Capítulo II

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Klementyna Nowak – Białystok, Polônia.

Eu sentia o vento bater bruscamente em meu rosto, fazendo-me apertar meus olhos. Eles já estavam começando a lacrimejar...

Ele ainda deve estar bem longe. — Conclui comigo mesma, sorrindo convencida.

Puxei as rédeas, o que fez Gala relinchar, sambando levemente na estrada de terra. Olhei para trás, na esperança de que não visse o cavalo negro do meu pai por entre as árvores altas.

Escutei Gala relinchar mais uma vez.

Hou, boa menina. – Disse como um agrado, passando a mão direita por entre os pelos marrons da égua.

Senti uma brisa leve, porém fria, soprar, levantando levemente meus cabelos amarrados.
Ótimo. O inverno parecia estar próximo e eu não gostava nem um pouco disso.

"Por que aqui tem que ser sempre tão frio...?"

De repente, uma brisa muito mais forte e fria que a anterior, bateu em minha pele, me fazendo arrepiar por completo.

Ou o universo estava a tirar sarro de mim, ou ele ficou bem irritado.

Eu deveria ter colocado um casaco. Essa simples blusa de mangas compridas não parece ser o suficiente.

Os passarinhos sobre os galhos de árvores me chamaram atenção. Imediatamente olhei para cima, apreciando o lugar.
Os Abetos Vermelhos eram altos e bonitos, em excesso a qualquer lugar que eu olhasse. A estrada era sinuosa e as árvores, que balançavam lá no alto, faziam a floresta ficar densa e fria.

Não lembro em que momento me desliguei, só lembro de ver meu velho passando por mim como um míssil. Ele deu um grito próximo a mim, o que me fez pular de susto.

Depois de alguns segundos me dei conta de que nossa corrida ainda não tinha terminado.

Co do cholery! – Esbravejei, e rapidamente iniciei uma nova corrida com Gala.

Quando finalmente cheguei próximo ao meu pai, gritei:

– Não quer me ver dar o máximo de mim, não é?! – Eu queria provocá-lo, mas ele sempre me superava.

– Esse não é o seu máximo?! – Ele grita, soltando algumas risadas. – Eu achei que era! – Termina. Sem nem olhar para trás, apenas aperta o passo e se afasta mais de mim.

De fato, ele sabia direitinho como me irritar.

Eu fiz o mesmo, acelerei e logo pude ver a luz do sol brotar por entre as árvores.
Saindo da floresta, eu notei que o sol já estava se pondo, mas ainda assim estava muito forte para meus olhos, então coloquei meu braço sobre a luz.
Ao fazê-lo, pude ver que já estava próxima de casa.

Eu não poderia deixar meu pai passar pela cerca antes de mim, de maneira nenhuma. Apenas acelerei ao extremo, e tudo que eu via era um amarelo brilhante, pelo sol, no fim das colinas, e pelos trigos, ao redor de casa.

Ouvi meu padrinho proferir um som de sirene com a boca, mas isso foi antes de eu chegar à cerca, o que significava que meu velho havia ganhado.

– O que foi isso, Klem?! – Ele diz, vindo em direção a mim e ao meu pai.

Freei, fazendo Gala dar uma leve levantada.

– Ela está muito fraquinha. – Meu pai diz, descendo do cavalo, querendo me provocar mais um pouco.

– Isso não valeu! – Eu retruquei.

– Claro que valeu. – Ele fala, virando para mim e cruzando os braços.

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2021 ⏰

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