Descoberta

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Nicholas

Hoje não fui para o escritório e convidei Alfredo e sua família para almoçar aqui em casa,  eles aceitaram acabaram de chegar, apresentei Alfredo e sua esposa Nirce para minha irmã,  Marjorie também está aqui, ela queria conhecer o homem que me ajudou desde que tinha meus seis anos, percebo que Elisa olha para mim, e depois para Alfredo, e ela faz isso repetidas vezes.
- Está tudo bem Elisa. - Pergunto.
- Sim, mas é incrível o quanto vocês são parecidos. - Comenta Elisa.
- Você  acha. - Pergunto porque eu nunca tinha reparado na nossa semelhança, olho em direção ao  Alfredo e reparo um pouco mais, tentando achar semelhança entre nós,  e percebo que ele está  pálido.
- Está tudo bem Alfredo. - Pergunto preocupado.
- Alfredo essa é a oportunidade,  de contar a verdade. - Fala sua esposa, e ele concorda com a cabeça.
- Que verdade papai. - Pergunta Luan.
- Vamos todos nos sentar que a história é longa e complicada. - Afirma Nirce, e todos concordamos.
- Eu não sei, nem por onde começar, eu tenho tanto arrependimento por isso, mas eu preciso falar, já  convivi tempo demais com esse peso continua Alfredo.
- Quando eu tinha 17 anos, eu namorava com uma menina desde os nossos quinze anos, mas quando ela fez  16 anos descobriu que estava com câncer,  e isso acabou comigo, mas mesmo assim ainda tinha esperança que ela ia vencer essa doença maldita, mas infelizmente um ano depois ela não conseguiu vencer essa batalha, e veio a falecer. - conta Alfredo chorando.
- Sinto muito. - Falo.
- Nossa pai, pensei que a mamãe tinha sido sua primeira namorada. - Comenta Luna.
- Eu nunca falei da Vera para ninguém, nem mesmo para sua mãe.
- Porquê.  - Pergunta Luan
- Eu vou chegar lá. - Responde e continua a história.
- Eu não aceitava a morte da Vera, então fui para um bar e enchi minha cara de bebida, depois eu fiquei vagando pelo Centro do Rio de Janeiro, e encontrei uma prostituta, ela me ofereceu um programa e eu aceitei, e tivemos relações na praça mesmo, eu estava totalmente fora de mim, depois de ter tido relações com ela, fui embora para casa.
- Nossa pai, não imagina isso do senhor.
Comenta Luna.
- Luna. - Repreende a mãe dela.
- Desculpa. - Luna se desculpa e Alfredo continua sua história.
- Então seis anos depois, eu passo pela praça novamente, mas nessa época já estava casado , o Luan era recém nascido, e um menino que estava pedindo dinheiro no farol me chama atenção, nessa hora meu mundo desmorona, pois ele era muito parecido comigo,  quando farol abre, vejo ele levar o dinheiro até uma mulher, meu coração dispara pensando que poderia ser, a mulher que tive relações a seis anos atrás. - Conta Alfredo e meu coração acelera, não pode ser possível,  que ele vai falar o que eu estou pensando, não pode ser, penso comigo e Alfredo  continua sua história.
- No outro dia volto na praça , faço amizade com o menino, levo ele para almoçar, depois que almoçamos ele me agradece e volta para o farol, eu pego o canudo que ele tomou seu refrigerante e levo para uma clínica e faço o teste de DNA.
- Aonde você quer chegar com essa história.  - Pergunto não acreditando em tudo isso.
- O resultado saiu depois de oito dias, e o teste de paternidade deu positivo,  eu entrei em desespero não sabia o que fazer, pensava na minha esposa no meu filho recém nascido, no filho que tinha acabado de descobrir que era meu, eu estava de mãos atadas, então eu decidi, guardar essa história para mim, não contei para ninguém,  e comecei ajudar esse garotinho, e esse menino é você Nicholas.
Quando ele fala isso, eu fico pálido,  não pode ser que o homem que pensei que era meu herói era meu pai e ele não fez nada para mudar minha vida.
- Como você pode, eu pensei que você era meu herói. - Dou um grito.
E meu sobrinho começa a chorar, peço para Elisa, ir para outro lugar para ela, e ela vai.
- Eu sei, eu fui um covarde. - Responde Alfredo.
- Você foi mais que um covarde, como você conseguia dormir, sabendo o que eu passava, quantas vezes você me viu machucado, por aquele infeliz que se dizia meu pai, quantas vezes levei advertência por ter tomado banho na torneira da escola, e eu todo grato , pensando que você foi um anjo que Deus colocou na minha vida, mas não, você poderia ter feito mais, mas não fez porque já tinha a família perfeita, não iria manchar sua imagem com o filho morado de rua, mãe da prostituta.
- Mãe,  a senhora sabe isso desde quando. - Pergunta Luna aos prantos.
- A um mês atrás. responde.
- Eu preciso sair daqui. - Falo pegando minha chave em cima da mesa.
- Você não está em condições de sair de carro. - Afirma Marjorie chorando.
- Não,  se preocupe vai ficar tudo bem, e quando eu chegar aqui não quero te  encontrar  na minha casa. - Aponto para o Alfredo dou um beijo na testa de Marjorie,  e vou para garagem pegar meu carro, entro no meu carro e sigo sem rumo, pego meu celular ligo para Joani, é coloco no viva voz.
- Oi Nic. - Joane me responde no segundo toque.
- Você está aonde. - Pergunto.
- Nossa você está bem. - Me pergunta.
- Só me responde você está aonde.
- Acabei de chegar no aeroporto de Galway, mas meu outro vôo sai daqui a quinze minutos.
- Ok, vai para o desembarque te aguardo lá.
- Nic, não posso sair do aeroporto meu voo sai em 15 minutos.
- Eu preciso de você Por favor.
- Ok. - Responde e eu desligo sigo para o aeroporto, chego lá em 20 minutos, paro na área do desembarque e Joani entra no carro, assim que ela entra dou partida.

Livro 10 - Serie Carpe diem   - ResilienceOnde histórias criam vida. Descubra agora