, inquieta.

"Nêssa, quando eu voltei para a casa do meu pai, decidido a confrontá-lo sobre o atropelamento, eu encontrei a senhora Yuna saindo de lá.".

Vanessa arregala os olhos.

"Você está me dizendo que ela está envolvida com a morte do Daniel?".

"Eu vi que o mesmo carro que atropelou o Daniel estacionou ao lado do carro dela e eles ficaram parados um ao lado a lado por cerca 5 segundos, então ele seguiu caminho e ela seguiu logo depois. Eu os segui também,  mas vi que cada um foi por um caminho diferente, então resolvi seguir o carro suspeito. Porém,  acho que ele percebeu que estava sendo seguido e eu acabei perdendo-o de vista.".

Minha Professora é o Meu Amor. [Livro I - Série: Família Hwang]Onde histórias criam vida. Descubra agora